
TREM DE IR EMBORA
Deixei o passarinho que cantava na minha janela cantando na minha janela. E fui. Minha cidade passava na janela sem passarinhos do trem. Deixei também a menina dos olhos pretos e seus olhos pretos olhando pra mim. Derramei-me na estrada, sobre os trilhos, fumaça nas nuvens embaçando meus olhos já embaçados de saudade grande. E fui. Tinha que ir, estudar, ser gente. Na primeira curva da estrada a fumaça se misturou com uma...