Por Laura Macedo
AGENOR BENS
*23/09/1870 – Cordeiro (RJ)
+ Rio de Janeiro (RJ) [existe controvérsia sobre a data do seu falecimento em 1930 ou início dos anos de 1950].
Seu pai era operador do Cine Gaumont da cidade de Cordeiro, no final do século 19 e sua mãe, ex escrava. Agenor Bens iniciou o estudo da música, ainda na sua cidade natal. Objetivando aprimorar sua técnica embarcou para o Rio de Janeiro onde frequentou a “Escola Nacional de Música”, hoje a “Escola de Musica da UFRJ” [Universidade Federal do Rio de Janeiro].
Formou-se com louvor recebendo, como prêmio, a Medalha de Ouro que era ofertada aos alunos que logravam os primeiros lugares, no curso de Música. Por seu destaque viajou acompanhado de uma Orquestra à França, onde se apresentou com sucesso.
Foi professor de flauta do Conservatório de Música do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e membro da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. Foi o músico cordeirense que mais destaque teve no cenário musical brasileiro.
Candinho Trombone e Pixinguinha
Chorão da Velha Guarda, possuía vasto repertório de choros antigos. Tocava muitas obras de Candinho Trombone além de cantar modinhas. Gravou vários discos nas duas primeiras décadas deste século (total de 18 músicas), nas etiquetas Grand Record Brazil, Favorite Record da Casa Faulhaber e Odeon Record da Casa Edison.
Gravou sempre solos de flauta, alguns acompanhados ao piano por Artur Camilo. Escreveu choros, polcas e modinhas que faziam parte do repertório dos chorões, dentre as quais destacaram-se a polca “Faceira“, o estudo “Noturno” e “Fantasia capricho“.
Como grande flautista, rivalizava com Patápio Silva, de quem gravou “Oriental“. A partir de 1912, começou a se apresentar como solista de diversas orquestras do Rio de Janeiro. Em 1913, teve uma de suas músicas, a polca “Faceira”, gravada pelo flautista Carlos Martins com acompanhamento do pianista Artur Camilo.
Foi considerado pelo maestro Guerra Peixe como um dos melhores flautistas brasileiros de todos os tempos.
Heitor Villa-Lobos
Participou do primeiro concerto público de obras de Villa-Lobos, realizado em Nova Friburgo (RJ) em janeiro de 1915, ao lado do próprio compositor ao violoncelo e da esposa, Lucília, ao piano.
Gravou diversas polcas, schottisches e músicas clássicas no início do século 20 e foi solista em diversas orquestras do Rio de Janeiro.
Cidade de Cordeiro
Foi criado na cidade de Cordeiro o Instituto Agenor Bens, dedicado a divulgação e preservação não só de sua obra como, também, dos diversos compositores e músicos da região. Uma parte do acervo de suas gravações e composições está disponível para audição no Site do Instituto Moreira Salles, do Rio de Janeiro.
Socializo com vocês o pouco que garimpei na internet e o que consegui através da generosidade do grande pesquisador Miguel NIREZ Azevedo! Valeu! Grande pesquisador da nossa Música Brasileira!
“Mazurca de bravura” (Agenor Bens [flauta] /Artur Camilo [piano]). Disco Brasil Record (70.260), 1910.
“Tarantella da Vespri Siciliana” # Agenor Bens [flauta] / Arthur Camilo [piano], Carlos Noli e Antonio Lago [violinos]. Disco Grand Record Brazil (70305). Sem data. [Antonio Lago foi maestro e pai de Mário Lago].
“Noturno” (Agenor Bens) # Agenor Bens [flauta]. Disco Odeon (120.502), 1913.
“Variações sobre uma ária alemã” (H.Bohm) # Agenor Bens [flauta]. Disco Odeon (120.675), 1913.
“Cruzes, minha prima!” (Joaquim Callado) # Agenor Bens [voz] / Arthur Camilo [piano]. Disco Odeon/Casa Edison (120.672), 1912-1915.
“Doutor sem sorte” (Agenor Bens) # Orquestra Victor Brasileira [Pixinguinha]. Disco Victor (33.289-B) / Matriz (50.243). Gravação (28/04/1930) / Lançamento (junho/1930).
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Fontes:
– Dicionário Cravo Albin da MPB / Verbete: Agenor Bens (AQUI).
– Fotos variadas: Meu acervo e da Internet.
– Fotomontagem: Laura Macedo.
– Montagem Áudios Sound Cloud: Laura Macedo (AQUI).
– Site YouTube / Canais: “luciano hortencio”, “Gilberto Inácio Gonçalves”, “Músicas”,
– Um Sopro de Brasil: MyriamTaubkin, 2005 – Projeto Memória Brasileira [Vários Colaboradores].
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