O SOM DO VINIL - TAVITO

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O SOM DO VINIL - SECOS E MOLHADOS

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BRASIL ADENTRO - MÚSICA DO PARÁ COM CHARLES GALVIN

Charles Gavin, músico, pesquisador e apresentador de TV, e Geraldinho Magalhães, produtor musical, começaram a trabalhar em alguns projetos juntos em 2011. Durante encontros na Diversão e Arte, produtora de Geraldinho, Charles era muitas vezes surpreendido pela trilha sonora: sempre uma novidade ou descoberta recente do universo musical paraense, do qual Geraldinho é conhecedor e fã. Mas porque esse universo tão rico estaria restrito a poucos pesquisadores, produtores, músicos? Como mudar esse cenário? E se era assim no Pará, não haveria de ser diferente em outros estados.

Para fazer frente a essas perguntas, surge BRASIL ADENTRO, um programa de TV disposto a mergulhar em estados “fora do eixo’’ Rio-São Paulo de modo a dividir com um público mais amplo as descobertas de Charles Gavin, pesquisador que há mais de seis anos investe na carreira de diretor de programas musicais. Com Charles como apresentador e diretor geral do programa, Geraldinho Magalhães, como co-curador e produtor, e Paola Vieira, como produtora executiva e diretora, o programa foi sendo formatado pelo braço audiovisual da produtora Diversão e Arte, mais conhecida até o momento como produtora musical, responsável pelas carreiras de Wilson das Neves, Maira Freitas e Orquestra Imperial, entre outros. Com um rascunho do formato, foram buscar parcerias e viabilizar a empreitada.

A aposta do Canal Brasil no projeto foi imediata. O Estado do Pará, através de sua Secretaria de Comunicação, e a TV Cultura do Pará, também viraram parceiros. Depois de uma viagem de pesquisa em Fevereiro, em Abril de 2012 estavam sendo filmadas as primeiras cenas que estreiam no Canal Brasil em 10 de Janeiro próximo.

Esta aposta também veio dos mais dos mais de 30 artistas participantes, que se entregaram de corpo e alma às entrevistas feitas em Belém. Conversaram sobre suas vidas, suas carreiras, refletiram sobre a sua cultura e sua música, tocaram e cantaram ao vivo. Com a generosidade que lhes é característica, esbanjaram talento, humor e uma cultura única. Com 5 episódios de 53 minutos cada, a série BRASIL ADENTRO MÚSICA DO PARÁ inicia a série BRASIL ADENTRO por um Estado bastante isolado do resto do Brasil, mas com uma cultura riquíssima e muito pouco conhecida.

Apresentando um amplo panorama da cena musical paraense, artistas de múltiplos estilos, sempre inseridos em um contexto, Charles Gavin busca nos papos a origem e as influências de cada um, entremeando entrevistas em estúdio, apresentações acústicas exclusivas, paisagens de rua e imagens de arquivo, de shows, de curtas e documentários feitos no Pará em diversas épocas. Com cenário e direção de arte de Raul Mourão, direção de fotografia de Markão Oliveira e montagem de Rita Carvana, o resultado é um mosaico sobre o Estado Pará em toda a sua complexidade, tratando não só da sua música, mas de sua cultura, economia criativa, um pouco de sua história e geografia. A série conduz o espectador por uma viagem surpreendente e inesquecível.

SINOPSES DOS EPISÓDIOS

01 - Carimbó: A Matriz da Música Paraense

A origem da música que se faz hoje no Pará, os Mestres que a todos influenciaram, as explicações históricas e geográficas do isolamento do Estado, as misturas singulares da região e suas origens, as influências de outras culturas, Pinduca, a modernização, a lambada e o sucesso de paraenses nos anos 80 e 90.

Quem aparece:

Arraial do Pavulagem

Dona Onete

Manoel Cordeiro

Mestre Curica

Mestre Verequete (falecido)

Pinduca

Trio Manari

02 - A Guitarrada

O que é guitarrada, o estilo peculiar de se tocar guitarra no Pará? Uma geral no gênero hoje cultuado por roqueiros antenados de todo Brasil: origens, influências, Mestres e seguidores.

Quem aparece:

Felipe Cordeiro 

Felix Robatto

Manoel Cordeiro

Mestre Curica

Mestre Solano 

Mestre Vieira

Pio Lobato

03 - A MPB Que Vem do Pará

As estrelas paraenses Fafá de Belém e Leila Pinheiro, revelam suas primeiras influências, seus compositores preferidos e seus mestres: Waldemar Henrique, Paulo André Barata e Nilson Chaves, artistas de enorme relevância artística e muito pouco conhecidos no resto do Brasil.

Quem aparece:

Fafá de Belém

Leila Pinheiro

Nilson Chaves

Paulo André Barata

Waldemar Henrique

04 - Brega e Tecnobrega

Dois estilos muito populares no Estado Pará: o primeiro com origem nos anos 70/80, o segundo surgido nos anos 2000, filho do primeiro e que está no momento em seu auge de popularidade. Definições, origens, influências e exemplos de artistas e músicas de cada estilo.

Quem aparece:

Edilson Moreno 

Fernando Belém

Gaby Amarantos 

Gang do Eletro

Felipe Cordeiro

Manoel Cordeiro

05 - A Música do Pará Hoje

O programa dá uma panorâmica da cena atual da música paraense, formada por artistas de todas as idades, estilos e gêneros diferentes.

