PROFÍCUAS PARCERIAS

Gabaritados colunistas e colaboradores, de domingo a domingo, sempre com novos temas.

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

Um bate-papo com alguns dos maiores nomes da MPB e outros artistas em ascensão.

HANGOUT MUSICARIA BRASIL

Em novo canal no Youtube, Bruno Negromonte apresenta em informais conversas os mais distintos temas musicais.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

30 ANOS SEM INHANA

Recentemente foi publicado aqui em nosso espaço uma matéria que trazia como tema os 15 anos do falecimento do Francisco dos Santos, o Cascatinha da dupla Cascatinha e Inhana. E hoje, trazemos aos amigos do Musicaria Brasil a lembrança, neste mês de junho, pela passagem dos 30 anos do falecimento de Ana Eufrosina da Silva Santos, a Inhana, aquela que foi companheira do cascatinha na vida e na arte.

Por Ari Donato


Mesmo já trazendo um vasto material biográfico na reportagem anterior nunca é demais lembrar que enquanto Inhana começava como solista em um conjunto formado com seus irmãos, o Cascatinha já se havia deixado Marília, no interior de São Paulo, para seguir com um circo que se apresentou na cidade para se apresentar junto a ele. Aos 18 anos ele já cantava, tocava violão e bateria. E foi se apresentando no Circo com o qual fugiu (o Nova York) ao lado do artista Chopp que veio a conhecer Ana Eufrosina. Inhana rompeu um noivado de mais de um ano e seguiu com Cascatinha. Lógico que foi “contra a vontade dos pais, já que Artista de Circo, no conceito deles, "tinha um amor em cada praça". E, do namoro para o casamento (em 25/09/1941), passaram-se apenas 5 meses. A dupla tornou-se relativamente conhecida em um curto espaço de tempo, transformando-se, em 1941, após o casamento de Francisco com Ana, no Trio Esmeralda.

O trio viajou para o Rio de Janeiro e foi premiado nos programas César Ladeira (Rádio Mayrink Veiga) e Manuel Barcelos (Rádio Nacional). Em 1942, Chopp deixou o grupo; Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D’Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo. Fizeram shows em circos, em diversas cidades, e se apresentaram em programas de rádio. De volta à São Paulo passaram a atuar no Circo Imperial, onde permaneceram por cinco anos.



Em 1947 cantaram pela primeira vez em rádio como dupla, na Bauru Rádio Clube. Em 1950 Cascatinha e Inhana foram contratados pela Rádio Record, onde ficaram por doze anos. Gravaram o primeiro disco em 1951 na gravadora Todamérica, registrando as músicas "La Paloma" (Iradier - Pedro Almeida) e "Fronteiriça" (José Fortuna). Em 1952 a dupla gravou os dois maiores sucessos de sua carreira, as guarânias "Meu primeiro amor (Lejania)" (H. Gimenez - versão: José Fortuna - Pinheirinho Jr.) e "Índia" (J. A. Flores - M. O. Guerrero - versão: José Fortuna).

Sobre a voz de Inhana, o violeiro e cantador mineiro Téo Azevedo disse à jornalista e pesquisadora Rosa Nepomuceno, no livro Música Caipira da Roça ao Rodeio (São Paulo: Editora 34, 1999, Pág. 147): “Sua afinação era impressionante”. Os dois cantavam em terça, como as duplas caipiras, mas a imprensa especializada destacava, na época, a facilidade com que Inhana “passa pelas notas agudas” e a “segunda voz” Cascatinha e chamou-os de “Os sabiás do sertão”.

Em 1980, em entrevista ao apresentador Moraes Sarmento, no programa Viola Minha Viola, da TV Cultura, o cantor dá sua versão: ainda criança, quando residia na cidade de Garça (SP), recebeu o apelido por gostar de tomar banho em uma pequena cascata local.

Para o nome da companheira, também deu a versão, confirmada por ela no mesmo programa de televisão: para reforçar a imagem de dupla sertaneja, ele deu-lhe o nome Inhana, uma corruptela de sinhá (senhora) Ana, denominação muito comum dada pelos escravos às patroas.

Os últimos discos gravados pela dupla, antes da morte de Inhana, em 1981, foram: Dueto de amor (1970), Olhos tristonhos (1972), Olhos tristonhos (1972), Mensagem de artista (1976) – na oitava faixa deste disco, está a canção Eu quero apenas, de Roberto e Erasmo Carlos) – Dois Corações (1977), Casinha pequenina (1977),Cascatinha e Inhana, Edição limitada (1978), Cascatinha e Inhana (1979).

domingo, 12 de junho de 2011

10 ANOS SEM CAJU, DA DUPLA CAJU E CASTANHA

A dupla Caju & Castanha, como popularmente se tornou conhecida, surgiu da junção dos irmãos José Albertino da Silva (O Caju) e José Roberto da Silva (O Castanha) quando ainda eram bem jovens e apresentavam-se nas feiras e praças do município de Jaboatão dos Guararapes (área da região metropolitana do Recife). Por ser de origem bastante humilde, as apresentações dos garotos geralmente aconteciam com eles tocando pandeiros artesanais feitos com lata de marmelada.

O prefeito do município de passagem pela praça em que a dupla apresentavam-se e ver um aglomerado de gente resolveu ver o que estava acontecendo. Severino Claudino ao ver a apresentação das crianças resolveu levá-los para uma apresentação na câmara municipal da cidade para os vereadores presentes e ali mesmo os batizaram com o atual nome da dupla: Caju e Castanha.

Daí em diante resolveram seguir em definitivo a carreira artística, pois com o pouco dinheiro que arrecadavam tornaram-se arrimo de família. Em 1978, os irmãos fizeram uma participação do documentário Nordeste: Cordel, Repente, Canção, da cineasta Tânia Quaresma. A partir desse momento, surge o seu primeiro disco com participações especiais de Zé Ramalho e Elba Ramalho. No começo da década de 1980, os irmãos mudam-se para São Paulo, onde inicialmente se apresentavam em ônibus.

Na adolescência mudaram-se para Recife. Caju aos 18 anos e Castanha com 16 começaram a carreira artística apresentando um programa de rádio e um de televisão em Recife. Foram considerados por Luiz Gonzaga e Zé Ramalho como "Os pequenos mestres do repente". Em 1980, lançaram o primeiro disco. Em 1981, gravam o seu segundo disco: Embolando na Embolada.

Na década de 80, dentre outras atividades artísticas foram convidados a se apresentarem no programa Som do Brasil, permaneceram apresentando por cinco anos, ao lado de Rolando Boldrin e do Lima Duarte.

Cantam, entre outros gêneros, a embolada, gênero típico do Nordeste. Em fins dos anos de 1990, fizeram apresentações na festa de Folia de Reis de Alto Belo em Minas Gerais. Em 1992, lançaram disco interpretando cocos e emboladas. No mesmo ano, estiveram no programa Faustão da TV Globo, interpretando composição de Teo Azevedo, falando sobre a corrupção no governo Collor.

No ano de 1993, a dupla passou a ser conhecida nacionalmente através da Embolada "Ladrão Besta e o Ladrão Sabido". Em 1997, a história da dupla foi contada no documentário Som da Rua - Caju e Castanha, uma co-produção da TVE Brasil

Em 2001, a dupla participou do CD "Brasil com "s" - Téo Azevedo - 60 anos", lançado pela gravadora Kuarup, interpretando a embolada "Trava língua do "p", de Téo Azevedo, Daudete e Pedro Bandeira.


Ainda em 2001, José Albertino da Silva faleceu, devido a um câncer no cérebro. Seu último show havia ocorrido em 1999, na edição do festival Abril Pro Rock. Com a morte de Caju, seu lugar na dupla, inclusive com o mesmo no artístico, foi ocupado por Ricardo Alves da Silva, um sobrinho dos dois irmãos.

