SER TÃO SERTÃO
Sou um ser do mato e gosto de ser um ser do mato. E quem é de lá canta por inteiro, não deixa verso pela metade. Nunca tive medo de perigo nem temo pelo que digo porque sou primo-irmão da verdade. Sou de onde a coragem é coisa farta, água que se bebe desde pequeno. De onde eu sou não se aparta aqueles que querem bem. Estes estão sempre juntos, somando os bem quereres. Sou sem cimento, sou de taipa, benza-deus. Nunca fui adeus, mas apenas um até amanhã, um até mais ver. Sou sempre manhã, caia a chuva ou brilhe o sol, com a alma carregada de carinho lambuzando a fruta do bem. Sou do sertão, sou sertão, um ser tão sertão.
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