sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PARA CADA DÉCADA UM PRESENTE

Para comemorar duas décadas de carreira fonográfica solo, Affonsinho vem apresentando ao grande público dois projetos: "Depois de agora" e "Trópico de peixes", álbum este que conta com a adesão de grandes nomes da cena musical contemporânea



Por Bruno Negromonte




A palavra de ordem é inspiração. Pelo menos é o que melhor deixa transparecer neste momento em sua carreira o cantor, compositor e instrumentista Affonso Heliodoro dos Santos Júniorou melhor, Affonsinho, nome que ao lado de Arnaldo Brandão, do poeta Tavinho Paes e do baterista Pena formaram nos idos anos da década de 1980 o Hanói-Hanóibanda de rock n' roll que esteve na crista da onda neste período em que houve de fato a popularização e sedimentação do gênero em nosso país. Responsáveis em 1986 pelo estrondoso sucesso da canção "Totalmente demais", de autoria do cantor e compositor Caetano Velosoo primeiro LP do grupo também continha a faixa "Blablabla Eu Te Amo", que veio a ganhar popularidade através da interpretação de cantor e compositor Lobão Após este álbum o grupo ainda gravou mais quatro álbuns: um em 1988 (cujo repertório continha "O Tempo Não Pára", parceria de Brandão com Cazuza); outro dois anos depois cujo título foi "O Ser e o Nada", em 1992 apresentou ao público "Coração Geiger" e por fim, em 1995, o álbum "Credus", disco contendo gravações feitas durante uma turnê em 1993Ainda na década de 1990 o grupo se desfez e Affonsinho resolveu seguir carreira solo lançando o seu primeiro álbum em 1994. Com o título de "Tudo Certo?", o disco que apresenta catorze faixas e traz de modo bastante evidente a profícua parceria entre Affonsinho e o compositor e instrumentista mineiro Chico AmaralDe lá até os dias atuais somam-se mais alguns títulos, dentre eles,  lançado no Brasil e no Japão, os álbuns "Esquinas de Minas" (2002) e "Esquinas de Minas – Dois Lados da Mesma Viagem" (2003), projetos que abrangem alguns dos compositores que contribuíram para tornar o movimento do clube da esquina como um dos mais representativos, expressivos e relevantes da música produzida não apenas em Minas Gerais, mas em todo o país. 




Formado em jornalismo e ex-aluno da famosa Berklee College of Music (USA), o talento de Affonsinho não restringe-se a música. Além de cantar, produzir, ensinar (foi professor de guitarra de Samuel Rosa) e tocar (o músico é considerado por muitos como um dos melhores guitarristas em atuação no Brasil); o artista é autor de “Gentil Loucura”, primeiro sucesso que o grupo mineiro Skank obteve em 1992. Em 2006 Affonsinho chegou a atuar na teledramaturgia brasileira. Foi ele quem deu vida a César Prates, um dos grandes amigos do ex-presidente Juscelino Kubitschek na minissérie JK, da Rede Globo de televisão. Quanto à música faz-se de modo perceptível o dinamismo ao qual Affonsinho a conduz. Passeando por pairagens bastante distintas daquelas que estamos habituados a vê-lo, o artista transita pelos mais variados gêneros sem descaracterizar-se nem perder a sua identidade musical como foi possível atestar nos anos de 2002 e 2003 onde evidencia-se que a sua arte não prende-se a rótulos e gêneros; sendo apenas capaz de fazer concessão àquilo que acredita. Definindo aquilo que faz como "bossa pop com pegada de blues", o músico mineiro procura mostrar características que tornam o seu trabalho bastante coerente e condizente com aquilo que o seu público espera como evidencia-se de modo bastante claro também nestes mais recentes projetos fonográficos: "Depois de agora" e "Trópico de peixes", sendo este o disco ao qual vamos nos atentar e nos deter. Com doze faixas, o disco apresenta-se não apenas como uma celebração por duas décadas de carreira fonográfica do artista, mas também como um registro sonoro da aglutinação de talentos que vem marcando seus álbuns tal qual o disco "Zague Zeia", que lançado em 2011, traz características semelhantes.