No ano de 2002, a dupla estrelou o curta-metragem A Saga dos Guerreiros Caju e Castanha Contra o Encouraçado Titanic, dirigido por Walter Salles, que integrou o longa-metragem "Chacun son cinéma", no qual 35 diretores comemoram os 60 anos do Festival de Cannes e ainda no mesmo ano a dupla lançou pela Trama o CD "Andando de coletivo" (álbum indicado para o Grammy Latino), no qual interpretam, entre outras, o trava-língua "Corínthians x São Paulo", "Desafio de Castanha e Caju" e "Menina diet", todas de autoria da dupla. A faixa "DNA" contou com a participação do cantor Falcão.

Em 2009, a dupla lançou o CD "Professor de embolada 2". No mesmo ano tiveram programa especial na TV Record News, falando de sua carreira. Desde o primeiro disco, que teve como sucesso a embolada "O ladrão rico e o sabido" a dupla lançou 19 discos, realizando uma média de 4 shows por semana.

Essa dupla de emboladores e cantadores, surfam nos forrós, nos bregas e nas emboladas com muita picardia, são considerados por muitos “a cara do Brasil” pela sua história de vida, honestidade, humildade, simpátia e sobretudo talento.

sábado, 11 de junho de 2011

ANTÔNIO BARROS E CECÉU - 40 ANOS DE PARCERIA AFETIVA E MUSICAL

Por Syusk Santos

Quando Antonio Barros e Cecéu se encontraram em 1971, desde então formaram uma parceria no trabalho musical e no amor. Passaram a compor juntos e se tornaram um casal de sucesso. Levantando a bandeira de uma forte expressão artística no companheirismo do dia-a-dia, essa dupla se transformou num paradigma da cultura popular brasileira, pois nesse decorrer são mais de setecentas obras gravadas pela maioria dos intérpretes brasileiros, alcançando popularidade até no exterior onde também suas músicas foram gravadas na Itália, Espanha, Portugal e Israel.



Raras são as pessoas que nunca ouviram as composições de Antônio Barros, incluindo aquelas feitas em parceria com a esposa, Cecéu. A dupla é referência na hora de animar um arrasta-pé e de incentivar naturalmente a participação do público, que sempre canta junto com o casal. São mais de 700 músicas e 134 regravações de 1971 a 1995, constituindo um rico acervo de clássicos nordestinos, já consagrados nacional e internacionalmente, na voz de diversos intérpretes.

Como diz Cecéu, o repertório passa pela tradição nordestina. "Bate coração", "É proibido cochilar", "Homem com H". “São clássicos bastante conhecidos. E isso é o que realmente nos satisfaz, quando vemos o público cantando todas as músicas que são de raiz nordestina”, afirmou.

Homem Com H, Por Debaixo Dos Panos, Bate Boração, como também as famosas Procurando Tu, Casamento Da Maria, Sou O Estopim, Amor Com Café, Forró Do Poeirão, Forró Do Xenhenhém, Óia Eu Aqui De Novo; são algumas das canções que fazem parte do acervo de músicas autorais dessa dupla e gravadas por expressivos nomes da MPB como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Alcione, Ivete Sangalo, Fagner, Gal Costa, MPB-4 e os saudosos Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês.



Antônio Barros tem muitas histórias para contar, que se confundem com o próprio caminho traçado pela música popular brasileira. Nos anos 1960, ele morou no Rio de Janeiro. Na época, tocou triângulo no regional de Luiz Gonzaga e também chegou a morar na casa do ‘Rei do Baião’, na Ilha do Governador.

Em 1970, numa das viagens no navio de cruzeiro "Ana Neri" pelo litoral brasileiro, onde Antônio Barros trabalhava como contrabaixista, nasceu o sucesso "Procurando tu". A música foi gravada pelo Trio Nordestino e, depois de Antônio Barros aceitar a parceria de J. Luna – disc-jóquei baiano que ajudou a divulgar a canção no Nordeste – a composição fez sucesso e chegou a ser gravada por Ivon Curi e até Jackson do Pandeiro, entre outros músicos.

Foi também o Trio Nordestino que gravou e divulgou outras músicas de Antônio Barros, como "Corte o bolo", "Cuidado com as coisas", "É madrugada" e "Faz tempo não lhe vejo". No ano de 1974, "Vou ver Luiza", que é uma parceria com Lindolfo Barbosa, foi gravada por Bastinho Calixto, pela gravadora EMI.

O grupo "Os Três do Nordeste", por sua vez, gravou composições de Antônio Barros. O trio lançou sucessos como "É proibido cochilar", "Forró do poeirão", "Forró de tamanco" e "Homem com H". Essa última foi composta para a novela "O bem amado". No início da década de 80, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha gravaram "Estrela de ouro", enquanto "Quebra pote" foi entregue ao Trio Mossoró, e saiu pela gravadora Copacabana.



Na mesma década, Ney Matogrosso gravava "Homem com H", que se tornou um dos grandes sucessos da época. Também é nesse período que Zé Piata interpretou, pela gravadora Copacabana, o forró "Procurando tu".

Em 1981, o xote "Bate coração", parceria entre Antônio Barros e a mulher Cecéu, foi gravado ao vivo por Elba Ramalho, durante o Festival de Montreux, na Suíça. No ano seguinte, a música estourou como sucesso nacional. No decorrer da década, outras composições se tornaram conhecidas na voz de diversos intérpretes, a exemplo de "É madrugada" e "Forró do quem quer" (por Dominguinhos); "Forró da maiadeira" (por Luiz Gonzaga).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

CURIOSIDADES DA MPB

O compositor mais gravado pelo rei do baião foi João Silva – autor de canções como "Nem se despediu de mim", "Forró de cabo a rabo", "Pagode russo", "Deixa a tanga voar", "Danado de bom", "Fiá a Pavi", "Meu araripe", a maioria nos últimos discos de Luiz Gonzaga, nos anos 80. De João Silva, Gonzaga gravou 84 músicas.

MPB - MÚSICA EM PRETO E BRANCO

Cristina Braga

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A VELHA PELEJA DO JOÃO GILBERTO CONTRA A EMI

Por Claudio Leal


Arrastado já por mais de uma década, e emperrado no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o processo do músico João Gilberto contra a gravadora britânica EMI, detentora do catálogo da extinta Odeon, está respaldo por laudos técnicos do músico Paulo Hermanny Jobim (filho do maestro Antonio Carlos Jobim) e do compositor Caetano Veloso, que atestam as "adulterações" e "deformações" na mixagem de três discos clássicos da Bossa Nova - "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961), atualmente fora do mercado, à exceção das cópias piratas.

Em 1992, a EMI reuniu os três LPs e o LP "Orfeu da Conceição" num único CD, "O Mito", à revelia de João Gilberto. O músico protestou contra o fim da "sequência harmônica" das faixas e apontou defeitos na remasterização. As tentativas de acordo fracassaram. O músico entrou com uma ação de danos morais e materiais; o escritório do advogado Marcos Meira faz sua defesa.
Terra Magazine teve acesso aos autos e reproduz parte do laudo técnico de Paulo Jobim, indicado pela 28ª Vara Cível do Rio de Janeiro para realizar a perícia em 1999. Na infância, ele chegou a assistir uma das gravações de João Gilberto no estúdio da Odeon, quando Tom Jobim era o diretor artístico da gravadora. Em "Chega de Saudade - A história e as histórias da Bossa Nova", o escritor Ruy Castro relata os bastidores do primeiro disco.

