segunda-feira, 4 de agosto de 2014

PAULINHO PEDRA AZUL - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Dono de múltiplos talentos, Paulo Pedra Azul é sinônimo de coerência ao apresentar singulares trabalhos pautados em letras e canções  endossadas de poesia e lirismo que o fazem ser considerado um artistas mais querido em Minas Gerais



Por Bruno Negromonte



Artista nascido na região mineira do vale do rio Jequitinhonha, Paulinho Pedra Azul chega aos sessenta anos como um patrimônio artístico do seu estado natal. Difícil não associar Minas Gerais à obra do artista. E essa característica encontra-se vem ao longo de toda a sua trajetória desde o primeiro disco "Jardim da Fantasia" lançado em 1982 pela RCA Victor e responsável por alçar o cantor e compositor mineiro ao panteão da música mineira. Vale ressaltar que apesar de Paulinho Pedra Azul ter se destacado como cantor e compositor, não foi este o seu primeiro contato com o universo artístico, uma vez que ainda criança o pequeno Paulinho teve contato com as artes plásticas. Daí em diante tomou gosto pela coisa e ao final adolescência já estava participando de alguns festivais musicais existentes no Vale do Jequitinhonha com o grupo "The Giants", onde executava sucessos da Jovem Guarda e The Beatles nas festas e bailes da região com o impressionante repertório de cerca de 250 canções. Vem desta época, ainda no “The Giants”, as primeiras composições que hoje formam um apanhado de beleza e inspiração que, de certo modo, reflete-se em sua obra até os dias atuais. Com a carreira sedimentada a partir de uma produção fonográfica caracterizada substancialmente por uma independência artística, Paulinho vem preparando-se para lançar o seu primeiro DVD, um trabalho comemorativo pela passagem dos seus 30 anos de estrada e que conta com adesão de nomes, entre outros, como o do Padre Fábio de Melo e do Rogério Flausino, do Jota Quest como ele nos confidenciou nesta entrevista exclusiva.



São sessenta anos de vida e mais da metade destes dedicados as artes, em especial a música e a literatura. Quais as maiores lições extraídas ao longo dessas seis décadas que hoje você carrega consigo em sua vida profissional e pessoal?

Paulinho Pedra Azul - 60 anos de vida é 60% de um caminho percorrido em vida, onde aprendemos, erramos, acertamos e colhemos frutos que plantamos, para a continuação do viver.


O seu envolvimento com as artes o acompanha desde sempre ao longo de sua biografia. Primeiro através das artes plásticas e posteriormente através da literatura e da música. Quais as suas reminiscências mais antigas dessa relação tão intrínseca?

PPA - Sempre gostei de artes. A pintura me relaxa e me faz concentrar. A literatura nos faz viajar e sonhar e a música nos aproxima de Deus. 


Qual foi o momento que você percebeu que o seu envolvimento com a arte de modo geral era um caminho sem volta?

PPA - Quando uma professora do primário me deu nota máxima numa redação. 


Leon Tolstoi certa vez afirmou: "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia". Essa afirmação do escritor russo é possível observar em sua obra de modo substancial desde o seu primeiro trabalho. Quais são as grandes influências que, de algum modo, corroboraram para caracterizar sua arte dessa forma?

PPA - Tolstoi só esqueceu de dizer que já está quase no momento de eu voltar para minha aldeia. Ela nunca saiu de mim. É minha maior fonte de energia. 


Muitos conhecem o Paulinho Pedra Azul como cantor e compositor, no entanto o Paulinho escritor antecede o ofício que o tornou mais conhecido em todo o país. Dentro do universo literário você vem atuando desde 1978, no entanto, segundo pesquisa realizada na internet, há dez anos que você não publica nenhum livro. Abandonou o seu lado escritor ou o mesmo apenas adormeceu temporariamente?

PPA - Adormeceu temporariamente, mas já estou com ideias novas para 2 livros, infantil e infanto juvenil. 





Ao longo dessas três décadas de carreira você traz como uma das características mais marcantes a sua independência fonográfica em uma época que não ter seu nome vinculado a uma grande gravadora era quase que o passaporte para o insucesso. Você conseguiu provar que o contrário era possível. O que o levou (e o leva ainda hoje) a sempre procurar manter essa postura junto ao mercado?

PPA - O mercado de gravadoras (com raríssimas exceções), não tem compromisso nenhum com a educação musical. Quanto pior, mais elas investem e tiram oportunidades de quem quer ouvir músicas de boa qualidade. É a guerra da ganância e da exploração. Cairão todas em breve. Aguardem! 


Você sente-se profissionalmente realizado ou ainda falta algo a ser conquistado? 

PPA - Me sinto sempre em realização. Não podemos parar de sonhar e realizar. É um trabalho eterno. 


O fato de estar longe dos grandes canais midiáticos não o impede de figurar entre os artistas mais conhecidos de Minas Gerais. Uma prova dessa afirmação foi a pesquisa feita pela AMAR (Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes), que o destacou como o segundo cantor mais conhecido de Minas Gerais, perdendo apenas para Milton Nascimento. Há, em sua opinião, alguma explicação plausível para esse carinho e reconhecimento do público mineiro ao seu trabalho?

PPA - Isso vem do trabalho. De acreditar nele e formar um público especial, que sempre se faz presente aos meus shows. Esse público me faz viver e acreditar sempre, que vale à pena cantar e compor. 


Em 2004 você lançou o álbum “Os 50 Anos de Paulinho Pedra Azul”, em 2014 haverá algum projeto temático neste sentido?

PPA - Estamos preparando uma coletânea com 120 músicas remasterizadas e 2 livros; um com 150 poesias dos livros lançados e 150 poesias inéditas, para comemorarmos meus 60 anos. É um projeto de lei que estamos em fase de captação, pois já foi aprovado.


Não seria a hora de um registro em DVD para celebrar a data?

PPA - O DVD e CD já estão em fase final de montagem de imagens, mixagem, projeto gráfico, etc. Devem ser lançados em 2015. O DVD e o CD são comemorativos aos meus 30 anos de carreira. Abs e obrigado por essa oportunidade. Paulinho Pedra Azul. 

Obs: O DVD e CD dos meus 30 anos de carreira, foram gravados no Palácio das Artes em BH, com participações de Padre Fábio de Melo, Rogério Flausino do Jota Quest, Célio Balona, Aggeu Marques, Mauro Mendes, Grupo Sarau Brasileiro e uma banda maravilhosa com 6 músicos.


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