Dante Ozzetti nasceu em uma família na qual a paixão pela música determinou até nomes. “Meu avô, pai de minha mãe, era apaixonado por ópera, tanto que nove, dos seus onze filhos, têm nomes de óperas. Recebi muita influência dos meus tios, dois deles eram músicos amadores; Otelo, que tocava clarinete e Dino, que tocava sanfona. E minha mãe, Lúcia, é o meu principal controle de qualidade”.
Assim, as primeiras lembranças musicais de Dante envolvem as reuniões musicais da família. “Lembro das reuniões de família com meus tios tocando, as audições dos discos de ópera, e as primeiras manifestações musicais de minha irmã, Ná Ozzetti, aos dois anos soltando a voz, espontaneamente na igreja, no casamento de uma prima”.
“Comecei a estudar piano e violão aos 14 anos. A partir dos 16 me dediquei mais ao violão, mas já tocava violão desde os 9 anos, quando compus a minha primeira música”
O primeiro professor de violão de Dante foi João da Silva Sobrinho, mais conhecido como Joãozinho Bossa Nova, com quem estudou violão clássico e popular. “Fiz a faculdade de música Fap-Arte, do maestro Bernardo Federowski. Depois, estudei na Fundação das Artes de São Caetano, e tive aulas particulares de harmonia com Luiz Roberto de Oliveira, de arranjos com Nelson Ayres e improvisação com Roberto Sion”.
Nas aulas, Dante recorda ter utilizado os métodos de violão de Abel Carlevaro, “Escuela de La Guitarra” (Ed. Barry) (n.e.: Abel Carlevaro é autor de outros métodos para violão tratando de escalas e técnicas para mãos direita e esquerda) e de Rodriguez Arenas, “La Escuela de La Guitarra”, obra dividida em 7 volumes (Ed. Ricordi).
“Utilizo desses dois métodos até hoje para os exercícios diários de aquecimento, além de algumas peças de Augustín Barrios e Villa-Lobos, que toco constantemente e que servem também para estudo”.
Diante da pergunta sobre pessoas decisivas em sua formação, a resposta de Dante revela um processo de buscas e encontros felizes.
“Eu freqüentava a minha e as aulas de outros alunos de João Bossa Nova, vários dias por semana, por alguns anos. Ficávamos tarde e noite tocando vários instrumentos, ouvindo, tirando e escrevendo arranjos. Isso foi fundamental para a minha formação.
As aulas de Luiz Roberto de Oliveira me trouxeram à luz e com profundidade, o universo musical de grandes músicos que influenciaram bastante na minha formação como Tom Jobim, Clube da Esquina, Egberto Gismonti, entre outros.
A observação e a proximidade com os trabalhos do Grupo Rumo, Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé também tiveram grande importância”.
Para Dante, o autodidatismo tem o sabor de experiências musicais compartilhadas com a irmã. “O trabalho realizado com Ná Ozzetti, em vários discos e durante anos, eu aprendi fazendo... Fui favorecido pela veia original dela, de produzir coisas novas e inéditas, puxado pela sua instigante necessidade de extrair coisas que eu mesmo desconhecia, para depois decodificá-las e enfim usá-las como matéria prima. Assim, eu aprendi a escrever também para orquestra e a fazer produção musical de gravação em estúdio”.
Sobre quais, entre os músicos com quem conviveu e convive, foram fundamentais para o músico que ele se tornou...
“Todo músico tem a sua importância e a sua influência a partir do momento em que convivemos. Posso dizer que roubo um pouquinho de cada um, suas idéias e suas maneiras de pensar e fazer música”.
Fonte: http://musicosdobrasil.com.br/
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