"Z. J. Merky, o severo diretor-técnico da gravação, olhou feio do outro lado do vidro quando João Gilberto pediu dois microfones: um para a voz, outro para o violão. Onde já se vira isto?", conta. "A Odeon era britânica no seu controle acionário e mais britânica ainda - mão fechada - no seu controle de custos: cantores estreantes e desconhecidos não tinham direito a luxos. Mas a carta branca de Aloysio (de Oliveira, diretor geral) funcionou, e os dois microfones surgiram."


O livro de Ruy Castro oferece minúcias das exigências profissionais de João Gilberto, as quais servem para entender o aborrecimento do músico com a mixagem realizada pela EMI, décadas mais tarde. "Gravando direto com a orquestra, ao vivo no estúdio, sem playback, ele interrompia take após take, ouvindo erros dos músicos que escapavam aos outros, e obrigando a orquestra inteira a tocar de novo. Em certos momentos, era como se todo mundo no estúdio fosse surdo, menos ele", descreve o biógrafo.


João Gilberto revelou ao amigo Aderbal Duarte um conselho dado por Ary Barroso, nos corredores da Odeon, em julho de 1958: "Faça exatamente o que você quer!". Pouco antes, na mesma gravadora, Ary e Dorival Caymmi haviam registrado um disco em conjunto. Como até Stan Getz comprovaria, não era preciso recomendar autenticidade ao mago da Bossa Nova.


"EMI amesquinhou a obra de João Gilberto"

O embate João Gilberto x EMI envolve, além da eterna briga da voz do dono com o dono da voz, a preservação da memória musical brasileira. Na imprensa, o folclore do músico motiva mais parágrafos do que a permanência de sua obra. "Acho isso uma doideira, uma hora deram razão, mas mesmo assim a gravadora não precisava corrigir, o que é facílimo. Não sei por que esse processo ainda existe. Eles têm uma maneira de corrigir, podem tirar o som original. Fico com pena", lamenta Paulo Jobim, em conversa com a Terra Magazine.

"A obra de João tem um equilíbrio entre violão e voz, o som já sai mixado. Ele sabe botar a altura certa e trabalha o violão como se fosse uma orquestra", define o professor Aderbal Duarte, estudioso da obra de João Gilberto e da batida da Bossa Nova. Uma das testemunhas do compositor no processo, Duarte se revolta com o resultado de "O Mito". "Aquilo é um absurdo. Na música erudita, você tem quatro movimentos. Se tiram um movimento, é sinfonia inacabada. João é mais uma das vítimas da truculência das gravadoras. Ele tem uma consciência total, fantástica, é uma piada fazer isso", ataca.
No laudo, Paulo Jobim responde a questões técnicas levantadas pelas partes. Ele trabalhou como músico e arranjador em discos de Tom Jobim, Chico Buarque, Sarah Vaughan e Milton Nascimento, entre outros. Seu parecer reforça, com palavras duras, as queixas de João Gilberto. "Sim, mutilou no sentido de deformar a voz do artista, depreciar e amesquinhar a obra e, no caso do 'medley' com as músicas do 'Orfeu', no sentido de cortar literalmente parte das faixas", afirma Jobim.

Em outro momento, ele esclarece detalhes da mixagem: "Da leitura dos laudos da firma americana Oncore e de Ricardo Garcia (técnico indicado pela EMI), duas coisas já ficam claras e coincidem com a minha avaliação do CD 'O Mito', objeto da discussão destes autos: houve a adição de reverberação (Eco) estéreo nas faixas mono do LP 'Chega de Saudade' e houve uma forte equalização acentuando as frequências agudas em todas as faixas".



Assistente técnico da defesa, Caetano Veloso acolhe a perícia de Jobim e ressalta os "incalculáveis prejuízos" ao músico. "Como os referidos LP's e Compacto representam, no meu entender, o ponto culminante da música popular brasileira moderna (e a mais importante mirada na nossa tradição), considero urgente uma solução do problema no sentido de devolver aos ouvintes essas obras na integridade de sua beleza e força cultural", pede Veloso em seu "laudo crítico".

Apesar das análises de Jobim e de Caetano, a juíza da primeira instância, Maria Helena Pinto Machado Martins, não atendeu ao pedido de danos morais e rejeitou o fim da comercialização; como justificativa, ela aponta a "sensibilidade extremada" de João Gilberto.

"Em que pese o teor da prova acima e, em especial, da prova técnica, entende este Juízo que situação apontada nos autos escapa a esfera do homem comum, tratando-se de sensibilidade extremada e, por isto, não restariam configurados de forma patente os danos de cunho moral", diz a sentença.

Desde março de 2009, o recurso especial está para ser julgado pelo ministro do STJ, Sidnei Beneti. Em entrevista, a advogada e diretora de Business Affairs da gravadora EMI no Brasil, Ana Tranjan, afirmou que a fase de negociações estava suspensa. "O processo está terminando, na última fase da instância judicial, em Brasília. Na verdade, o ritmo não é o que se deseja, mas faz parte. Nós estimamos, como já vínhamos estimando, que este ano haja uma solução final para essa questão", disse.

Em 2011, João Gilberto completa 80 anos sem o anúncio de um show comemorativo nem a certeza de uma solução para o impasse judicial que retirou seus discos clássicos das prateleiras. Não há paz, não há beleza.


Confira trechos do laudo de Paulo Jobim.

Equalização

"O efeito prático desta equalização foi o total desequilíbrio da mixagem original, realçando a bateria e as cordas em detrimento da voz e do violão, que deveriam ser exatamente o centro das atenções. Se tal equalização fosse aplicada a uma peça complexa com orquestra, por exemplo, 'A sagração da primavera', de Igor Stravinsky, o resultado seria uma outra música, com o trabalho de interpretação e equilíbrio do maestro jogado fora". (...)

"Além disso, essa equalização tão violenta chegou a alterar o timbre da voz do cantor, tornando-a muito metálica e dura."

Matrizes
"Eu acho que diante de Matrizes tão boas e históricas como essas, o melhor seria manter o som original. SEM MEXER!!".

Reverberação
"A mistura de todas as faixas também deturpa a obra, pois um disco é pensado como um conjunto de obras relacionadas. Historicamente também se perde a trajetória do artista a cada disco. Se as obras estivessem juntas como no original, não haveria tal incompatibilidade citada no laudo de Ricardo Garcia. Eu não acho que haja uma incompatibilidade entre os fonogramas originalmente estéreo e mono, pois as faixas mesmo mono e estéreo, tem uma homogeneidade impressionante, portanto tal feito era inteiramente desnecessário."

"De uma maneira simplista, excetuando-se adição de reverberação que não faz parte de um processo de masterização, sim, o processo era o mesmo e praticamente só a MicroService masterizava e produzia os CDs. Acontece que houve muita masterização ruim em que o resultado era muito pior do que o do LP. Abusava-se de agudos e em alguns casos, como no disco 'Caymmi visita Tom', o conteúdo era totalmente deturpado pela equalização , com o coro aparecendo mais do que os cantores e outras coisas assim. No LP de Antonio Carlos Jobim 'Stone Flower' se chegou a remixar o disco incluindo solos de trombone e partes de flauta que tinham sido retirados na mixagem, num total desrespeito ao artista. O que aconteceu neste disco de João Gilberto não é um caso único. As máquinas podem ser as mesmas mas o problema é como utilizá-las. Reverberação ou Eco não fazem parte de um processo normal de Masterização."

"Matrizes têm qualidade impressionante"
"Como esse processo de masterização pode deformar a obra, seria prudente ter submetido o resultado da masterização ao artista para evitar o que está se passando. Diga-se de passagem que as Matrizes originais, da década de 60 ainda conservam uma qualidade impressionante".

