Em 2013 completa-se duas décadas sem um dos mais significativos nomes da Império Serrano.
Por Bruno Negromonte
Ex-feirante, Laudenir Casemiro nasceu no Rio de Janeiro nos idos anos de 1940. Ainda criança, devido a uma queda do cavalo, acabou perdendo o braço direito, o que acabou gerando o seu pseudônimo.
A sua carreira fonográfica teve início na década de 70, quando estreou no mercado fonográfico com a gravação, por Oswaldo Nunes, da canção "Ai que vontade". A partir daí seu nome começou a figurar no repertórios e em discos de notórios intérpretes, tais quais Paulinho Mocidade com "Põe pimenta" (presente no álbum "Se o caminho é meu", de 1977), Beth Carvalho que gravou no LP "De pé no chão", de 1978, a canção "Marcando bobeira", Almir Guineto (gravando no LP "Jeito de amar", de 1979, a canção "Lindo requebrado").
Na década seguinte consolida-se como um dos grandes compositores da nova geração do samba carioca tendo canções gravadas novamente por Beth Carvalho nos LP's "Sentimento brasileiro" (1980), "Na fonte" (1981) e "Suor no rosto" (1983). É dessa época a composição de um dos seus maiores sucessos: "Camarão que dorme a onda leva" (com Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz). Não posso deixar de citar ainda a interpretação "São José de Madureira" em parceria com Zeca Pagodinho, em outro disco, distinto dos citados anteriormente, da cantora carioca.
Outro artista recorrente as composições de Beto nesta década foi Zeca Pagodinho, que gravou dentre outras de sua lavra "Quando eu contar, Iaiá"; "Vou lhe deixar no sereno"; "Cidade do pé junto" e "Brincadeira tem hora". Sem contar outros diversos intérpretes como Carlos Sapato ("Papagaio"), Almir Guineto ("Coisa da roça", "Quem me guia" e "Flecha do cupido"), Dominguinhos do Estácio ("Dura prova" e "Coco de Catolé"), Elza Soares ("Erê"), Alcione ("Na paz de Deus"), Jovelina Pérola Negra ("Feira de São Cristóvão" e "Calango do morro"), Bezerra da Silva ("Manera mané" e "Meu bom juiz") entre outros grandes nomes do gênero interpretaram as cerca de 463 músicas gravadas de sua autoria em diversas parcerias.
No ano de 2002, o sambista Deni Lima gravou um disco só com composições de Beto Sem Braço, cujo título é "Deni de Lima canta Beto Sem Braço", lançado pela gravadora Virrec, que, entre outras, apresenta as inéditas "Panos de Buda", "Marimbondo dá mel" e "Um dia de rei" e ainda regravações de grandes sucessos do compositor.
No ano de 2002, o sambista Deni Lima gravou um disco só com composições de Beto Sem Braço, cujo título é "Deni de Lima canta Beto Sem Braço", lançado pela gravadora Virrec, que, entre outras, apresenta as inéditas "Panos de Buda", "Marimbondo dá mel" e "Um dia de rei" e ainda regravações de grandes sucessos do compositor.
Um fato de destaque na biografia do compositor ocorreu em 1987, quando Beto sem braço
descontente com a desclassificação de seu samba, atirou no presidente e no vice-presidente da Império Serrano, Jamil Cheiroso e Roberto Cunha, respectivamente.
Quanto ao carnaval vale frisar que o compositor pertenceu a Ala de Compositores da Vila Isabel e mais tarde, transferiu-se para a Escola de Samba Império Serrano, onde foi além de compositor, diretor de bateria por vários anos. Na Império compôs um dos maiores sucessos da escola: "Bum, bum baticumbum, prugurundum", em parceria com Aluízio Machado.
Beto faleceu aos 53 anos vitimado por tuberculose.
Alguma de suas principais composições:A paisagem
Aonde quer que eu vá (Com Martinho da Vila)
Boi (Com J. C. Santos)
Brincadeira tem hora (Com Zeca Pagodinho)
Calango no morro (Com Paulo Vizinho)
Camarão que dorme a onda leva (Com Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz)
Cidade do pé junto (Com Zeca Pagodinho)
Coco de Catolé (Com Joel Menezes)
Coisa da roça (c/ Almir Guineto)
Com toda essa gente (Com Dudu Nobre e Zeca Pagodinho)
Daltônico Varela (Com Serginho Meriti)
Deixa a fumaça entrar (Com Martinho da Vila)
Dura prova (Com Serginho Meriti e Aluízio Machado)
Erê (Com Bandeira Brasil)
Escasseia (Com Aluízio Machado e Zé do Maranhão)
Feira de São Cristóvão (Com Bandeira Brasil)
Flecha do Cupido (Com Almir Guineto e Guará da Empresa)
Lindo requebrado (Com Carlos Senna, Almir Guineto e Adalto Magalha)
Manera, mané (Com Serginho Meriti e Arlindo Cruz)
Mão baiana (Com Aluízio Machado)
Marcando bobeira (Com Dão e João Quadrado)
Meu bom juiz
Morena do canjerê (Com Joel Menezes)
Na paz de Deus (Com Sombrinha e Arlindo Cruz)
Papagaio (Com Almir Guineto e Luverci Ernesto)
Pintou uma lua lá (Com Maurição)
Põe pimenta (Com Jorginho Saberás)
Quando eu contar Iaiá (Com Serginho Meriti)
Quando o povo entra na dança (Com Carlito Cavalcanti)
Quem me guia (Com Serginho Meriti)
Samba em Berlim (Com Joel Menezes)
São José de Madureira (Com Zeca Pagodinho)
Vou lhe deixar no sereno (Com Jorginho Saberás)
Quando eu contar Iaiá (Com Serginho Meriti)
Quando o povo entra na dança (Com Carlito Cavalcanti)
Quem me guia (Com Serginho Meriti)
Samba em Berlim (Com Joel Menezes)
São José de Madureira (Com Zeca Pagodinho)
Vou lhe deixar no sereno (Com Jorginho Saberás)
8 comentários:
O cara era bom. Tive o prazer d conhecer pessoalmente
O cara era bom. Tive o prazer d conhecer pessoalmente
O Rei tem q ter paciência e manter as aparências e esperar as voltas q o mundo dar...
Mestre poeta boêmio!!!
O Rei tem q ter paciência e manter as aparências e esperar as voltas q o mundo dar...
Mestre poeta boêmio!!!
Beto era o bicho!!!!!
Quantos letras limdas!
Incomparável!
Excepcional !
Faz muita falta !
Beto sem braço é uma referência para todos que gosta de uma letra muito bem elaborada, Beto sem braço se foi ,mas deixou imortalizado a sua obra.
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