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Um bate-papo com alguns dos maiores nomes da MPB e outros artistas em ascensão.

HANGOUT MUSICARIA BRASIL

Em novo canal no Youtube, Bruno Negromonte apresenta em informais conversas os mais distintos temas musicais.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A CATARSE MUSICAL DE PEDRO MORAES

Com uma carreira em ativa expansão no exterior desde o início dos anos 2000, o cantor e compositor carioca vem divulgando o seu primeiro disco, trabalho este que, segundo o jornal norte-americano Boston Globe, já é um dos dez melhores cd's, a nível mundial, de 2012.

Por Bruno Negromonte


Apesar da dubiedade sugerida pelo título do álbum, o primeiro registro fonográfico do carioca Pedro Moraes, batizado de "Claroescuro", sabe tanto o recado que quer transmitir quanto qual é o seu quinhão dentro da música popular brasileira contemporânea. Imbuído dos mais genuínos ritmos brasileiros tal qual o xote, o samba e outros, o artista mostra-se que mesmo tendo os pés fincados nas mais tradicionais raízes musicais do Brasil a sua cabeça germinou e hoje ele segue por veredas distintas, aliando suas reminiscências sonoras as novas tendências universais e, acima de tudo, atuais. "Claroescuro" é um projeto que veio ganhando forma nos últimos cinco anos e hoje colhe os frutos desse meticuloso desejo, particularmente no exterior, onde o artista vem sedimentando uma exitosa carreira em lugares como Espanha, Sri Lanka assim como também em alguns países da Europa. Inclusive, o seu disco, tornou-se o primeiro álbum brasileiro a ser distribuído por um selo indiano: o Rock´nd Raaga.

O artista vem ganhando notoriedade a nível nacional desde a sua participação no programa Global "Som Brasil", onde em meio a renomados artistas deixou a sua marca de maneira bastante pessoal e positiva interpretando clássicos do cancioneiro brasileiro compostos pelo sambista Cartola, canções como "Ensaboa" e "Cordas de aço" ganharam um registro bastante peculiar na voz do cantor e compositor, que mesmo veio a ganhar uma maior projeção. Carioca de nascimento, Pedro Moraes surgiu no cenário carioca fazendo as suas primeiras incursões pelos palcos, por volta do ano de 2000, já como cantor e compositor. É desse período a sua primeira turnê internacional, quando foi primeiro ao México apresentar-se junto a cantora de jazz Magos Herrera, artista esta que gravou duas composições de autoria de Moraes e que obtiveram sucesso tanto de crítica quanto de público, rendendo ao compositor brasileiro propiciando assim a sua ida ao México e posteriormente aos EUA, onde apresentou-se em locais como o Zinc Bar e Nascimento. A partir daí fundou e participou ao longo de dois anos do grupo Umbando e de espetáculos como "Confraria da Música Livre" e "A Lira e a Lâmina" nos idos anos de 2001. Isso sem contar a sua participação, como vocalista, do "É com esse que eu vou", grupo expoente dessa nova geração que vem surgindo no tradicional bairro carioca da Lapa, reduto do samba. O grupo foi indicado ao Prêmio TIM (hoje Prêmio da Música Brasileira) como melhor disco de samba do ano de 2007 com o álbum "Samba do Baú" dedicado a canções inéditas dos maiores mestres da história do gênero mais brasileiro (Paulinho da Viola, Cartola, Nelson Sargento e outros).



E Foi a partir de 2007, que a carreira solo de Pedro foi moldando-se e ganhando a forma em que hoje se apresenta, pois foi em julho deste ano que ele finalizou a pré-produção do álbum "Claroescuro", trabalho com o qual vem tecendo os mais diversos elogios e recebendo a rubrica de importantes críticos musicais por todos os lugares que vem se apresentando ao redor do mundo. Lançado a princípio em SMD (tecnologia semelhante ao CD que chega ao consumidor a um preço bastante módico, em média R$ 5,00), com esse preço acessível o disco chegou a expressiva marca de 4000 unidades vendidas. Apos três anos, no início de 2010, o disco foi remasterizado e adicionado a ele algumas faixas bônus, músicas estas que contaram com a adesão de nomes do primeiro escalão da música popular brasileira, e sai em formato digipack como hoje é encontrado em lojas de todo o Brasil (alguns desses endereços podem ser encontrados ao final desta matéria).