Chega de Saudade
"A meu ver, estes são os três discos mais importantes da nossa música, que levaram nossa música para o exterior, que vendem há mais de 40 anos e que vão continuar a vender para sempre pela importância que têm".



Caetano: João Gilberto continua sofrendo "incalculáveis prejuízos"

Produtor musical do disco "João, voz e violão" (Universal Music, 2000), vencedor do Grammy, o compositor Caetano Veloso atuou como assistente técnico da defesa de João Gilberto no processo contra a gravadora EMI. Nas respostas aos questionários enviados pelas partes, Caetano se diz maravilhado com a possibilidade de ouvir as gravações originais de "Chega de Saudade", "O Amor, o Sorriso e a Flor" e "João Gilberto", discos fundadores da Bossa Nova.

"Ouvindo-as sem os artifícios que as desfiguraram, maravilhei-me ao tomar consciência de que elas são ainda mais deslumbrantes do que estavam em minha memória", anota Caetano Veloso no "laudo crítico" obtido por Terra Magazine. Ele reforça, em juízo, a perícia do músico e arranjador Paulo Jobim, filho do maestro Antonio Carlos Jobim; indo além, advoga a existência de danos morais e patrimoniais na remasterização.

"O processo de remasterização adotado nos discos de João Gilberto foi o pior possível. A remasterização foi péssima, com resultado superlativamente ruim, em relação aos LP's", avalia um dos expoentes do Tropicalismo.

"Chega de Saudade", um marco da música brasileira moderna, impactou o jovem Caetano na Bahia, antes do início de sua vida profissional. "João Gilberto sofreu e continua sofrendo incalculáveis prejuízos", diz o músico no laudo apresentado em 18 de janeiro de 2000.

Leia trechos do questionário de Caetano Veloso.

Quesitos da defesa de João Gilberto

1º) A Ré mutilou a obra artística do Autor e, sem o consentimento deste (ver fl. 51), quando em 1988, lançou CD's (compact discs), os fonogramas inicialmente lançados em LP's (em decorrência das gravações originais feitas à época da vigência dos contratos de locação de serviços - período de 1958/1962), mutilação essa descrita no laudo de fls. 125/165 dos autos da medida cautelar de busca e apreensão em apenso, e que se acha por cópia às fls. 129/168 dos autos desta ação?
Resposta: Sim, uma vez que, além de modificar o timbre da voz do cantor e desequilibrar as relações entre os instrumentos da orquestra em todas as gravações, criou um "pout-pourri" com as canções do Compacto de "Orfeu do Carnaval" em que as faixas foram literalmente cortadas em pedaços.

(...)

3º) A notoriedade da obra do Autor resulta, em primeiro plano, da excelência da sonoridade de suas interpretações e da preocupação com o perfeito acabamento, o que o levou a ser considerado o criador de uma linguagem musical e influente como a bossa nova?
Resposta: Considero João Gilberto o maior artista da música popular brasileira de todos os tempos. Muitos músicos pensam assim. Todos, mesmo os que não chegam a pensar nesses termos, reconhecem-lhe um lugar central na história da nossa música. Isso se deve à sua radicalidade na depuração do som, ao seu senso de elegância e economia, à profundidade de seu entendimento da tradição musical do Brasil. Essas evidências se deram à luz com o aparecimento do LP "Chega de Saudade", seguido de "O Amor, o Sorriso e a Flor" e "João Gilberto", justamente os discos que contêm as gravações aqui discutidas. Nenhuma obra mereceria um tratamento mais cuidadoso e rigoroso e delicado do que essa. Exatamente o contrário do que aconteceu quando da feitura do CD "O Mito".

(...)

4º) Consta nos autos que a própria 1ª Ré declarou, expressamente não poder fazer a equalização e outras alterações das gravações originais do Autor, para lançamento em CD, sem a sua, necessária e indispensável, autorização (fls. 51, 57 e 56/60)? Foi obtida essa autorização?
Resposta: Consta dos autos uma carta em que a EMI Odeon pede ao compositor e jornalista Nelson Motta a sua intermediação para: "obter do referido compositor e intérprete a autorização indispensável ao pretendido lançamento do repertório do mesmo, na EMI Odeon, em "compact disc". Tal autorização não foi obtida. Tal autorização era indispensável, assim como a assistência pessoal do Artista, que iria evidenciando as graves deformações cometidas à sua revelia.

(...)

6º) O lançamento, em um só CD, dos 39 fonogramas da obra do Autor, constituiu sério fator de redução de valor comercial do produto oferecido ao público?
Resposta: Sim. É evidente que um disco não é o mesmo que três discos. É claro que um CD com 39 fonogramas não será vendido pelo preço de três discos. Logo o artista receberá cerca de 1/3 do que receberia se existissem os 3 CD's no mercado.

(...)

8º) Todos os fatos acima anunciados, violadores do direito moral do artista, provocaram danos patrimoniais e morais ao Autor, tais como enunciados nos pedidos de fls. 38/40?
Resposta: De acordo com o Perito do Juízo. Indubitavelmente há dano moral quando se deforma o timbre da voz de um artista, quando se usa sua obra para anunciar produtos sem sua autorização (quesito 6), quando se cortam faixas pelo meio para criar uma nova unidade (como no caso das músicas do "Orfeu do Carnaval"). E certamente há danos patrimoniais provocados por essas mesmas ações. Não só quando se reduz, numa estratégia que me parece ingênua, o que eram três obras-primas da discografia nacional a um apanhado multitudinário num disco só; ou quando se negocia o trabalho do artista para publicidade à sua revelia. Igualmente, quando se nubla a imagem do Autor e o caráter da obra, arrefecendo por um período indeterminado, e numa medida difícil de precisar, o interesse pelo produto que ele tem a oferecer.

Quesitos da EMI

2º) Informem os ilustres técnicos em que constituiu o surgimento de remasterização de matrizes de discos de vinil Long Playing (LP's) para produção de discos compactos (CD's) e quais os benefícios trazidos pela industrialização e comercialização de fonogramas em geral, e aos artistas em particular, bem como em que época houve o advento desse processo e a sua difusão em âmbito mundial.

Resposta: A remasterização de Discos de Vinil Long Playing (LP's) para produção de Discos Compactos (CD's) consiste em traduzir-se para a linguagem digital o som gravado analogicamente. Como a reprodução não se dá de forma mecânica, e, em tese, os ruídos são eliminados. Por outro lado, o produto sonoro ganha em durabilidade. Quando os CD's surgiram, no início da década de oitenta, houve músicos, técnicos e mesmo simples consumidores que puseram em dúvida a qualidade do som captado e reproduzido de forma digital. Mas as limitações que eram apontadas - perda nas altas frequências, estreitamento da faixa sonora - foram minoradas ou totalmente superadas pelo amadurecimento do uso da nova técnica. Assim, muito do que já estava no mercado fonográfico em forma de Discos de Vinil foi devidamente remasterizado para produção de CD's. O que trouxe benefícios financeiros para as gravadoras e, consequentemente, para muitos artistas.

Tais benefícios, entretanto, não foram proporcionados a João Gilberto, em virtude da péssima qualidade da masterização e do processamento, como descrito pelo perito do Juízo.
Ao contrário: por essas falhas gritantes da Ré, João Gilberto sofreu e continua sofrendo incalculáveis prejuízos".


(...)

4º) Esclareçam se o processo técnico de remasterização utilizado pela Ré quando do lançamento do aludido CD, contendo 39 interpretações artísticas era o adotado, sem discrepância, por gravadoras em geral, no Brasil e no exterior.
Resposta: Não. O processo de remasterização adotado nos discos de João Gilberto foi o pior possível. A remasterização foi péssima, com resultado superlativamente ruim, em relação aos LP's. O que aconteceu neste disco de João Gilberto não é um caso único. As máquinas podem ser as mesmas mas o problema é como utilizá-las. Reverberação ou Eco não fazem parte de um processo normal de Masterização.

