sábado, 4 de julho de 2020

SILVIO CÉSAR E SUAS HISTÓRIAS

Em comemoração aos 80 anos do cantor e compositor o Musicaria Brasil relembra algumas de suas histórias



MOMENTO FELIZ

Jorge Vercillo e eu temos algo em comum, além da música: A cantora Leda Barbosa.

Ela é tia do Jorge e minha madrinha musical. Quando comecei a carreira, fui cantar na orquestra do maestro Waldemar Spillman e Leda era a cantora da banda.

Ficamos amigos, ela me levou ao Beco das Garrafas e me apresentou ao Gigi, um dos donos do bar Baccara, o bar da moda no Rio, muito bem frequentado por personalidades com Samuel Wainer (com Danuza), Sérgio Porto - o Stanislaw Ponte Preta, o compositor Antonio Maria e outros.
Eles estavam procurando alguém para substituir a Dolores Duran, que havia sido contratada pelo Little Club, outro bar no mesmo Beco, um pouco mais adiante.
Cantei uma música, eles gostaram e fui contratado.

Depois disso, me desliguei da orquestra do Spillman, o tempo passou e eu não mais encontrei a Leda. A gratidão e a amizade permaneceram.

Em 2011 lancei uma coletânea de duetos com o Tom, o Chico, o Emilio, o Pery, o João e o Diogo Nogueira, a Jane Duboc, o Hermeto Paschoal, o Altay Veloso, a Leny Andrade e o Jorge Vercillo.

O Ricardo Cravo Albin me ofereceu um coquetel de lançamento no Instituto Cravo Albin, na Urca, um dos lugares mais bonitos que conheci.

Como o Jorge era um dos meus convidados, pedi a ele que, se fosse possível, levasse a Leda.

Ele disse que ela andava adoentada, que quase não saia de casa, mas que faria de tudo para levá-la.

E cumpriu a promessa.

Ela subiu, gloriosa, as escadarias do Instituto, nos braços dos amigos, acomodou-se e reinou absoluta e serena durante toda a noite, iluminando a festa e os nossos corações com seu sorriso lindo de amor e bondade.

E me proporcionou uma alegria inesquecível.

Hoje, Ledinha está no Céu, que é o seu lugar.

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