Oriundo de uma escola onde os mestres são bambas, João Sabiá traz em seu canto aquilo que ele original mente chama de veneno venenoso, uma especie de suingue extremamente contagiante.
Por Bruno Negromonte
O artista que aqui vos apresento bebeu das mais refinadas fontes musicais e hoje traz um trabalho que se faz perceptível a clara e forte influência de nomes do soul e samba-rock nacional. Em seu suingue é perceptível elementos da Motown moldados ao suingue tupiniquim. João Luiz de Oliveira Cunha nasceu no Rio de Janeiro, em Copacabana, e ainda hoje tem a sua imagem associada ao programa no qual ficou conhecido. Ao longo da terceira temporada do reality-show denominado Fama e lá conseguiu destaque dentre os participantes apresentando-se sempre com um sorriso no rosto e com canções de sua própria lavra como "Renata, Renatinha".
João Sabiá (o apelido Sabiá surgiu na adolescência, da brincadeira com amigos) ficou conhecido depois de sua passagem pelo reality show (onde ficou em terceiro lugar), e traz algo que o assemelha a áurea fase de Bebeto, Jorge Ben, Tim Maia e Wilson Simonal, talvez por crescer envolto a vinis de família, ao som desses artistas. Os pais de Sabiá (dona Carmen e seu João), nunca deixaram faltar em casa boa música, sempre havia um vinil aqui de Wilson Simonal, outro aculá de Jorge Ben Jor, um lançamento do Chico Buarque entre discos do Tom Jobim e do Bebeto, entre outros artistas que faziam a trilha sonora da família. João e o seu irmão mais velho Guiga souberam aproveitar e processar muito bem essas experiências musicais vividas.
Cerca de 3 anos antes do reality-show, no início de sua carreira, iniciada profissionalmente aos 20 anos de idade, entre bares da Zona Sul e da boêmia Lapa, Sabiá já fazia um som black ao lado da banda 5 no Brinco. "My black, minha nega" é o segundo álbum de Sabiá, o primeiro (Pisando de Leve) nasceu em junho de 2006 via Robdigital e foi lançado logo após a sua participação no programa global. Produzido em parceria com Paulinho Soledade traz canções de sua autoria (como a bastante divulgada "Renata, Renatinha"), outras em parcerias e algumas regravações como "País tropical", "Nega de Obaluaê" (de autoria do Wando e gravada pelo autor em 1975), "Deixa Isso pra Lá" entre outras. Este primeiro álbum teve repercussão internacional oi lançada no mesmo ano no Japão (Argus Label) e na Espanha (Disc Medi).
Já "My black, minha nega" traz como principal característica um João Sabiá integralmente compositor, onde das 13 faixas o artista está presente na assinatura de todas elas. Seja em parceria com o compositor Fernando Romero, seja em parceria com o seu irmão Guiga Sabiá. Aliás, esta parceria entre irmãos na música vem de longas datas, antes mesmo do sucesso alcançado posteriormente ao programa televisivo. Vale salientar que João, aos 17 anos, já cantava e montava seus projetos musicais com o irmão como por exemplo a Swingability, que já flertava um tipo de som que tinha como característica elementos da black music.
Com o passar do tempo João Sabiá sedimentava-se cada vez mais no campo musical e isso gerou como consequência o abandono da faculdade de radiojornalismo em favorecimento a carreira artística, principalmente depois de suas parcerias que geraram a banda 5 no brinco até culminar em em sua participação no programa global, que consequentemente gerou uma maratona de shows e trabalhos na TV (entre eles as duas temporadas da minissérie "Hoje é dia de Maria" (Rede Globo), "Vidas Opostas" (Rede Record), "Paraíso" (Rede Globo) e o longa-metragem "Espiral").
Influenciado por alguns dos principais movimentos musicais dos anos 70, como por exemplo a popular "pilantragem" encabeçada pelo saudoso Wilson Simonal, o álbum "My black, minha nega" traz muito funk em sua essência e mostra com maestria o rumo que, em outrora, o tão popular samba-rock tomou. Neste misto de ritmos Sabiá sabe como ninguém evocar os grooves e ritmos como o funk e soul traduzindo de maneira singular o melhor de um som que podemos batizar como black-samba. Com o produtor e baixista Léo Guimarães e as canções traduzem esse contagiante universo musical tipicamente brasileiro.
O álbum foi concebido de maneira caseira e talvez por isso as coisas vieram composta por uma singeleza que o faz interessante. Na primeira faixa João já dá a dica através dos versos de "Black samba baby": "Se você quiser, quiser me entender tem que escutar samba soul...". Se você compreende a linguagem a qual o artista se propõe a apresentar as coisas decorrem de maneira vigorosa, de maneira que em "Samba de leve" o suingue já está tomando conta de forma consciente de nossos gestos. A mulata que protagoniza a canção com o seu gingado prepara o terreno para na faixas seguintes o samba-rock tomar conta. A forte influência dos grandes nomes do gênero que Sabiá abraçou e tem em "Mesmo que seja longe" seu porto seguro. A canção (um tema de amor), mostra uma melodia que não deixa nada a desejar aos grandes seus grandes mestres. O álbum segue com "Coisinha danada" (faixa escolhida para a produção do videoclipe que tem como diretor o Pedro Von Krüger de Oliveira e quem o protagoniza são os atores Alexandre Rodrigues e Carolina Oliveira) e traz como enredo um sujeito apaixonado pela filha da patroa, onde a partir daí desenrola-se toda a trama.