(...)

8º) Adusam os louvados tudo mais que for necessário ao esclarecimento da controvérsia.
Resposta: É inegável que a interpretação dada ao material sonoro dos LP's "Chega de Saudade", "O Amor, o Sorriso e a Flor" e "João Gilberto", assim como do compacto duplo contendo as músicas do filme "Orfeu do Carnaval", para sua reprodução em CD resultou numa transformação artisticamente inaceitável do referido material. Há adição de eco exagerado, modificação do timbre da voz do cantor e do som das cordas, excessiva ênfase na percussão (modificação e ênfase devidas ao desmedido realce conferido aos agudos). No caso da edição das gravações das canções de "Orfeu do Carnaval" pode-se falar em intervenção grosseira. Como os referidos LP's e Compacto representam, no meu entender, o ponto culminante da música popular brasileira moderna (e a mais importante mirada na nossa tradição), considero urgente uma solução do problema no sentido de devolver aos ouvintes essas obras na integridade de sua beleza e força cultural. É nocivo à nossa saúde histórica que ela seja divulgada de forma adulterada, como praticado. Para atuar como Assistente do Perito, pude ter acesso à audição das matrizes de muitas dessas gravações. Ouvindo-as sem os artifícios que as desfiguraram, maravilhei-me ao tomar consciência de que elas são ainda mais deslumbrantes do que estavam em minha memória".

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2000

Caetano Emanuel Viana Teles Veloso

quarta-feira, 8 de junho de 2011

JOÃO GILBERTO, 80 ANOS



Por Elfi Kurten


João Gilberto Prado Pereira de Oliveira nasceu em 10 de junho de 1931 - Juazeiro, Bahia, Brasil.

O compositor, cantor e violonista - nasceu em família de músicos amadores e ali, ainda adolescente, formou o conjunto Enamorados do Ritmo. Na década de 1940, adorava escutar Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Duke Ellington e Tommy Dorsey.

Aos dezoito anos tornou-se crooner da Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador, transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1950, onde integrou o conjunto vocal Garotos da Lua, que atuava na Rádio Tupi, com quem gravou dois discos no ano seguinte. Iniciou depois carreira solo, gravando mais um disco e, logo após, integrou dois outros conjuntos, tendo também sua primeira composição gravada.

Retirou-se do Rio de Janeiro entre 1955 e 1957, quando se dedicou ao aprimoramento técnico e aperfeiçoou um novo estilo. De retorno à capital, lutou para apresentar a novidade, que, afinal, nasceu pronta, inteira, em um disco de 78 rpm gravado em julho de 1958, cujo impacto mudou o rumo da música brasileira.

Apesar da fama com a então recém-criada bossa nova, sua primeira gravação lançada comercialmente foi uma participação como violonista no disco de Elizeth Cardoso de 1958 intitulado Canção do Amor Demais, composto por canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Em março de 1959 foi lançado seu primeiro álbum, Chega de Saudade, seguido de mais dois nos anos subseqüentes; estava consolidada a nova linguagem musical.

A sonoridade criada por João Gilberto, acrescida de um ritmo original, popularizou desde cedo o samba moderno com o nome de bossa nova. Toda uma geração de jovens músicos foi influenciada pela nova estética, provocando uma onda comercial. Depois de revolucionar a música brasileira, o som de João Gilberto atingiu os músicos de jazz, que o identificaram como fenômeno. Seus discos começaram a ser levados do Brasil por músicos americanos em turnês, copiados, transmitidos em programas radiofônicos de grande audiência entre jazzistas e por fim, antes de se encerrar o ano de 1961, foi lançado nos Estados Unidos o álbum Brazil's Brilliant João Gilberto.

Durante o ano de 1962 a bossa nova ganhou popularidade internacional. O sucesso comercial de um álbum do violonista Charles Byrd com o saxofonista Stan Getz ocasionou a corrida dos jazzistas aos estúdios e a onda do "jazz samba", com dezenas de álbuns lançados naquele outono americano. Em novembro, João Gilberto apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova York, fixando residência ali até 1979 (entre 1969 e 1971 morou na cidade do México).

Seu primeiro álbum gravado nos Estados Unidos, Getz/Gilberto, permaneceu um ano no depósito da gravadora, por estar o mercado já saturado das imitações. Lançado em 1964, depois da onda comercial, foi aclamado como a bossa nova verdadeira, dividiu o topo das paradas de sucesso com os Beatles por 96 semanas, recebeu nove indicações e quatro prêmios Grammy, atingiu vasta audiência internacional, tornou-se best seller durante anos, lançou a canção “Garota de Ipanema” e a cantora Astrud Gilberto, então Sra. João Gilberto.

Nos anos 80 no Brasil, João Gilberto colaborou com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia (criadores, em fins da década de 1960, do movimento conhecido como Tropicália). Em 1991 lançou o disco João, que não tinha nenhuma composição de Tom Jobim. Ao invés disso, teve trabalhos de Caetano, Cole Porter e de compositores de língua espanhola.

O trabalho de difusão da moderna música brasileira manteve João Gilberto residindo no exterior por dezessete anos, tempo em que firmou a bossa nova como idioma musical brasileiro e conquistou prestígio pessoal definitivo. Por três vezes esteve concorrendo ao Grammy como melhor cantor de jazz: com Getz/Gilberto (1964); Amoroso (1977); e com Live in Montreux (1988). Seu álbum, João Voz e Violão, levou a estatueta em 2001.

Considerado uma das personalidades artísticas mais originais e um dos músicos mais influentes do mundo contemporâneo, João Gilberto vive no Rio de Janeiro.


Depoimentos:

João Gilberto "transformou o extrovertido e efervescente samba em uma meditação". "A bossa nova botou uma escola de samba inteira em seis cordas." ( Jon Pareles - Crítico do New York Times)



“Um tipo de interpretação discreta e direta, quase falada, que se opunha de todo em todo aos estertores sentimentais do bolero e aos campeonatos de agudos vocais – ao belcanto em suma, que desde muito impregnou a música popular ocidental.”
(Poeta Augusto de Campos, 1966).

“O cantor não mais se opõe como solista à orquestra. Ambos se integram, se conciliam, sem apresentarem elementos de contraste.”
(musicólogo Brasil Rocha Brito, 1960)



“João Gilberto é a voz mais brilhante da música popular brasileira – e isso fica claro, límpido, ao se ouvir este Brasil. Mais que todas as outras, a voz de João executa aquela tarefa proposta pela bossa nova, o mais marcante movimento que nossa música já conheceu: a de fazer da voz do cantor um instrumento da orquestra. Não um instrumento que se sobressai do conjunto, que usa o conjunto para se destacar. Mas um instrumento que é parte integrante de um todo harmônico; que não briga, que não contrasta com o conjunto, mas que se funde a ele, se completa com ele, completando-o”.
(Sérgio Vaz)

"Quaisquer que sejam as novas direções de nossa música nova, não nos esqueçamos da lição de João"
(poeta Augusto de Campos, 1966)



“O gênio criador se revela a raros eleitos, a quem confia os mistérios da criação e concede a capacidade de mudar o rumo da história e dar à arte a regra. A genialidade é um dom, mas a grandeza capaz de sustentá-la é trabalho humano, esforço pessoal do artista devotado ao seu ofício e consciente da tarefa de elevar os outros à altura da sua arte”.
(Edinha Diniz)

