domingo, 22 de julho de 2018

FINALISTA DE REALITY MUSICAL, DIEGO MORAES LANÇA CD AUTORAL

Por Pedro Galvão


O caminho mais comum para muitos artistas é começar no quase anonimato, despontar e assinar com uma grande gravadora, interessada no público já conquistado. Porém, a participação em um badalado talent show da TV pode inverter o rumo dos acontecimentos. Foi o caso do cantor paulista Diego Moraes, finalista da quarta edição do Ídolos (Record), em 2009.

Depois do programa, ele lançou seu primeiro disco pela EMI, um álbum ao vivo com releituras de clássicos da MPB. Não era exatamente o que Diego queria para sua carreira. A busca por uma nova identidade musical resultou no CD autoral e independente, cujo repertório será apresentado sexta-feira (20), na casa de shows Autêntica, em BH.

#ÉqueEuAndodeÔnibus, disponível em todas as plataformas digitais e à venda no show, é produto de questionamentos de Diego no período em que coincidiram sua saída da gigante do mercado fonográfico e as tensões sociais e ideológicas latentes no Brasil.

“É um disco sobre fossa. Não a fossa do término de um relacionamento, mas das mudanças que atravessei. Muita gente procura fazer terapia nessas situações, preferi abrir meus ouvidos dentro dos ônibus e escutar os problemas das outras pessoas, bem maiores do que os meus”, explica ele. “O disco é um reflexo do cotidiano de um jovem que tenta sobreviver feliz em um país politicamente caótico e no abismo. Fala muito de dor, contraditoriamente, com ritmos dançantes. É o segredo do brasileiro, né?”, comenta Diego. O álbum traz à tona a discussão sobre sexualidade, entre outros temas. “É uma resposta às ofensas que sempre ouvi nas ruas”, comenta, referindo-se a xingamentos racistas e homofóbicos dos quais foi alvo.

Grato ao reality show que o projetou, o cantor faz um alerta sobre a cena cultural do país. “Graças ao Ídolos, posso viver de música sem estar cantando em barzinho. Porém, enquanto os diretores não abrirem os olhos e valorizarem novos compositores para ouvirmos o que as pessoas têm a dizer, nada de novo vai se absorver no Brasil”, pondera.

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