quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CONFIRA OS DISCOS MAIS ESPERADOS PARA 2014 EM PERNAMBUCO

Viver listou artistas de terrinha com lançamentos previstos para o ano


Por Camila Souza


O ano de 2014 começa com um desafio para o mercado fonográfico do estado: ser tão aquecido quanto o anterior, quando aproximadamente 200 CDs e DVDs foram lançados por artistas pernambucanos ou radicados aqui. A forte produção de dois anos para cá - em 2012, cerca de 170 trabalhos chegaram às lojas, diante de 180, em 2011 - enfrenta um percalço importante nos próximos meses. Uma Copa do Mundo entre o carnaval e as eleições presidenciais.

Mas nem o calendário atípico parece desencorajar os músicos. O Viver listou projetos engatilhados (e esperados) para o ano. Alguns em fase adiantada de produção, como o primeiro disco solo de Fabio Trummer, o Trummer super sub América, que aguarda ajustes gráficos para chegar às prateleiras. E outros, na agulha, caso do álbum de estreia do Afrobombas, a banda de Jorge Du Peixe e Lula Lira, filha de Chico Science. Esse, embora pronto, deve ter o lançamento atrasado devido ao próximo CD da Nação Zumbi - um dos mais aguardados de 2014. Não seria estratégico dividir as atenções de Jorge na divulgação dos dois projetos.

O cenário movimentado é visto com otimismo por produtores. “A gente chega ou até bate a marca dos 200 CDs e DVDs de 2013. O movimento do início do ano já está bem melhor do que o do ano passado”, revelou o produtor cultural e sócio do Estúdio Base, Arthur Soares, envolvido em mais de cinco projetos simultâneos. O colega Diego Cunha, do atendimento do Estúdio Carranca, reforça. “Os horários de janeiro já estão quase todos ocupados por aqui.” Fábio Cabral, dono da Passadisco, loja especializada em música brasileira, enxerga um impulso. “Sou sempre positivo. E a Emenda Constitucional da Música pode influenciar”. A lei de 2013 isenta de impostos os CDs e DVDs produzidos no Brasil com obras de autores ou intérpretes do país.

Mas o coordenador de produção do Estúdio Fábrica, Jeff Moura, acredita que a emenda não tenha tanto poder de decisão na hora de produzir um álbum. “Trabalhamos com dois tipos de artistas. Os que têm carreiras consolidadas e utilizam os álbuns para dar continuidade. E as bandas novas que precisam desse recurso para se lançar. A EC não influi muito”, diz. Ele atenta, no entanto, para o interesse crescente no vinil: “Com o CD perdendo espaço, a procura pelo formato vem se tornando recorrente”. O músico Claudio N pensa na possibilidade. “O CD é mais cartão de visitas. Se for para investir em suporte físico, o vinil é mais interessante.” O formato importa menos. O que 2014 promete, além de muitos feriados, é música. E com sotaque pernambucano.

Confira os CDs esperados para 2014

China
Após lançar a faixa Panorama em 2013, China planeja disparar neste mês outro single do álbumTelemática - em março ou abril. O disco mostra a “velha nova cara”, adianta. Será mais percussivo, memória dos tempos da primeira banda. “Brincamos com tecnologia e a forma mais primitiva é a percussão”, conta China, que reformula a banda que o acompanhará na turnê de divulgação.

Mombojó
A banda planeja turnê nacional para este ano e, simultaneamente, grava um novo disco. A intenção é lançar álbum de inéditas no fim de março. Felipe S corre em estúdio para finalizar as dez músicas. Uma éPro Sol, single de 2013. Segundo o cantor, o Mombojó se apressa para iniciar a divulgação no canal de financiamento coletivo Queremos. Recife está na rota das possíveis cidades contempladas pela turnê.

Frevotron
O primeiro disco do projeto encabeçado por DJ Dolores, Maestro Spok e Yuri Queiroga começa a ser desenhado. Quatro músicas estão prontas. O conceito lembra o do Stank, “a música livre” feita por Dolores e Yuri juntos. “É um lance experimental e improvisado. Tem eletrônica, guitarra e, agora, sax e frevo. Não pensamos muito em formatos. As coisas fluem naturalmente”, conta Queiroga. 

