sexta-feira, 25 de julho de 2014

ANDRÉ RIO FAZ NOVO GIRO PELA EUROPA

O cantor pernambucano realiza turnês no verão da Europa desde 1998. Na agenda, sete shows. Ele vai apresenta na Alemanha, Portugal, Áustria e Holanda


Por Marcelo Pereira




Levando na bagagem o frevo, o forró, a ciranda, o maracatu, o caboclinho e o samba, André Rio está de malas prontas para mais um giro no verão da Europa. Será a 16ª turnê em 21 anos de carreira. Na agenda, sete apresentações em duas semanas, pelo projeto Viva Pernambuco.

Ele estreia na próxima sexta, na abertura do 23° Internacional Samba Festival, na cidade Coburg, Alemanha. Depois segue para a Áustria, onde se apresenta no Ost Club de Viena (sábado e domingo). A turnê passa por Portugal, com show na Casa Santiago Alquimista, em Lisboa (dia 18); e Holanda, no Viva Brasil Festival Amsterdã (dia 19). De lá, volta a Portugal para mais duas datas: em Lisboa, na Festa da Copa (dia 23), e no Porto, no Tribeca Club (dia 25). 

O cantor está acostumado a agendas apertadas. Com seu nome associado ao desfile do Galo da Madrugada e ao Carnaval de Pernambuco, André Rio chega a fazer 30 shows por todo o Estado no período. E no São João o corre-corre continua. 

A primeira vez que ele fez turnê pela Europa foi em 1998. “Fui a convite de um produtor cultural português que me assistiu no Carnaval do Recife. Foi uma turnê muito significativa, pois foi o marco zero do nosso trabalho na Europa. De certa forma, acabei abrindo espaço para outros parceiros pernambucanos. Levei o Maestro Spok, Luciano Magno, Tostão Queiroga, entre outros artistas”, recorda. “A recepção sempre foi maravilhosa. Nos abraçaram naquela época e sinto que por definitivo”, comenta André Rio, que se tornou um embaixador informal da música pernambucana. “O público estrangeiro se encanta com os ritmos pernambucanos. Ao final dos shows, vem falar conosco querendo saber mais sobre a nossa arte.” 

Em seus shows pela Europa e Estados Unidos, André Rio mescla músicas de autores que admira e composições próprias. “Não pode faltar Gilberto Gil, Caetano, Jorge Ben Jor, Moraes Moreira, Caymmi e Ary Barroso. Dos compositores da nossa terra levo as canções de J. Michiles, Getúlio Cavalcanti, Antônio Maria, meu pai (o compositor Alírio Moraes), Capiba e meus parceiros Carlos Fernando, Nena Queiroga, Xico Bizerra e Luciano Magno. Nunca pode faltar Dominguinhos e Gonzagão, aos quais fiz uma homenagem e registrei no CD gravado ao vivo na Europa, em 2012. É um show com toda a diversidade de ritmos da nossa cultura”. 

Nesta turnê, André não leva bailarinos, como ocorreu no Brazilian Day de Nova Iorque, em 2013. Vai com uma banda enxuta, formada pelos músicos Luciano Magno, na guitarra; Pita Cavalcanti, na percussão; Thiago Piu-Piu, na bateria; Mongol Vieira, no baixo; e Thiago Albuquerque, teclados. 

Na plateia, ele espera encontrar um público diversificado. “Temos sempre o público local misturado a brasileiros. Mas já cantei para plateias que formadas somente por locais”, afirma André Rio. Uma coisa que ele não admite é fazer concessões. “A MPB é riquíssima e esse é o grande trunfo do Brasil. Não faço estilização da nossa música. Levo para o mundo o que há de melhor em nossa cultura e da maneira que foi composta. Lógico que os arranjos tem o meu perfil e minha inspiração. O resultado disso sempre é surpreendente”, diz. 

Nessas turnês, André aproveita para fazer intercâmbio com outros artistas. “Sempre tive encontros maravilhosos. Entre eles posso citar a fadista portuguesa Mariza. Também tenho encontros com artistas brasileiros como o Olodum, com quem cantei na Itália. Já dividi o palco com Jorge Benjor, Djavan, Gal Costa, Elba, Naná Vasconcellos, Alceu Valença, entre outros. Dessa vez, vou entregar o palco para Daniela Mercury no Viva Brasil Festival Amsterdã. Ela foi minha convidada no Carnaval de 1995, no Recife. Penso que será um belo reencontro”. 

E a cada volta para casa, ele traz suas recordações das turnês. “O maior de todos os momentos foi tocar na Sala Stravinski, principal palco do Festival de Montreux, onde tocou todos os grandes nomes do jazz e da música brasileira. Mostrar nossos ritmos com uma orquestra completa, no maior palco do maior festival de musica do mundo foi um dos grandes momentos da minha carreira musical”, relembra o cantor. 

Foi também numa turnê que viveu um dos momentos mais duros da sua carreira. “O mais difícil foi cumprir a agenda de shows quando da morte da meu pai. Foi difícil, muito difícil. Fiz os shows em sua homenagem. Cantando suas músicas. Mas o show sempre tem que continuar”, diz André Rio.

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