sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

CANÇÕES DE XICO


Por trás da porta do sol, onde a lua nina as nuvens para uma noite que se aproxima, minha boca fala olhares moucos enquanto meus olhos pronunciam frases inteiras. E aí, com o peito cheio de luar fico sem saber em que rios te encontrar, em que ventos te procurar, em que céus te buscar para louvar a alegria de tua presença. Se desaprendi a voar e nunca soube nadar, de nada adiantou ter feito um açude quase mar e construído um céu azul, tão belos, mas tão distantes. Melhor seria um único chão, próximo, possível, de poeira e pó, com toda a verdade de um abraço bem dado misturado com um afago chamado reencontro.

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