Claudio N
O músico escolheu 12 músicas, reduziu e fez mais duas. O plano é fechar em dez. Até o fim do mês, entra em estúdio para gravar os vocais. A previsão é de que esteja pronto em março ou abril. No bolo, um cover de Raimundo Salgado, Não vá nessa, e uma aposta, Deixe de ser hippie. O álbum “tem humor”, diz Claudio, e se chama Ambiente familiar, em menção às referências musicais do cantor.

Afrobombas
Desde que a banda da filha de Chico Science estreou, em 2013, o público espera o primeiro álbum. Jorge Du Peixe “segurou a onda” e tratou de testar as músicas entre um show e outro. Fechou repertório e, na surdina, gravou o CD. “O disco está pronto. Tentamos formatá-lo a partir das respostas em cima do palco”, diz. A ideia é lançá-lo no segundo semestre, após o disco da Nação Zumbi chegar nas lojas.

Lula Queiroga
Com composições prontas, o pernambucano tenta encontrar um conceito para o novo trabalho. O nome, por hora, é Aumente o sonho, álbum com proposta mais “dançante e balançada”. Queiroga se diz influenciado pelo projeto solo do vocalista do Radiohead, Thom Yorke, o Atoms For Peace. Ele, inclusive, quer trazer o percussionista Mauro Refosco para contribuir. Nos próximos dias, entra em estúdio.

Nação Zumbi
No ano em que a banda faz 20 anos do primeiro álbum, Da lama ao caos (Chaos/Sony Music, 1994), sai um novo CD de inéditas. A Nação está envolvida com as gravações, quebrando jejum de sete anos - o último disco foi Fome de tudo (Deckdisc, 2007). Serão dez músicas novas, uma divulgada neste mês. Na agenda: São Paulo, Rio de Janeiro e outra cidade serão as primeiras a receber os shows.

Fabio Trummer
O primeiro disco solo do vocalista da Eddie sai no fim de janeiro. Primeiro, no site dele. “Queria variar o formato das minhas composições e tocar com outras pessoas”, contou. Do álbum, participaçam Daniel Ganjaman e Stela Campos. São nove faixas autorais de Trummer e uma de Rogerman, Eu tenho fé. O primeiro single deve ser Salve a América do Sul, cujo clipe de ensaio já circula na internet.

Tibério Azul
Dono de um processo de produção autointitulado “arcaico”, Tibério conclui as 15 composições para, assim, entrar em estúdio. “Primeiro, deixo o disco existir no mundo invisível para, só depois, torná-lo concreto”. O nome provisório do álbum é Líquido, flash do quão diluído pode ser o projeto, com parcerias de Castor Luiz, Vitor Araujo, Vinicius Sarmento e Zé Manoel. O CD sai em outubro. 

Ortinho 
Com o título provisório de Fóssil, o novo disco brecha a sonoridade dos anos 1950 e 1960, “cercado de influências do blues e rock”, ele diz. Embora com composições já feitas, inicia a pré-produção do álbum após o carnaval, em temporada por São Paulo, para ficar perto da rapaziada do projeto. São parceiros Junio Barreto, Otto, Arnaldo Antunes, Pupillo e Luiz Chagas. O CD será lançado no fim do ano. 

 (DP/Montagem )

Som da Terra
Às vésperas do carnaval, novo álbum. Nem céu, nem Sol, nem mar será divulgado nesta semana. São nove inéditas, mais uma, Banho de cheiro, em homenagem ao compositor Carlos Fernando, falecido em setembro de 2013. A banda escreveu Oiti da Hora, hino do bloco carnavalesco homônimo, e, ainda neste ano, prepara o CD comemorativo dos 40 anos de carreira, celebrados em 2015.

Silvério Pessoa
Nos dez dias de folga da turnê pela Europa em 2013, o cantor se viu diante de super estrutura de estúdio e banda motivada. Iniciou a pré-produção do novo disco ali, no Sul da França. Sangue de amor (provisório) tem dez músicas e afasta Silvério da cultura popular, lançando-o em linguagem mais universal. “É um disco que tenta traduzir as contradições de amar”, antecipa. Participam Tibério Azul, Filipe Catto, Bruna Caram e outros.