A imprensa especializada tem atribuído diversos adjetivos positivos ao trabalho deste artista carioca dentre os quais a classificação como algo sofisticado e ousado a partir de imprevisíveis, densas e sedutoras melodias sublinhadas por um diálogo de instrumentos eruditos. O álbum é, de muitas formas, um porta-voz de sua geração, artistas estes que procuram divulgar seus respectivos trabalhos por intermédio das diversas redes sociais existentes e outras ferramentas tecnológicas. Nesse campo Pedro tem tido êxito, conquistando um lugar de destaque. No site Reverbnation, ferramenta utilizada por mais de 400 mil artistas pelo mundo para gerenciar suas atividades online, Pedro é o número 1 regional nas categorias Jazz e Latino.

O álbum começa com "Xote da manhã", primeira canção gravada pela cantora mexicana  Magos Herrera, posteriormente vem uma salsa/samba intitulado "Marcela", cuja inspiração vem da sensualidade da mulher latino-americana tão expostas nas noites cariocas nos diversos espaços em que o artista se apresentou durante anos. "Receita de canção" vira ao avesso e expõe a visceralidade das palavras de um poeta. No disco há três canções que nos remetem a festa mais democrática existente em nosso país, que é o carnaval. A primeira trata-se de "Carnaval em agosto" (parceria com Thiago Amud) conta a história de um triste e persistente folião a procura do que não há fora do período de momo, "Samba da quarta-feira" foi feita no intuito de prolongar o carnaval ao menos na melodia e versos desta composição. A última canção que aborda o tema chama-se "Coroa e cara", que conta com a participação do cantor pernambucano André Rio, e traz a paixão, de forma análoga, por duas cidades Recife e Rio de Janeiro, a partir de um ritmo genuinamente pernambucano. Há no disco também toada (como "O sonho de Antonieta"), samba (como "Zingareio", que conta com a participação da cantora maranhense Alcione) e Samba-canção ("Canção da despedida"). O disco continua com "Incomunicável", uma canção de extremos onde mostra um poeta dotado de poderes sobre-humanos; "Fina flor" retrata as nuances de um amor e "Samblefe", faixa que não poderia ter título mais apropriado para contar a história de um recalcado amor. As regravações do álbum são "Dora", um dos clássicos do repertório do saudoso Dorival Caymmi (1914 - 2008) e "With a little help from my friends" (Lennon e MCartney) do álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" lançado em 1967.




E assim se faz a carreira deste artista, longe dos grandes canais midiáticos, Pedro Moraes traz um trabalho divergente daqueles que hoje são predominantemente mostrados como cartões postais de nossa cultura na abissal realidade em que se encontra a nossa música popular,  mostrando que apesar das dificuldades impostas pelos ditames mercadológicos a chamada "neo MPB" (contexto ao qual está inserido Moraes) não esmorece devido a estes tipos de "compositores de pulso firme", tal qual a definição do jornalista Artur Xexéo para este artista. Que talentos como este não se deixe esvair-se lentamente pelos ditames impostos pela sonoridade regida pelos principais meio de cultura do nosso país e que o grande público tenha a possibilidade de conhecer nomes como este que figura entre as grandes revelações de nossa música.



Maiores Informações:
Sites Oficiais:
Twitter - @claroescuro

Contato:
Assessoria de Imprensa - Fabiane Pereira | Valentina Assessoria de Comunicação e Marketing:
fabiane.pereira@valentinacomunicacao.com.br?
Tel.:(21) 9844.1130 - (21) 8248.5000


O álbum pode ser adquirido através dos seguintes endereços:


Livraria Cultura:

Saraiva:


Salvador (BA):
Livraria Cultura

Fortaleza (CE):
Livraria Cultura

Brasília (DF):
Livraria Cultura - Brasilia - Tel: 0 XX (61) 3410-4033
Livraria Cultura - Brasilia / Lago Norte

Belo Horizonte (MG):
Saraiva MegaStore Independência Shopping
Avenida Independência, 3600
CEP: 36025-290 - Juiz de Fora - MG
Telefone: (32) 3241-2099
Fax: (32) 3241-1614

Saraiva Megastore Shopping Diamond Mall
Av. Olegario Maciel, 1600 - Lojas 16 a 21 - Nivel Bernardo Guimarães Lourdes
CEP: 30180-111 - Belo Horizonte - MG
Telefone: (31) 3292-9363 / (31) 3292-9373
Fax: (31) 3292-9124