"Trópico de peixes" abre com "A felicidade é senhora", parceria com o cantor e instrumentista carioca Celso Fonseca, que participa da faixa na guitarra e nos vocais. O disco segue com "Cozailoviu", duo com Alexia Bomtempo que remete-nos aos standards americanos; o samba chega ao som de "Astronauta e jasmim" que conta com a participação especial de Verônica Ferriani nos vocais reiterando o clima aglutinador deste projeto que conta ainda com a participação especial de Marina Machado nos vocais da faixa "Deixa". A balada "Flores pra ela" mostra toda sutileza a favor da arte e, de fácil refrão, "Delicada" nos dá a impressão que trata-se de alguma canção de nossas reminiscências e que agora temos a possibilidade de ouvir novamente. O disco ainda conta com a original e swingada "Nem Freud, nem 007", "Quando a estrela pulou", "Só pra dançar", "Lá em yesterday" e "Aconteceu, mas nem...". Com uma única exceção ("Ela não é triste", parceira com Frederico Heliodoro), todas as canções existentes no álbum são da lavra do artista mineiroQuanto a tessitura do disco, além dos vocais, Affonsinho é responsável pelos violões guitarras. Além dele, a sonoridade de "Trópico de peixes" conta com Frederico Heliodoro (baixos e vocais e violão solo na faixa"Ela não é triste"); Christiano Caldas (pianos, teclados e programações); Felipe Continentino (bateria) e os vocais de Malvina LacerdaPéricles GarciaBob Tostes e Elisa Paraíso .

Como é possível observar, Affonsinho mostra-se bastante dinâmico ao evidenciar tudo aquilo que acredita a partir de letras e canções inspiradas. Herdeiro do clube da esquina, o músico mineiro tem ciência que cabe a sua geração não apenas dar continuidade a excelência que a música do seu estado propagou com tal movimento, mas também de sua responsabilidade enquanto elo para a nova geração de artistas que vem surgindo ao longo dessas duas décadas as quais vem se dedicando aos discos. Ciente que a fonte na qual continua a beber é profícua e diversa, Affonsinho pauta seu trabalho em cima de características sonoras bastante peculiares que acabam por destacá-lo. Naquilo que faz, o artista deixa transparecer que sua arte por si só lhe basta. Prezando pela qualidade, o artista mostra-se capaz de vaguear pelos mais distintos gêneros e influências tal qual um habilidoso alquimista.  Tal possibilidade o habilita a as mais diversas alquimias sonoras. Feito este que só faz-se possível quando o artista entrega-se sem pudor nem mistérios à sua arte. Em síntese pode-se afirmar que o artista é constituído por música em uma intrínseca relação de amor e cumplicidade que o arremata e consequentemente faz com que possamos nos arrematar também de modo tão prazeroso. 


Maiores Informações:

Site Oficial - http://www.affonsinho.com.br/

Grooveshark - http://grooveshark.com/#!/profile/Affonsinho/22298353

Museu Clube da Esquina - http://www.museuclubedaesquina.org.br/affonsinho/

Rdio - http://www.rdio.com/artist/Affonsinho/

Imusica - http://www.imusica.com.br/artista.aspx?id=105260


Amazon - http://www.amazon.com/Affonsinho/e/B001LHSDD2

Facebook - https://www.facebook.com/affonsinho.heliodoro

Myspace - https://myspace.com/affonsinho

Youtube - https://www.youtube.com/channel/UCDrzkuGfwnZRmKclqVRav-Q

Tnb - http://tnb.art.br/rede/affonsinho

Blogspot - http://affonsinho.blogspot.com/

Soundcloud - https://soundcloud.com/affonsinhoheliodoro

Cifraclub - http://www.cifraclub.com.br/affonsinho/

Belo Horizonte:
http://www.belohorizonte.mg.gov.br/bh-primeira-vista/estilo-de-vida/arte-e-cultura/musica/affonsinho


Online:

Rádio UOL - http://www.radio.uol.com.br/#/artista/affonsinho/80315

Itunes - https://itunes.apple.com/br/artist/affonsinho/id218965422

Deezer - http://www.deezer.com/artist/1269569

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