As faixas seguintes mostram como as novas gerações da música brasileira assimilaram a gênese do samba-rock e soul implementadas pelos grandes nomes da década de 60 e 70 de maneira inovada sem perder absolutamente nada daquilo de outrora. Em "A noite vai dizer" os grooves chamam a atenção de uma letra que traz a esperança como tema norteador. No samba-rock "Vai ser mole não" o artista relata lembranças que um grande amor pode nos trazer a partir de diversas situações. Em "Nega bonita" a protagonista é convidada por Sabiá para arrastar a sandália de prata e mostrar todo o seu gingado no samba e sua peculiar felicidade estampada no rosto.
O álbum segue com "Melhor me garantir", "Pode perguntar" e "Seu Zé". Na primeira canção o artista toma uma enérgica atitude cobrando uma posição da amada a partir de um ultimato sob as recomendações de que mesmo havendo a preferência a fila pode vir a andar. Na segunda o que chama a atenção é o naipe de metais e a sonoridade da faixa e por fim outro samba-rock que traz um personagem de tipo comum a tantos brasileiros até mesmo pelo nome. Seu Zé Vicente chega na segunda-feira ainda cheirando a saideira sem ao menos saber se explicar o motivo de tão longa ausência.
As faixas seguintes mostram como as novas gerações da música brasileira assimilaram a gênese do samba-rock e soul implementadas pelos grandes nomes da década de 60 e 70 de maneira inovada sem perder absolutamente nada daquilo de outrora. Em "A noite vai dizer" os grooves chamam a atenção de uma letra que traz a esperança como tema norteador. No samba-rock "Vai ser mole não" o artista relata lembranças que um grande amor pode nos trazer a partir de diversas situações. Em "Nega bonita" a protagonista é convidada por Sabiá para arrastar a sandália de prata e mostrar todo o seu gingado no samba e sua peculiar felicidade estampada no rosto.
O álbum segue com "Melhor me garantir", "Pode perguntar" e "Seu Zé". Na primeira canção o artista toma uma enérgica atitude cobrando uma posição da amada a partir de um ultimato sob as recomendações de que mesmo havendo a preferência a fila pode vir a andar. Na segunda o que chama a atenção é o naipe de metais e a sonoridade da faixa e por fim outro samba-rock que traz um personagem de tipo comum a tantos brasileiros até mesmo pelo nome. Seu Zé Vicente chega na segunda-feira ainda cheirando a saideira sem ao menos saber se explicar o motivo de tão longa ausência.
Na trilogia final das canções há "Vem sambar comigo", um estimulante convite feito pelo artista para a amada que acaba contagiando a todos pela sonoridade da faixa; "Vai Ficar bem", faixa de letra simples, porém com um suingue conquistador desde o primeiro acorde da canção (esta mostra clara influência do saudoso Tim Maia a partir dos vigorosos grooves de baixo e naipes de metais). Por fim, como faixa-bônus vem a canção "You should ask me" para trazer como lembrança a origem de tudo: as grandes canções da Motown.
Todo o suingue comandado sob liderança de Sabiá traz também no apoio Mafran do Maracanã (percussão), Léo Guimarães (Baixos synth e baixo elétrico), Fred Ferreira (guitarras), Rodrigo Tavares (teclados, talk box e vocoder), Digão (hihat e tons), Fabiano Segalote (trombone e arranjos), Lívia Nestrovski (vocais), Maico Lopes (trompete), Bruno Marques (sax tenor), Arimatéia (trompete), Henrique Band (sax tenor), Tuca Alves (cavaquinho), Maxwell de Paula (arranjos), Bruno Migliari (baixo), Cláudio Costa (guitarra), Juju Gomes (vocais), Marquinhos, o sócio (vocais), Wagner Bala (baixo), Ney Conceição (baixo), Jorge Aílton (vocais), Rodrigo Scofield (bateria) e Micheline Cardoso (vocais) executando as faixas as quais estão imbuídas todas as grandes influências das quais a música de Sabiá foi composta. Afaste o sofá da sala, liguem o aparelho de som e deixem a música desse artista tomar conta do ambiente, ateste o quanto ela é contagiante! Vale a pena curtir esse som contemporâneo e sincopado! Salve o veneno venenoso! Salve o suingue de Copacabana que você não se engana!
Maiores informações:
Site Oficial: http://www.joaosabia.com.br/
Youtube: http://www.youtube.com/SABIAVIDEOS
Myspace: http://www.myspace.com/joaosabia
Twitter: https://twitter.com/#!/joao_sabia
Facebook: http://www.facebook.com/joaosabia
Contato para shows:
Guacira Abreu
55 21 7895-2125 ID 24*38732
guaciraabreu@uol.com.br
O álbum pode ser adquirido nos seguintes endereços:
Lojas Americanas:
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