Por Laura Macedo
O cantor, compositor, poeta, folclorista e escritor - Alfredo Ricardo do Nascimento - Zé do Norte(18/12/1908 - 4/1/1992) - antes de desenvolver tantas atividades intelectuais -, pegou no pesado trabalhando, desde os nove anos, na enxada. Depois foi apanhador de algodão e tropeiro. Sempre cantou mas não imaginava que isso iria tornar-se uma atividade profissional.
Em 1921, foi para Fortaleza, alistou-se no Exército e acabou indo servir no Rio de Janeiro, morando, mais tarde, próximo ao morro de Mangueira.
Convidado por Joracy Camargo, atuou no show Aldeia Portuguesa, obtendo grande sucesso com uma embolada de sua autoria. Acabou sendo levado para a Rádio Tupi onde cantou adotando o pseudônimo de Zé do Norte, em 1940.
No ano seguinte, foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) e participou de programas, como Desligue, Faz Favor e Hora Sertaneja. Passou depois para as rádios Fluminense, Clube do Brasil, Guanabara (onde teve como sanfoneiro um iniciante João Donato) e Tamoio – nessa última, atuando como animador, organizador, cantor e declamador.
Zé do Norte publicou o livro Brasil Sertanejo em 1948 e cinco anos depois atuou como consultor do linguajar nortista e compositor no filme O Cangaceiro, de Lima Barreto (1953).
Sua música Mulher Rendeira (sobre motivo atribuído a Virgulino Ferreira, o Lampião) ficou mundialmente conhecida após ser incluída no referido filme. Entre suas mais de 100 composições, a segunda mais famosa é Sodade Meu Bem, Sodade (1955), regravada por vários intérpretes, como Nana Caymmi e Maria Bethânia.
Fonte: Cliquemusic
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