“...o João é uma pessoa que tem uma precisão auditiva extraordinária. Na história mundial poucas pessoas têm essa agucidade e precisão. Tanto é que ele procurou o som que ele pretendia alcançar um dia durante anos até chegar num resultado”.
(Zuza Homem de Mello)

"Em João Gilberto, o violão é metade de um conjunto sonoro completado pela voz, formando um bloco, uma entidade unívoca de voz e violão, e não de voz com violão"
(Zuza Homem de Mello)



“A naturalidade é um elemento indispensável na música”
(Zuza Homem de Mello)

João Gilberto é o homem "mais cool do mundo"
(Jon Pareles – Crítico do New York Times)

“João parece existir para se deleitar com a música, para tocar seu violão, em seu canto, sossegado.”
(Luciano Matos – BA)

“João sempre tratou a música com ternura, como a deusa de sua vida. É o que basta para conferir aos seus espetáculos uma superioridade fora do comum, situando-os entre os mais envolventes e memoráveis que se podem assistir.”
(Zuza Homem de Mello)



João Gilberto é um baiano, "bossa-nova" ...
Em pouquíssimo tempo, influenciou tôda uma geração de arranjadores, guitarristas, músicos e cantores ... Quando João Gilberto se acompanha, o violão é ele. Quando a orquestra o acompanha, a orquestra também é ele. João Gilberto não subestima a sensibilidade do povo.
Ele acredita, que há sempre lugar para uma coisa nova, diferente e pura que - embora à primeira vista não pareça - pode se tornar, como dizem na linguagem especializada: altamente comercial. Porque o povo compreende o Amor, as notas, a simplicidade e a sinceridade. Eu acredito em João Gilberto, porque ele é simples, sincero e extraordinàriamente musical.”
P. S. - Caymmi também acha.
(Antônio Carlos Jobim)



“A partir de João, tudo mudou, a bossa nova internacionalizou o samba e o canto nacional radicalizou no abandono de todos os resquícios retóricos do lirismo: João Gilberto aboliu o vibrato, retirou o forte e o fortíssimo da dinâmica e modificou a pronúncia do canto popular”.
(Luiz Antonio Giron)

“João é o que chamamos de Mago ou de Mito. Talvez o único que carrega o som em suas entranhas - não permite distorções, não suporta mixagens ou engenheiros de som. Percebe qualquer semitom fora de lugar - perfeccionista, genial. É a nobreza verdadeira e em todos os sentidos da MPB - a alegria de podermos saber que vivemos para ouvi-lo.”
(Carô Murgel)



“Possivelmente a grandeza da música de João Gilberto – a meu ver, nosso maior artista vivo – venha da capacidade de lidar com o passado de maneira a nos tornar mais livres, possíveis. O admirável em sua relação com a tradição musical brasileira não se limita somente à excelência das suas escolhas, um bom gosto espantoso, que retira um Zé da Zilda ou um Bororó da massa quase anônima de compositores populares e revela a grandeza do que parecia apenas mediana. Fabuloso de verdade é o dom de encontrar a forma de abrir o passado, de torná-lo poroso, significativo no presente. Há nas interpretações de João Gilberto justeza (a afinação, o tom certo) e deslocamento (as divisões inusuais, as durações alteradas, uma continuidade feita de ajustes sutis – um Brasil em que o ‘jeito’ deixa de ser o escamoteamento das dificuldades para tornar-se talvez a maneira mais sábia de compreendê-las. No seu modo de cantar o passado, João Gilberto, por frinchas e dribles, faz a história emergir no presente”.
(crítico, Rodrigo Naves)

“É crime, portanto, achar que você pode fazer ruído quando João Gilberto está em ação, emitindo o caldo original de uma cultura, a expressão mais elevada desta meta-raça brasileira, como queria Gilberto Freyre, definida pela vivência, a geografia, a mistura, a diversidade. Não se põe João Gilberto ao entardecer para ver o tempo passar, mas para vislumbrar essa porta entre os mundos, como queria Juan Mattus, em que temos um pé na miséria e outro no mistério.”
(Nei Duclós)



“João Gilberto, ...lapidou exaustivamente o diamante de sua monumental descoberta”
(economista, Eduardo Giannetti)

“João Gilberto canta como João Gilberto e só como João Gilberto. é uma referência pura para si mesmo, um ideal que ele persegue obsessivamente, atravessando os desconfortos”.
(Arthur Nestrovski)

“Ele vem mergulhando, cada vez mais fundo, nessa magia cuja intimidade revela uma dimensão cósmica: o mistério do canto”
(Luiz Carlos Maciel)

“Com seu jeito tranqüilo aliado à um trabalho que faz questão de ser impecável, por onde ele passou criou histórias pitorescas, ninguém entendia como algum artista poderia ser tão difícil quanto ele. É conhecida por todos a história do show em que ele dispensou a orquestra e exigiu que se desligasse o ar condicionado. Quem não entendeu chamou-o de maluco ou de chato. Só quem sabe o som que vem da música compreendeu”.
(Carô Murgel)

“A criação original de João Gilberto para o samba, que se internacionalizou com o nome de bossa nova, e que é, até hoje, a contribuição brasileira mais importante à cultura mundial, corre na veia de boa parte da música popular que se faz no mundo. Esse trabalho de transformação do samba e sua consolidação, é obra de uma personalidade artística genial, dessas que surgem de tempos em tempos com uma missão civilizadora heróica. Não é à toa que é qualificado de Mito. Sua trajetória repete a do herói mítico, no combate à banalidade e procura da pureza.”
(Edinha Diniz)




Participações especiais:
- Maria Bethânia, Canto do Pajé (1990, Brasil) Verve - Gravou: Maria/Linda Flor
- Vários Artistas, Hipertensão (1986, Brasil) Som Livre - Gravou: Me Chama
- Rita Lee & Roberto de Carvalho, Rita Lee & Roberto de Carvalho (1982, Brasil) Som Livre - Gravou: Junho-setembro, 1982 - Brasil com S.
- Miúcha, Miúcha (1980, Brasil) RCA – Gravou: Abril-Julho, 1980 - All of Me; Que é, Que é

Prêmios
1965 - Prêmio Grammy ("Best Album") pelo disco "Getz/Gilberto"
2001 - Prêmio Grammy na categoria Best World Music Album, pelo disco "João voz e violão"

Obras
Acapulco
Bim Bom
Coisas distantes (Forgotten Places), (de João Gilberto & João Donato)
Diga
Hô-Bá-Lá-Lá (Oba-la-la)
Isabel (Bebel)
Japão (Je Vous Aime Beaucoup?)
João Marcello
Mambinho, (de João Gilberto & João Donato)
Minha saudade, (de João Gilberto & João Donato)
No coreto, (de João Gilberto & João Donato)
Glass Beads, (de João Gilberto, João Donato & Lysias Ênio)
Um abraço no Bonfá, (An Embrace to Bonfá)
Undiú, (de João Gilberto & Jorge Amado)
Valsa (Bebel) – como são lindos os Youguis.
Você esteve com meu bem, (de João Gilberto & Antônio Cardoso Martins)



Discografia João Gilberto

Quando Você Recordar/Amar É Bom - 78 rpm single (Todamerica, 1951)


Anjo Cruel/Sem Ela - 78 rpm single (Todamerica, 1951)



Quando Ela Sai/Meia Luz - 78 rpm single (Copacabana, 1952)


Chega de Saudade/Bim Bom - 78 rpm single (Odeon, 1958)


Desafinado/Hô-bá-lá-lá - 78 rpm single (Odeon, 1958)


