HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS
Mais uma das quase trinta parcerias que tenho – com o maior orgulho, com Maria Dapaz. Repetiu-se a fórmula: encaminhei-lhe a letra e ela devolveu a melodia comportanto, metricamente, todo o palavreado que lhe enviara. Falo da chuva, desde o sereno até a tempestade, metaforizando algumas situações que alegram o homem do campo, o sertanejo. A versão que acompanha esta postagem é a cantada por Joquinha Gonzaga, ressaltando que a música também foi gravada por Aracílio Araújo.
TORÓ DE ALEGRIA
Maria Dapaz e Xico Bizerra
a boa nova que hoje corre na cidade
vai chover felicidade, alegria trovejar
eu vou vexado, botar o pote no terreiro
aguardar o aguaceiro, começou relampejar
o santo zé, nesse março dezenove
‘cabou o chove não chove, mandou chuva pro sertão
muito valeu ter ‘debuiado’ o meu rosário,
procissão com seu vigário, promessa, ‘joei’ no chão
vou me ‘moiar’ todim, todim
vou me ‘moiar’ todim, todim
se a chuva é de felicidade
pode chover à vontade
toró de alegria sobre mim
vou me ‘moiar’ todim, todim
vou me ‘moiar’ todim, todim
meu padim vem cá me ajude
eu quero encher o meu açude
depois me ‘moiar’ todim
não é sereno, é chuva muita, é tempestade
água em quantidade chegando prá me alegrar
chuva de tarde, de noite, a toda hora
chuva que só vai ‘simbora’ depois de me aguar
e todo pingo que cair será guardado,
tem goteira no telhado, vasilha prá aparar
é tromba d’água, promessa de sortimento
cinco mil quilo de vento pr’essa chuva ‘espaiar’
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