domingo, 5 de janeiro de 2020

A HISTÓRIA DOS DISCOS

Vamos tentar ser o mais resumido possível para passar um pouco da história dos discos de vinil, desde o seu inicio aos dias de hoje, uma viagem fascinante no tempo para os antigos amantes dos discos, como para a turma que está chegando agora e conhecendo através deste boom no mercado.


Para iniciar qualquer histórico, precisamos falar sobre o Cilindro Fonográfico, isso mesmo!! É o mais antigo meio de armazenamento de áudio, utilizado pelo vibroscópio de Thomas Young, pelo fonoautógrafo de Leon Scott e pelo fonógrafo de Thomas Edison. Foi comercialmente utilizado para este fim desde a invenção de Edison, em 1877, até 1929, quando pararam de ser produzidos. 


A primeira invenção a gravar sons em um meio de armazenamento foi o vibroscópio, inventado por Thomas Young no início do século XIX, que já utilizava cilindros para realizar uma representação gráfica analógica das ondas acústicas. Também o fonoautógrafo, inventado por Leon Scott em 1857, utilizava o cilindro como meio de armazenamento através de um cone acústico, que captava as ondas sonoras, e de um diafragma, que traduzia aquelas ondas sonoras em movimento mecânico de uma agulha que, enfim, gravava o cilindro. Estes aparelhos, entretanto, não permitiam a reprodução do som gravado no cilindro, isto é, não possibilitavam que fosse feito o caminho inverso e a impressão do movimento mecânico da agulha fosse novamente transformada em som. Isto porque estes aparelhos preocupavam-se em possibilitar meios de estudo da acústica, não pretendendo reproduzir o som gravado, para qualquer fim.


Era uma chapa, geralmente de cor negra, empregue no registo de áudio (músicas, discursos, efeitos sonoros, pista sonora de filmes, etc.). Em geral, foram muito utilizados na primeira metade do século XX. O material utilizado em seu fabrico era, em geral, a goma-laca, - os mais antigos eram feitos de ebonite - que dava uma característica rija, vítrea e extremamente frágil ao formato. Eram executados inicialmente nos gramofones e, posteriormente, nos toca-discos eléctricos.

Sua criação é atribuída a Émile Berliner, alemão, na década de 1870, e só passou a ser comercializada em 1895. Berliner divergia de Thomas Edison em relação ao formato a ser adotado para armazenar a gravação sonora, invento ainda recente. Edison apostou nos cilindros de cera, de duração de 1 a 4 minutos, que possuíam menor ruído, porém de menor alcance sonoro (que deixaram de ser produzidos em 1912). Em um primeiro momento a invenção de Berliner foi encampada por uma famosa empresa alemã de brinquedos, que o vendia como tal, junto com um gramofone de dimensões reduzidas.

No final da década de 1890, Berliner criava a Gramophone Company, existente ainda hoje com o nome de EMI (Electric and Music Industries), importante selo no mercado mundial da música. A velocidade e o formato, porém não estavam ainda definidos. Havia discos de 76, 79, 80 rotações, e os tamanhos variavam de 15, 17, 20, 25 a 30 cm. Tal divergência advinha dos diferentes métodos e técnicas de gravação desenvolvidas pelas primeiras marcas, ainda no início do século XX.

Finalmente, na metade da década de 1910 a Victor Record Company (mais tarde RCA Victor) estabeleceu o padrão mais conhecido, e com o qual se denominam os tais discos: 78 rotações por minuto, com as dimensões de 25 cm (ainda continuaram a ser editados discos de dimensões maiores, de 30 cm, especialmente para peças de música clássica, de maior duração). O auge do uso deste formato deu-se nas décadas de 40 e 50, quando o consumo de discos para uso particular tornou-se um costume difundido no mundo inteiro. Mas, ao mesmo tempo, em 1948, surgiria o formato que iria substituí-lo: o LP (Long-Play), de 33 rotações e 30 cm.



Discos de vinil dos dias de hoje

O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP) é uma mídia desenvolvida no final da década de 1940 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil (normalmente feito de PVC e usualmente de cor preta) que registra informações de áudio que podem ser reproduzidas através de um toca-discos.

O disco de vinil possui microssulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. Este sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível.

O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora). A poeira é um dos piores inimigos do vinil, pois funciona como um abrasivo, a danificar tanto o disco como a agulha de seu toca discos.


No Brasil, O LP foi lançado comercialmente em 1951, mas só começaria a suplantar o formato anterior a partir de 1958. Com o lançamento do CD em 1984, anos depois o LP começou a perder espaço (isso a partir de 1992). Em 1991 foram vendidos 28,4 milhões de LPs no Brasil. Em 1993 foram vendidos 21 milhões de CDs, 16,4 milhões de LPs e 7 milhões de fitas cassetes e em 1994 foram 14,5 milhões de LPs. O LP ainda manteve vendagens razoáveis até o final de 1995, mantendo nesse ano vendagens entre 5 e 10 milhões de cópias.

Na segunda metade de 2008, os proprietários da Polysom, observando o volumoso crescimento na venda de vinis nos Estados Unidos e na Europa, depararam-se com a possibilidade de adquirir o maquinário de uma antiga fábrica e reativá-la. Em setembro do mesmo ano, começaram as diligências e os estudos que resultaram na aquisição oficial, em abril de 2009. No final de novembro de 2009, depois de meses de restauração, a fábrica finalmente fica pronta, sendo feitos os primeiros testes com os LPs produzidos. A fábrica tem capacidade para produzir 28 mil LPs e 14 mil Compactos por mês. 

Até que entra no mercado recentemente a Vinil Brasil que traz como meta fabricar discos com alta qualidade a preços competitivos.

A história da nova fábrica paulistana começou quando o comerciante de discos Clênio Lemos encontrou num ferro-velho quatro prensas de vinil da marca Hamilton, fabricadas em 1954. Ele as comprou e convidou Michel Nath para ser seu sócio. Tempos depois, Clênio resolveu se mudar do país por questões pessoais e vendeu sua parte das prensas a Nath, que foi buscar gente que conhecia a fundo o mercado de fabricação de discos no Brasil para ajudá-lo a montar sua fábrica. “Sou músico e amante da música, portanto eu sei o quanto faz falta termos mais opções no Brasil para se produzir discos. 


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