JuveNil Silva 
Com um ritmo de gravações frenético, o cantor finaliza os arranjos para lançar o primeiro disco. Na verdade, o segundo, porque Desapego (2013) foi feito na informalidade. O novo álbum, não. Foi gravado com mais recursos e dá vida a um herói que busca salvar o próprio dia. Sai em março, revelando a rotina do personagem “do acordar ao fechar dos olhos”. Wander Wildner, Aninha Martins e Rafael Castro contribuem. 

Zé Manoel 
Dois anos após o álbum de estreia, o 2º trabalho do instrumentista chega depois da Copa. Há canções prontas, inacabadas e por fazer. Embora Zé esteja desenhando um cronograma, bateu o martelo quanto às parcerias. Tem Juliano Holanda, Tibério Azul e Mavi Pugliese. A produção deve ficar com Miranda ou Kassin. Recife recebe show, além de São Paulo, Rio e Salvador. “Muitas portas vão se abrir com esse projeto”, acredita.

Irah Caldeira
A mineira radicada em Pernambuco prepara álbum para celebrar o cinquentenário, em agosto. Mas a ideia é por o disco na rua no fim de abril. “Escolhi canções que não entraram em discos anteriores e regravações, como Amor de Zabelê, de Anastácia, além de composições de Xico Bizerra e Maviael Melo”. Maciel Melo produz o projeto e corre para, com a cantora, fechar o repertório em 15 faixas. 

Maciel Melo 
O forrozeiro revela uma outra faceta com o álbum pronto (Canta coração). Planeja lançamento para o fim do ano. A intenção é esgotar a turnê junina, antes de jogar luz sobre o trabalho “mais universal”. “O forró, de certa forma, ficou limitado ao regional. Continuo com os elementos do gênero, mas com linguagem mais abrangente”, pontuou. No repertório, tem versão de Bob Dylan e de Gilberto Gil, com Soy loco por ti, América. 

Josildo Sá
Quando o cantor gravou o primeiro CD da carreira, Virado num paletó véio (1998), dois cantadores ajudaram a angariar recursos para lançar no mercado: Vavá Machado e Marcolino. Ele retribui o favor com o tributo Latada para vaquerama, após o carnaval. O projeto reúne seis toadas com arranjos e musicalidade do forró sambado. “Faz dez anos que vou à Missa do Vaqueiro. É uma forma de agradecimento”, confessa. 

A Banda de Joseph Tourton
Em fase de finalização, o segundo CD foi gravado às custas das economias de Gabriel Izidoro, Pedro Bandeira, Rafael Gadelha e Diogo Guedes. Eles usaram a acústica da mata de um sítio em Carpina (PE) e dos estúdios no Recife e no Rio, onde registraram canção com Bruno Giorgi e Caio Lima. O album 2014 sai antes do carnaval, com nove autorais. Harley, da Burro Morto (PB), tem o dedo em uma delas.

Quinteto Violado
Eu disse frrrrevo, o 33º disco do grupo pernambucano, já tem data e local de lançamento: 19 de janeiro, às 20h, no Dona Lindu. O título excede o significado. “É um grito de carnaval a fim de chamar a atenção para o gênero”, diz o tecladista Dudu Alves. Além das inéditas, o álbum tem frevos marcantes, com releitura “free nordestina”. A intenção é 
renovar o estilo. 

Alceu Valença 
O 29° disco será lançado no dia 8 de fevereiro, no Rio de Janeiro. É inteiramente dedicado aos gêneros do carnaval de Pernambuco, como frevos de bloco e cirandas. Tem recriações autorais, como Amigo da artee Olinda, e canções não lançadas em discos de carreira, como Frevo dengoso, no site do cantor, em 2010, e Sou eu teu amor, parceria com Carlos Fernando. Recife conhece o trabalho no carnaval. 

Confira o single de China, Panorama, e a canção de Claudio N, Bad trip:




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