Grupo foi formado em 2016 pelo veterano Clériston Andrade
Por José Teles
A Koiza, Pedro,. Clériston, Renato e Carlinhos
A Koiza a partir das 20h, estará no Bar do Neno, homenageando os cartunistas que participarão do júri o III Salão Internacional de Humor Gráfico (SIHG): “A gente vai oferecer a música Chapéu de Touro, por ser uma canção de humor sobre uma noiva sapeca”, diz Clériston Andrade, também cartunista, e um dos integrantes da banda.
O grupo surgiu há dois anos e é formado ainda por Carlinhos Carvalho (guitarra), Pedro Henrique (baixo), e Renato Andrade (bateria). Já lançou um EP digital, e está finalizando o primeiro álbum, chama-se a Koiza, pela dificuldade dos próprios músicos para definirem o estilo que tocam: “A gente não é exatamente uma banda de rock, nem de jazz, nem blues, psicodélica, ou regional, então optamos por A Koiza”, explica Renato.
Para os que entraram na casa do “enta” (dos 40 anos em diante), Clériston Andrade é um nome conhecido. Ele tem uma longa carreira como cartunista em Pernambuco, e outra não menos longeva na música. Para ele, a Koiza é um projeto em que não se deve destacar fulano ou beltrano, porque as tarefas são feitas em conjunto pelo quarteto. Clériston já fez história na música local. Fundou a banda Delta do Capibaribe, quando surgia no Recife o movimento mangue.
Embora não tenha sido parte do manguebeat, estava no palco da primeira edição do Abril Pro Rock, em 1993, ao lado de Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. A Delta do Capibaribe também animou as noites agitadas da Soparia, de Rogê de Renor, o bar mais descolado da era mangue. Os outros músicos de a Koiza tem menos tempo de estrada. Pedro Henrique já transitou pelo rock pesado, e pelo regional, com a banda Cara de Doido de Caruaru. Entrou na banda quando ainda morava no interior. Clériston postou um “procura-se músico, no Facebook, e Pedro candidatou-se ao emprego: “Gostei muito da atitude dele. O cara vinha ao Recife para ensaiar com a gente, e logo depois voltava pra Caruaru”, elogia Clériston.
Renato Andrade é o baterista, ex-aluno de Ebel Perrelli, com participação em bandas covers e festivais de percussão (o sobrenome é de parentesco mesmo. Ele é filho de Clériston). Por fim, Carlinhos Carvalho, toca nas duas. É também integrantes dos membros da banda instrumental Mabombe. “Embora exista diferença de idade entre nós, na hora de fazer música todo mundo converge para os mesmos gostos. Quando a gente vai puxar uma música nova, ela vai chegando naturalmente, porque escutamos mais ou menos as mesmas coisas, temos esta afinidade”, explica Clériston.
MÚSICAS
A Koiza entra em cena com uma temática bem particular. Tinto Faz é uma homenagem a Baco (e sua bebida predileta), não por acaso, vinho é a bebida predileta de Clériston: “Malbec/ merlot/ cabernet/ carmenére/ poemas líquidos/ grenache/ syrah/ nebbiolo/pinot noir/ corpos complexos”. Tinto Faz é uma das faixas do primeiro álbum de A Koiza, gravado no Fábrica, com participação do guitarrista Fred Andrade, com repertório pinçado de três dezenas de canções autorais, de épocas variadas.
Noite Moleca, por exemplo, remonta a 1992, foi premiada num festival na Unicap e gravada pela primeira vez em 1995. Outra que veio dos anos 90 foi Zé da Silva. A música da banda tem um viés para o humor, com ironia, não o engraçadinho. Feito em Pensando Alto, cujo refrão brinca em cima de um hit da dupla Bruno e Marrone: “Doutor eu não estou doente/seu delegado eu não sou delinquente”.
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