quarta-feira, 27 de agosto de 2014

EM FRANCA ASCENSÃO, INDÚSTRIA DO VINIL ANUNCIA AUMENTO SURPREENDENTE NAS VENDAS

A maior fábrica americana anunciou que reforçará seu número de prensas em mais de 53%



Polysom teve aumento de 126% nas vendas desde março, em meio à popularização das bolachas e das feiras

Em franca ascensão, a indústria do vinil recebeu boas notícias no Brasil e no exterior nas últimas semanas. Por aqui, a única fábrica de long plays da América Latina, a carioca Polysom, anunciou um aumento surpreendente de 126% nas vendas de discos entre março e abril.

A Feira de Discos de Vinil do Rio de Janeiro, que hoje é uma das maiores do Brasil, prepara sua 10ª edição. No Record Store Day do último 19 de abril, a Inglaterra registrou seu maior número de vendas da história. Já a maior fábrica de vinis dos Estados Unidos, a United Record Pressing, anunciou que vai instalar mais 16 prensas a seu maquinário atual de 30.

Em 2013, a Polysom havia vendido um total de quase 59 mil unidades – cerca de 40,5 mil LPs e 17,8 mil compactos. Comparando o período de janeiro para cá com o mesma época do ano passado, houve crescimento superior a 81%. João Augusto, consultor da Polysom, ficou surpreso com os resultados.

— As 42 fábricas existentes no mundo não estão dando conta dos pedidos e mercados. Apesar da Copa e das eleições, que historicamente afetam muito as vendas, a previsão é que o crescimento em 2014 seja representativo em seu total — conta. — Esse aumento acompanha uma tendência mundial de busca pelo formato. A impressão que se tem é que uma nova escala de consumidores tem procurado alternativas ao digital, meios de audição que permitam uma nova experiência com música. E o vinil reúne beleza e som extraordinário.

Reativada em 2009, a Polysom passou a operar no lucro somente em 2012. João Augusto lembra que o aumento físico das gôndolas de vinil nas livrarias é visível nos últimos anos. Segundo ele, a empresa continuará fazendo “grandes parcerias com as gravadoras” para lançar novos títulos e trazer cada vez mais novas versões de clássicos da música brasileira.


Prestes a completar sua 10ª edição no próximo dia 1º de junho, a Feira de Discos de Vinil do Rio de Janeiro é considerada por lojistas e colecionadores uma das mais importantes congregações de fãs das bolachas. Nem mesmo a última experiência, em pleno dia de final do Campeonato Carioca, prejudicou a feira, que fez seu evento mais dinâmico. Foram diversos shows e exposições, além de dezenas de expositores oferecendo vinis novos, antigos e raros a preços acessíveis.



Um dos organizadores da feira, cuja próxima edição ocorre no colégio Bennett, no bairro do Flamengo, Marcello Maldonado comprou em outubro passado um espaço clássico em Copacabana, a Satisfaction Discos. Prestes a completar 30 anos, a loja foi reaberta em março, e Maldonado pretende reviver por lá o espírito do vinil através de diversos eventos.

— É um momento de reestruturação, sem muito foco no lucro a curto prazo. Um dos projetos que temos engatilhado recupera os capistas da MPB nas décadas de 60 e 70, fazendo parcerias com eles e produzindo linhas de camisetas, entre outros. Também já fechamos para a gravação de programas dentro da loja.


Seguindo o modelo do exterior
A United Record Pressing, maior fábrica de vinis dos Estados Unidos, anunciou um aumento considerável em seu maquinário. A companhia de Nashville, no Tennessee, construirá um novo armazém para acrescentar 16 prensas a seu contingente total, que é atualmente de 30. A maior do mundo, a holandesa Record Industry, tem 33 e produz 30 mil discos por dia. A própria United Record se instalou recentemente em um armazém de 13,1 km².

Outro acontecimento fundamental para o disco de vinil, a Record Store Day é realizada anualmente no terceiro sábado de abril. Na última edição, no dia 19, o Reino Unido registrou seu maior número de vendas na história. Foram mais de 245 lojas participando das promoções, com um aumento de vendas de 30% em relação a 2013. No país, o número de vendas anuais do vinil chegou a 780 mil em 2013. O evento foi criado em 2007, nos EUA.

As recentes altas dos discos de vinil não são novidade: o número tem aumentado constantemente nos últimos anos. Se em 2012, somente nos Estados Unidos, foram vendidas 4,6 milhões de bolachas, em 2013 o número cresceu para 6 milhões em 2013, mais de 30%. No mesmo período, os CDs caíram 15%. A quantia ainda é minúscula, se comparada ao número de vendas das outras mídias. Respectivamente, CD e downloads digitais comercializaram 165 e 118 milhões de discos.


Fonte: Neanderthal News

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