Por Xico Bizerra
SÁBADOS
Como eram bons os meus sábados, longe da escola, do professor durão e do diretor que adorava me suspender. Só porque eu pulava o muro e ia embora antes de a aula terminar. Eu que nunca botei areia no tanque de seu Gordini marrom, que ficava parado lá atrás da Secretaria, longe de seus olhos vigilantes. Sábados de altas conversas com os passarinhos e as borboletas. E, para cada sábado feliz, um domingo avexado e sorrateiro na esquina, aguardando o desamanhecer, sua hora de chegar, anunciando que a segunda-feira estava por vir. No relógio do tempo a semana é cheia de sábados passados e de outros tantos que estão por vir, sem terças ou sextas-feiras, pois o coração da gente sabe nada, nadinha, de calendários: só entende de alegrias e saudades, de flores e de partidas, de encontros e de lágrimas, de amor e desamor. Entende nada das Quintas. Nem das Quartas-Feiras. Não sabe o que é tempo. Mas adora os Sábados.
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