Por Joaquim Macedo Junior
GRANDES MÚSICOS/COMPOSITORES ERUDITOS-POPULARES DO NE – ANTONIO MADUREIRA
Antonio Madureira e ponto!
Poucos estados oferecem tanta gente boa para as artes e o pensamento brasileiros com o Rio Grande do Norte. Apenas para refrescar a memoria: Cussy de Almeida, os Madureira, Câmara Cascudo e por aí vai.
Hoje, me redimo e finalmente falo de Antonio Madureira, a quem sempre admirei, respeitei, mas nunca o tinha trazido para esta coluna individualmente.
Antônio José Madureira nasceu em Macau (RN), em 1949, mudando-se para o Recife aos 19/20 anos.
É músico, maestro, violonista e compositor, que associou a música erudita à, em 1970, juntamente a Ariano Suassuna.
Ponteado – Antonio Madureira
Integrou o Quinteto Armorial, com o qual lançou quatro discos: “Do Romance ao Galope Nordestino” (1974); “Aralume” (1976); “Quinteto Armorial” (1978); e “Sete Flexas” (1980).
Nordestina – Antonio Madureira
Pesquisador nato das mais profundas raízes da música popular do nordeste, fez além do curso de violão na Escola de Belas Artes do Recife/PE, o curso de contraponto e harmonia na Escola Jaime Padre Diniz e Etnomusicologia e regência.
Romance da Nau Catarineta – Antonio Madureira
Alguns trabalhos de Antonio Madureira com Instrumentos populares do nordeste ; “O Baile do menino Deus”; “Bandeira de São João”; “Opereta do Recife”; “Brasílica, o romance da Nau catarineta”.
Antonio Jose Madureira
Após à dissolução do grupo, continuou sua carreira musical, marcada pela convergência entre o erudito e o popular, através dos discos Brasílica – O Romance da Nau Catarineta (1992), com Cecília Didier; Romançário (1996), com Rodolfo Stroeter; da criação do Quinteto Romançal, com os discos Ancestral (1997) e No Reino da Ave dos Três Punhais (1999); e mais recentemente no disco Segundo lançou Romançário (2009), com Sérgio Ferraz.
Movimento Armorial
Mestre Ariano
O Movimento Armorial foi uma iniciativa artística de se criar uma arte erudita, a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.
Um dos seus fundadores e diretores foi o escritor Ariano Suassuna. Procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.
“A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos “folhetos” do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus “cantares”, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados”. (Texto de Ariano Suassuna, no Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975).
O Movimento surgiu com a colaboração de um grupo de artistas e escritores do Nordeste do Brasil e o apoio do Departamento de Extensão Cultural da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco.
Teve início no âmbito universitário, mas ganhou apoio oficial da Prefeitura do Recife e da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.
Foi lançado oficialmente, no Recife, no dia 18 de outubro de 1970 (fará 48 anos este mês), com a realização de um concerto e uma exposição de artes plásticas, realizados no Pátio de São Pedro, no centro do Recife.
Segundo Suassuna, “armorial” é o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa.
Desse modo, o nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.
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