Chega de Saudade (Odeon, 1959)
Faixas:
01 - Chega de Saudade
02 - Lobo Bobo
03 - Brigas, Nunca Mais
04 - Hô-bá-lá-lá
05 - Saudade Fez Um Samba
06 - Maria Ninguém
07 - Desafinado
08 - Rosa Morena
09 - Menina Boca de Ouro
10 - Bim Bom
11 - Aos Pés da Cruz
12 - É Luxo Só


O Amor, o Sorriso e a Flor (Odeon, 1960)
Faixas:
01 - Samba de Uma Nota Só
02 - Só Em Teus Braços
03 - Doralice
04 - Trevo De Quatro Folhas
05 - Se é Tarde Me Perdoa
06 - Um Abraço No Bonfá
07 - Meditação
08 - O Pato
09 - Corcovado
10 - Discussão
11 - Amor Certinho
12 - Outra Vez


João Gilberto (Odeon, 1961)
Faixas:
01 - O Samba da Minha Terra
02 - O Barquinho
03 - Bolinha de Papel
04 - Saudade da Bahia
05 - A Primeira Vez
06 - O Amor em Paz
07 - Você e Eu
08 - Trem de Ferro - Trenzinho
09 - Coisa Mais Linda
10 - Presente de Natal
11 - Insensatez
12 - Este Seu Olhar


Brazil's Brilliant João Gilberto (Capitol, 1961)
Faixas:
01 - Samba de Uma Nota Só
02 - Doralice
03 - Só em Teus Braços
04 - Trevo de 4 Folhas
05 - Se é Tarde Me Perdôa
06 - Um Abraço no Bonfá
07 - Meditação
08 - O Pato
09 - Corcovado
10 - Discussão
11 - Amor Certinho
12 - Outra Vez


João Gilberto Cantando as Músicas do Filme Orfeu do Carnaval (Odeon, 1962)
Faixas:
01 - O Nosso Amor
02 - A Felicidade
03 - Manhã de Carnaval
04 - Frevo

Boss of the Bossa Nova (Atlantic, 1962)
Faixas:
01 - Bolinha de Papel
02 - Samba da Minha Terra
03 - Saudade da Bahia
04 - O Barquinho
05 - A Primeira Vez
06 - Amor em Paz
07 - Você e Eu
08 - Insensatez
09 - Trenzinho (Trem de Ferro)
10 - Presente de Natal
11 - Coisa Mais Linda
12 - Este Seu Olhar


Bossa Nova at Carnegie Hall (Audio Fidelity, 1962)

Faixas:
01 - Samba de Uma Nota Só - Sergio Mendes e Sexteto
02 - Bossa Nova York - Carmen Costa, Bola Sete & José Paulo
03 - Zelão - Sergio Ricardo
04 - Não Faz Assim - Quarteto de Oscar Castro Neves
05 - Influência do Jazz - Quarteto de Oscar Castro Neves
06 - Manhã de Carnaval - Luis Bonfá
07 - Manhã de Carnaval II - Luis Bonfá, Agostinho dos Santos & Quarteto de Oscar Castro Neves
08 - A Felicidade - Luis Bonfá, Agostinho dos Santos & Quarteto de Oscar Castro Neves
09 - Outra Vez - João Gilberto & Milton Banana
10 - Influência do Jazz - Carlos Lyra & Quarteto de Oscar Castro Neves
11 - Ah Se Eu Pudesse - Ana Lucia & Quarteto de Oscar Castro Neves
12 - Bossa Nova Em Nova York - Caetano Zamma & Quarteto de Oscar Castro Neves
13 - Barquinho - Roberto Menescal & Quarteto de Oscar Castro Neves
14 - Amor no Samba - Normando & Quarteto de Oscar Castro Neves
15 - Passarinho - Chico Feitosa & Quarteto de Oscar Castro Neves


The Warm World of João Gilberto (Atlantic, 1963)
Faixas
01 - Desafinado
02 - Rosa Morena
03 - Morena Boca de Ouro
04 - Bim Bom
05 - Aos Pes da Cruz
06 - É Luxo Só
07 - Saudade Fez um Samba
08 - Chega de Saudade
09 - Lobo Bobo
10 - Brigas Nunca Mais
11 - Hô-Bá-Lá-Lá
12 - Maria Ninguém


Getz/Gilberto (Verve, 1963)
Faixas:
01 - The Girl From Ipanema
02 - Doralice
03 - Pra Machucar Meu Coração
04 - Desafinado
05 - Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars)
06 - So Danço Samba (I Only Dance Samba)
07 - O Grande Amor
08 - Vivo Sonhando (Dreamer)
09 - The Girl From Ipanema
10 - Corcovado


Herbie Mann & João Gilberto (Atlantic, 1965)
Faixas:
01 - Desafinado
02 - Bolinha de Papel
03 - Maria Ninguém
04 - O Barquinho
05 - Samba da Minha Terra
06 - Rosa Morena
07 - Bim Bom


Getz/Gilberto vol. 2 (Verve, 1966)
Faixas:
01 - Grandfather's Waltz
02 - Tonight I Shall Sleep with a Smile on My Face
03 - Stan's Blues
04 - Here's that Rainy Day
05 - Samba da Minha Terra
06 - Rosa Morena
07 - Um Abraço no Bonfá
08 - Bim Bom
09 - Meditação
10 - O Pato


João Gilberto en México (Orfeon, 1970)
Faixas:
01 - De Conversa em Conversa
02 - Ela é Carioca
03 - O Sapo
04 - Esperança Perdida
05 - Trolley Song
06 - João Marcelo
07 - Farolito
08 - Astronauta (Samba da Pergunta)
09 - Acapulco
10 - Besame Mucho
11 - Eclipse


João Gilberto (Philips, 1970)
Faixas:
01 - De Conversa em Conversa
02 - Ela é Carioca
03 - O Sapo
04 - Esperança Perdida
05 - Trolley Song
06 - João Marcelo
07 - Farolito
08 - Astronauta (Samba da Pergunta)
09 - Acapulco
10 - Besame Mucho
11 - Eclipse


João Gilberto (Polydor, 1973)
Faixas:
01 - Águas de Março
02 - Undiu
03 - Na Baixa do Sapateiro
04 - Avarandado
05 - Falsa Baiana
06 - Eu quero um Samba
07 - Eu vim da Bahia
08 - Valsa (Como são Lindos os Youguis)
09 - É Preciso Perdoar
10 - Izaura


The Best of Two Worlds (CBS, 1976)
Faixas:
01 - Double Rainbow
02 - Águas de Março
03 - Lígia
04 - Falsa Baiana
05 - Retrato em Branco e Preto
06 - Izaura
07 - Eu Vim da Bahia
08 - João Marcelo
09 - É Preciso Perdoar
10 - Just One of Those Things


Amoroso (Warner/WEA, 1977)
Faixas:
01 - 'S Wonderful
02 - Estate
03 - Tim Tim Por Tim Tim
04 - Besame Mucho
05 - Wave
06 - Caminhos Cruzados
07 - Triste
08 - Zingaro


Gilberto and Jobim (Capitol, 1977)
Faixas:
Contém faixas compostas por Tom Jobim e gravadas em álbuns anteriores além de Manhã de Carnaval e A Felicidade.



