A quase uma década de existência, a mesa de samba autoral evidencia-se como o grande reduto do samba pernambucano.
Por Bruno Negromonte
Crédito da imagem: Joás Benedito |
"Isso aqui não trata-se apenas de um encontro musical, o que fazemos aqui é política. É um processo de resgate cultural onde o que prevalece são os compositores que geralmente não tem espaço nos grandes meios. Criamos oportunidade para que os compositores de samba pernambucanos mostrem seus trabalhos. Estamos indo para oito anos de valorização do genuíno samba pernambucano. Por que cantar os sambas de fora se temos grandes sambistas e compositores aqui? Passei 40 anos de minha no Rio de Janeiro e as grandes mesas de samba de lá só tocam o samba feito lá, você não vê a turma de lá cantando sambas de outros estados; aqui não poderia ser diferente, queremos criar oportunidade para a divulgação do samba feito aqui pelos músicos de Pernambuco", é com esse discurso engajado que o cantor e compositor Paulo Perdigão resume os encontros da mesa de samba autoral que hoje, dia do choro, completa oito anos de existência. Carioca, Perdigão veio para Recife a cerca de duas décadas e aqui chegando deu continuidade a grande paixão que ele não abdicou nesta sua vinda: o samba.
Em 2006, Perdigão soma forças com mais alguns compositores para a concretização de uma espécie de trincheira do samba e criam juntamente com nomes como Neguinho da Samarina, Tadeu Júnior, Rui Ribeiro e Dona Selma do Samba o coletivo intitulado de Mesa de Samba Autoral de Pernambuco, evento que hoje agrega novos compositores e mantendo viva a chama da proposta inicial do projeto que é a luta pelo reconhecimento do autor e sua obra. A única exigência para fazer parte da roda é ter uma ligação coerente com o ritmo como relata Rui Ribeiro. “É fundamental que os participantes da Mesa tenham uma produção própria de sambas e um pensamento solidário e horizontal”, diz o músico. Devotos de 'são' Pixinguinha (como alguns costumam a se referir ao músico Alfredo da Rocha Viana Filho), a escolha da data para a comemoração do aniversário do projeto não se deu à toa, foi em um dia 23 de abril de 1897, no Rio de Janeiro, que Pixinguinha nasceu para tornar-se uma das maiores referências da música brasileira de todos os tempos, inclusive no samba com nomes como Donga e João da Baiana.
E é desse modo, imbuído de generosidade, que a mesa de samba autoral vai somando forças, pois traz consigo essa característica acolhedora, onde adeptos e pretensos perpetuadores do gênero aqui no estado agregam notas e versos a favor do samba genuinamente pernambucano. Vislumbrando que as futuras gerações possam ter uma oportunidade cada vez maior de ver a cena local em evidência como tem acontecido com nomes com Gerlane Lops e Karynna Spinelli, nomes hoje que representam o samba pernambucano brilhantemente de modo irrefutável. E assim fica aqui os versos escritos por João Grande para João Nogueira registrar em 1980 no álbum "Boca do povo": "O tempo vai passando, e o samba vai seguindo... O povo está feliz, cantando, sambando, sorrindo e assim vamos nós..."
E é desse modo, imbuído de generosidade, que a mesa de samba autoral vai somando forças, pois traz consigo essa característica acolhedora, onde adeptos e pretensos perpetuadores do gênero aqui no estado agregam notas e versos a favor do samba genuinamente pernambucano. Vislumbrando que as futuras gerações possam ter uma oportunidade cada vez maior de ver a cena local em evidência como tem acontecido com nomes com Gerlane Lops e Karynna Spinelli, nomes hoje que representam o samba pernambucano brilhantemente de modo irrefutável. E assim fica aqui os versos escritos por João Grande para João Nogueira registrar em 1980 no álbum "Boca do povo": "O tempo vai passando, e o samba vai seguindo... O povo está feliz, cantando, sambando, sorrindo e assim vamos nós..."
Roda de Samba Autoral
Sábados das 18h às 21h – A cada 15 dias
Local: Bar Livraria Exposição Almanaque, em Olinda.
Próximo encontro - 04 de maio de 2013
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