quinta-feira, 6 de agosto de 2020

MARACANÃ, UM SETENTÃO COM MUITA MÚSICA PARA CANTAR

Por Eduardo Lamas


No último dia 16 de junho, o ex-maior estádio do mundo completou 70 anos de inauguração. Construído em apenas 22 meses para ser o principal estádio da Copa do Mundo de 1950, o Maracanã foi inaugurado ainda cheio de andaimes e entulhos, com um jogo entre Cariocas e Paulistas. Este personagem gigantesco, com uma grandiosa História muitas vezes contada e recontada, foi e é também muitas e muitas vezes cantado, como na música que Francis Hime compôs com o poeta Paulo César Pinheiro, dando como título, como tantas outras, o nome do estádio.


  • Colosso do Maracanã - Vagalumes do Luar

    Detentor de recordes e mais recordes, recebeu 200 mil pessoas, números não oficiais - e impensáveis hoje em dia -, na final do Mundial de 50, no qual o Brasil foi vencido de virada pelo Uruguai, por 2 a 1, sob estrondoso silêncio da torcida brasileira. E logo no início já ganhou uma homenagem de Ari Machado e Anthony Sergi, o Totó, sob o título de “Colosso do Maracanã”, gravada pelos Vagalumes do Luar, em disco de 78 rotações.
    Baila Com Vinhas (faixa 1)


    São inúmeros os dias inesquecíveis, de glória e tristeza para personagens famosos e anônimos, principalmente de Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo e da seleção. Do Maracanã, a seleção brasileira partiu classificada para vencer as Copas de 58, 70 e 94, foi lá que nasceu o gol de placa dos pés mágicos de Pelé, foi também onde o Rei do Futebol marcou o seu milésimo gol. Ainda no clima do velho estádio, em 1982, Luiz Carlos Vinhas gravou um instrumental “Maracanã” cheio de balanço e alegria, retratando muito bem nesta composição de Paula e Vieira os grandes dias de festa do futebol no Maraca.

    Várias plásticas foram feitas no agora setentão, mas a magia de alguma forma permanece, principalmente por sua mística e sua História. Palco de duas finais de Copa do Mundo; da Copa Rio, prévia dos Mundiais de Clubes; das finais dos mundiais vencidos pelo Santos e pelo Corinthians; das despedidas de Pelé da seleção, e de Mané Garrincha, Zico (seu maior artilheiro com 333 gols em 435 jogos) e Roberto Dinamite, da abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, onde também houve a conquista da primeira medalha de ouro olímpica do futebol brasileiro, o estádio mais importante do país tem íntima relação com a música. E não só por ser tão homenageado pelos artistas da MPB. O Maracanã também recebeu grandes shows internacionais de música, tais como os de Frank Sinatra, Paul McCartney, Rolling Stones, Madonna, além das atrações do Rock in Rio de 1991, com grandes nomes brasileiros incluídos.

    Fechado por causa da pandemia do coronavírus, seguindo as recomendações médicas de todo o mundo, os domingos cariocas têm ficado ainda mais vazios. Afinal, domingo sempre foi dia de Maracanã, como bem compôs Pedro Paulo.


Quando reabrir, certamente as torcidas voltarão com seus gritos e a cantar os mais diversos tipos de música, seja para incentivar o seu time, seja para provocar o adversário. Isso sempre ocorreu, mas há uma composição em especial, gravada pela primeira vez em 1979, que teve o poder de fazer do Maraca seu personagem principal e também ser entoada aos berros inúmeras vezes, dentro e fora do estádio. Olha o Neguinho da Beija-Flor aí, gente!



Em junho voltaremos com mais um aniversário importantíssimo, não perca. Agradeço mais uma vez o seu prestígio, cuide-se bem e fique em casa.

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