Quem aparece:

Coletivo Rádio Cipó

Dona Onete

Felipe Cordeiro

Lia Sofia 

Lu Guedes

Mestre Laurentino

Na Figueiredo (apresentando artistas e títulos de sua gravadora)

Ficha Técnica Brasil Adentro Muisca do Pará

Charles Gavin – Diretor, Curador e Apresentador - 

Paola Vieira - Produtora e Co-Diretora -

Geraldinho Magalhães – Produtor, Autor e Co-Curador do Projeto 

Raul Mourão – Diretor de Arte 

Rita Carvana – Editora

Markão Oliveira – Diretor de fotografia

Duda Mello - Mixagem

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O SOM DO VINIL E A TRILOGIA DO RÉ COM CHARLES GAVIN

Parte 01:




Parte 02:

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AS MIL E UMA ATIVIDADES DE CHARLES GAVIN

Charles Gavin está em trânsito. Numa sala de espera do Aeroporto Santos Dumont, enquanto aguarda a hora de embarcar para São Paulo, ele fala sobre outro percurso, que o levou de baterista de uma das maiores bandas do pais, os Titãs (da qual se desligou no começo do ano), a pesquisador musical responsável pelo relançamento de inúmeros discos considerados perdidos e a apresentador do programa "O som do vinil", no Canal Brasil. Gavin - que vai produzir o próximo disco do grupo Canastra e sonha lançar um disco solo - explica essa jornada pessoal como se fossem os dois lados de um desses discos.

- O lado fácil de virar apresentador foi que sou um bom ouvinte. Não sou ansioso, escuto as pessoas contarem suas histórias - diz, enquanto toma café. - O lado difícil foi a postura e a dicção. Precisei mudar o meu sotaque, que era muito paulistano, mesmo para quem mora no Rio há 13 anos.

Em São Paulo, onde passou boa parte dos seus 50 anos, Gavin vai gravar um dos 26 programas da nova temporada (a quarta) de "O som do vinil", um dos líderes de audiência do Canal Brasil (é exibido às sextas, às 21h30), no qual comenta discos importantes da música brasileira. Lenine, Sidney Magal e o jurássico grupo Made in Brazil serão alguns dos seus entrevistados nessa fase

- O programa está cada vez mais eclético. Nossa única limitação, claro, é que os discos escolhidos tenham sido lançados em vinil. Mas com os lançamentos atuais nesse formato, podemos incluir também artistas contemporâneos, como a Fernanda Takai e o Lenine.

Baterista desde os 19 anos, quando ganhou um instrumento do pai, Gavin - que teve breves passagens por outros grupos fundamentais do rock brasileiro, como o Ira! e o RPM - conta que uma das entrevistas que mais o tocou foi com o grupo mineiro de música instrumental Uakti, famoso por construir seus próprios instrumentos:

- Quando comecei a estudar bateria, nos anos 80, meu professor indicou um disco do Uakti. E passei a acompanhar a banda desde então. Por isso, quando entrevistei os músicos e eles me mostraram a trilobita, um instrumento de percussão feito com tubos de PVC, eu quase não conseguia falar. Me impressionou também descobrir que só existe uma trilobita. Se a gente estivesse num país de Primeiro Mundo, esse original estaria preservado num museu de música e tecnologia.

Metódico e perfeccionista, Gavin não se contentou em ficar apenas à frente do programa, dirigido por Darcy Burger, e tem se envolvido cada vez mais no que acontece nos bastidores.

- Já que eu passei para o outro lado, que seja até o fim - brinca. - Gosto de acompanhar o roteiro e até mesmo de fazer a edição, outra coisa que aprendi na marra. Acho que isso é uma extensão do que eu fazia nos Titãs, já que foram raras as mixagens dos nossos discos das quais eu não participei. Vejo nisso também um paralelo com o trabalho de um produtor.

" Sinto falta de produzir. Quer dizer, sentia porque agora, sem os Titãs, posso voltar a me dedicar mais à produção "

Trabalho, aliás, que Gavin exerceu com brilho nas vezes em que foi convocado, fosse junto à cantora Vange Leonel (em disco lançado em 1991, que gerou o hit "Noite preta") ou com o espetacular début do Mundo Livre S/A, "Samba esquema noise", um trabalho dividido com Carlos Eduardo Miranda, em 1994.

- Aquele disco do Mundo Livre realmente é muito bom, né? Sinto falta de produzir. Quer dizer, sentia porque agora, sem os Titãs, posso voltar a me dedicar mais à produção - conta ele, já no segundo café.

Um dos frutos dessa liberdade recém-adquirida é a associação com o grupo Canastra. Por causa disso, Renato Martins, vocalista e guitarrista da banda, garante estar nas nuvens:

- Nunca sequer sonhamos ter um produtor desse calibre ao nosso lado. A gente se encontrou em um show do (grupo) Brasov, no começo do ano, e foi amor à primeira vista. Ele veio trabalhar com a gente trazendo toda uma bagagem de 20 anos de estrada, mas sem tirar onda por ser o Charles Gavin dos Titãs. Ele é muito generoso e deixa todo mundo à vontade. É um tremendo profissional. Chega aos ensaios e anota tudo, de forma quase científica, como se fosse um Professor Pardal. É um cara muito bacana e equilibrado.

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