URSINHO DE OLHAR TRISTE
O ursinho Paul, de olhar triste e com o nome bordado em sua roupa azul clara, repousava solitário na cadeira 17-A do avião. Alguma criança o esquecera ali. Na pressa para descer ao chegar em seu destino, provavelmente a mãe da criança esquecera o bichinho na poltrona. Seu pequeno dono talvez dormisse àquela hora e só sentiria sua falta na esteira da bagagem, no interior do aeroporto quando acordasse. Tarde demais. Com o ursinho na mão, olhei para um lado e para o outro na esperança de encontrar seu dono por ali. Nada. Nenhuma criança estava por perto. No avião, feito um ‘abestalhado’, mas cheio de boas intenções, fui do início ao fim do corredor procurando pela criança que pudesse ser dona do ursinho Paul. Perguntava, aflito, a todas as crianças embarcadas, se por acaso era uma delas a dona do ursinho. Em vão. Uma mãe se antecipou ao filho e respondeu um ‘não’ tão antipático que quase me arrependo de ter tentado ser bom. Quando já no meu destino e sem nada a fazer, desci e levei Paul para casa. Ainda hoje o tenho. Lembro sempre de um outro ursinho, este de minha Mariana, que nunca foi por ela esquecido em nossas viagens de avião. Este nunca me pareceu triste. Seu nome, esqueci, mas não era Paul.
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