João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (WEA, 1980)
Faixas:
01 - Menino Do rio
02 - Curare
03 - Retrato Em Branco E Preto
04 - Chega De Saudade ( Com Bebel Gilberto )
05 - Desafinado
06 - O Pato
07 - Eu E A Brisa
08 - Jou Jou Balangandã
09 - Canta Brasil
10 - Aquarela Do Brasil ( Bonus Track )
11 - Bahia Com H ( Bonus Track )
12 - Tim Tim Por Tim Tim ( Bonus Track )
13 - Estate



Brasil (WEA, 1981)
Faixas:
01 - Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
02 - Disse Alguém (All Of Me) (Simons / Marks / Vrs. Haroldo Barbosa)
03 - Bahia Com H (Denis Brean)
04 - No Tabuleiro da Baiana (Ary Barroso) with Maria Bethânia
05 - Milagre (Dorival Caymmi)
06 - Cordeiro de Nanã (Mateus / Dadinho)


Interpreta Tom Jobim (EMI/Odeon, 1985)
Faixas:
01 - A Felicidade (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes) from Orfeu do Carnaval
02 - Desafinado (Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonca)
03 - Insensatez (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes)
04 - Este Seu Olhar (Antonio Carlos Jobim)
05 - Chega de Saudade (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes)
06 - Meditação (Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonca)
07 - Samba de Uma Nota Só (Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonca)
08 - O Nosso Amor (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes) from Orfeu do Carnaval
09 - O Amor Em Paz (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes)
10 - Só Em Teus Braços (Antonio Carlos Jobim)
11 - Corcovado (Antonio Carlos Jobim)
12 - Discussão (Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonca)


Meditação (EMI, 1985)
Faixas:
01 - Samba da minha terra
02 - Rosa morena
03 - O barquinho
04 - O pato
05 - É luxo só
06 - Meditação
07 - Lobo bobo
08 - Saudade da bahia
09 - Morena boca de ouro
10 - Maria ninguém
11 - Amor certinho
12 - Bolinha de papel
13 - Aos pés da cruz
14 - Bim bom


Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986)
Faixas:
01 - Tim Tim Por Tim Tim
02 - Preconceito
03 - Sem Compromisso
04 - Menino Do Rio
05 - Retrato Em Branco E Preto
06 - Pra Que Discutir Com Madame
07 - Garota De Ipanema
08 - Desafinado
09 - O Pato
10 - Adeus América
11 - Estate
12 - Morena Boca De Ouro
13 - A Felicidade
14 - Isto Aqui O Que É
15 - Aquarela Do Brasil


João Gilberto Live in Montreux (Elektra, 1987)
Faixas:
01 - Sem compromisso
02 - Menino do rio
03 - Retrato em branco e preto
04 - Pra que discutir com a madame
05 - the Girl from Ipanema
06 - Adeus América
07 - State
08 - Morena boca de ouro
09 - A felicidade
10 - Preconceito
11 - Sandália de prata
12 - Rosa morena
13 - Aquarela do Brasil


O Mito (EMI, 1988)
Faixas:
01 - Chega de Saudade
02 - Desafinado
03 - Samba de Uma Nota Só
04 - O Pato
05 - Bolinha de Papel
06 - O Amor Em Paz
07 - Trevo de 4 Folhas (I'm Looking Over a Four Leaf Clover)
08 - O Barquinho
09 - Lobo Bobo
10 - Bim Bom
11 - Hô-bá-lá-lá
12 - Aos Pés da Cruz
13 - É Luxo Só
14 - Outra Vez
15 - Coisa Mais Linda
16 - Este Seu Olhar
17 - Trenzinho (Trem de Ferro)
18 - Brigas, Nunca Mais
19 - Saudade Fez Um Samba
20 - Amor Certinho
21 - Insensatez
22 - Rosa Morena
23 - Morena Boca de Ouro
24 - Maria Ninguém
25 - A Primeira Vez
26 - Presente de Natal
27 - Samba da Minha Terra
28 - Saudade da Bahia
29 - Corcovado
30 - Só Em Teus Braços
31 - Meditação
32 - Você e Eu
33 - Doralice
34 - Discussão
35 - Se é Tarde Me Perdoa
36 - Um Abraço no Bonfá
37 - Manhã de Carnaval
38 - Medley: O Nosso Amor / A Felicidade


The Legendary João Gilberto (World Pacific, 1990)
Faixas:
01 - Chega de Saudade
02 - Desafinado
03 - Samba de Uma Nota Só
04 - O Pato
05 - Bolinha de Papel
06 - O Amor Em Paz
07 - Trevo de 4 Folhas (I'm Looking Over a Four Leaf Clover)
08 - O Barquinho
09 - Lobo Bobo
10 - Bim Bom
11 - Hô-bá-lá-lá
12 - Aos Pés da Cruz
13 - É Luxo Só
14 - Outra Vez
15 - Coisa Mais Linda
16 - Este Seu Olhar
17 - Trenzinho (Trem de Ferro)
18 - Brigas, Nunca Mais
19 - Saudade Fez Um Samba
20 - Amor Certinho
21 - Insensatez
22 - Rosa Morena
23 - Morena Boca de Ouro
24 - Maria Ninguém
25 - A Primeira Vez
26 - Presente de Natal
27 - Samba da Minha Terra
28 - Saudade da Bahia
29 - Corcovado
30 - Só Em Teus Braços
31 - Meditação
32 - Você e Eu
33 - Doralice
34 - Discussão
35 - Se é Tarde Me Perdoa
36 - Um Abraço no Bonfá
37 - Manhã de Carnaval
38 - Medley: O Nosso Amor / A Felicidade


João (PolyGram, 1991)
Faixas:
01 - I Really Samba (Eu Sambo Mesmo)
02 - Go On (Siga)
03 - Little Rose (Rosinha)
04 - Malaga
05 - A Woman (Una Mujer)
06 - My Heart And I (Eu E Meu Coracao)
07 - You Do Something To Me
08 - Unhappy Remark (Palpite Infeliz)
09 - Ave Maria On The Hill (Ave Maria No Morro)
10 - Sampa
11 - Smiled At Me (Sorriu Para Mim)
12 - I Wish You Love (Que Reste-T-Il De Nos Amours)



Eu Sei que Vou Te Amar (Epic/Sony, 1994)
Faixas:
01 - Eu Sei que Vou Te Amar
02 - Desafinado
03 - Você Não Sabe Amar
04 - Fotografia
05 - Rosa Morena
06 - Lá Vem a Baiana
07 - Pra Que Discutir com Madame
08 - Isto Aqui o Que é (Sandália de Prata)
09 - Meditação
10 - Da Cor do Pecado
11 - Guacyra
12 - Se é Por Falta de Adeus
13 - Chega de Saudade
14 - A Valsa de Quem Não Tem Amor
15 - Corcovado
16 - Estate
17 - O Amor em Paz
18 - Aos Pés da Cruz


João Voz e Violão (Universal/Mercury, 2000)
Faixas:
01 - Desde que o Samba é Samba
02 - Você Vai Ver
03 - Eclipse
04 - Não Vou pra Casa
05 - Desafinado
06 - Eu Vim da Bahia
07 - Coração Vagabundo
08 - Da Cor do Pecado
09 - Segredo
10 - Chega de Saudade


Live At Umbria Jazz (EGEA, 2002)
Faixas:
01 - Isto Aqui, O Que É? (Sandália De Prata)
02 - De Conversa Em Conversa
03 - Pra Que Discutir Com Madame?
04 - Malaga
05 - Estate
06 - Lá Vem A Baiana
07 - Corcovado
08 - Doralice
09 - Rosa Morena
10 - Desafinado
11 - Saudade Da Bahia
12 - O Pato
13 - Chega De Saudade
14 - Garota De Ipanema


João Gilberto in Tokyo (Universal, 2004)
Faixas:
01 - Acontece que eu sou baiano
02 - Meditação
03 - Doralice
04 - Corcovado
05 - Este seu olhar
06 - Isso aqui, o que é? (sandália de prata)
07 - Wave
08 - Pra dscutir com madame
09 - Lígia
10 - Louco(ela é seu mundo)
11 - Bolinha de papel
12 - Rosa morena
13 - Adeus américa
14 - Preconceito
15 - Aos pés da cruz

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