SOFIA FELIZ
Sofia adorava poesia. Sofia gostava da vida. Ela nunca deixou que o verso virasse pó. Fez de tudo, sempre, para que o verso se tornasse flor e enchesse de cheiros sua vida. Jamais permitiu que o poema se transformasse em escuro. Exigiu que a poesia se transmutasse em luz e enchesse a sua vida de alegrias. Em nenhuma circunstância Sofia consentiu que o dia fosse tédio. Impunha sempre um dia de risos e converteu a vida em amor. Sofia foi feliz, com cheiros, alegrias e amor. Sofia assim viveu, abastecida de luz, até o dia em que a poesia se foi. Nunca escreveu um soneto, uma poesia. Sofia era, sobremaneira, um poema bem escrito em uma canção cujo tema era o amor. Só os surdos não a viam.
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