Saraiva MegaStore Center Shopping Uberlândia
Av. João Naves de Ávila, 1331 - Santa Monica
CEP: 38400-100 - Uberlândia - MG
Telefone: (34) 3210-1068 / (34) 3210-3319
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Recife (PE):
Passadisco - Tel: 81 3268 0888

Rio de Janeiro (RJ):
FNAC Barra - Tel: 21 2109-2000
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Porto Alegre (RS):
Liv. Cultura RS - Tel: 51 3028-4033

São Paulo (Capital) (SP):
FNAC - Tel: 11 4501-3000
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Livraria Cultura - Paulista - Tel: 11 3170-4033
Livraria Cultura - Shopp Bourbon Pompeia - Tel:
Livraria Cultura - Villa-Lobos - Tel: 11 3024-3599


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terça-feira, 28 de agosto de 2012

FERNANDA CUNHA PERPETUA EM DISCO MATIZES DO SELETO CARTÃO-POSTAL MUSICAL QUE APRESENTA MUNDO A FORA

Fernanda Cunha, cidadã do mundo, mostra-nos, sem abrir concessões, que a sua essência ainda se faz valer em suas mais genuínas influências.

Por Bruno Negromonte




Não é de hoje que a música brasileira se tornou um dos mais bem sucedidos produtos de exportação do nosso país. Desde a inserção de Carmem Miranda no mercado de entretenimento norte-americano com o espetáculo musical "Streets of Paris" em 1939, perpassando pelos 13 filmes onde a "pequena notável" atuou, sem esquecer também do clássico espetáculo Carnegie Hall em 1962 com a propagação de um gênero que posteriormente viria a se firmar como um dos ritmos brasileiro mais bem sucedidos no mundo: a bossa nova. 

Desde que o mundo ajoelhou-se diante do talento do nosso "maestro soberano" (como certa vez Chico Buarque definiu Tom Jobim) e suas complexas e inovadas harmonias que a música brasileira caiu em definitivo no gosto mundial, sendo reconhecida como uma das mais inovadoras e ricas dentre as existentes. Nomes como Airto Moreira, Flora Purim, Ivan Lins entre tantos outros têm reconhecimento mundial (em alguns casos uma carreira até mais bem sucedida no exterior do que aqui mesmo no Brasil).

Fernanda Cunha não foge à regra. Com 15 anos de estrada a ser comemorados ao longo de 2012 e uma carreira cada vez mais sedimentada no exterior, como se pode conferir através de uma de nossas pautas já publicadas com o título de FERNANDA CUNHA, O TALENTO BRASILEIRO QUE VEM CONQUISTANDO O MUNDOIsso talvez venha a justificar o apropriado título que a artista deu ao seu quinto álbum: Coração do Brasil. O disco, que conta com dez faixas e um repertório meticulosamente bem escolhido (característica já inerente à artista desde o primeiro trabalho). O disco traz, dez anos depois, mais uma vez a presença da dupla Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques nos discos da artista mineira com o tema "Adeus América", samba que, de certo modo, fundamenta o título do álbum e que retrata a saudade do torrão natal da artista através de versos como: "Não posso mais, ai que saudade do Brasil... Ai que vontade que eu tenho de voltar...". Tom Jobim, recorrente artista nos álbuns da cantora, está presente com duas parcerias com Aloysio de Oliveira: "Eu preciso de você" e "Dindi". A dupla Ivan Lins e Vitor Martins marca presença dez anos depois também com a clássica "Somos todos iguais esta noite", gravada originalmente em 1977 e posteriormente em 1984 no álbum "Juntos".

O Rio de Janeiro vêm em cores, versos e poesia por intermédio das composições de artistas como o "poeta da Vila" Noel Rosa (que traz o samba "Não tem tradução", de 1933), Daniel Gonzaga, que assina a faixa "Samba pro João" (do álbum "Os passos na paralela", de 1998, do cantor e compositor carioca) e uma composição da lavra da própria cantora intitulada "Rio", composição da cantora com a pianista Camilla Dias. Por falar em pianista, o disco ainda conta com mais dois que figuram entre os compositores do álbum, são eles Marcio Hallack que assina (em parceria com o compositor Luiz Sergio Henriques) a faixa "Feito Andorinha" e Antonio Adolfo, que junto com o letrista Nelson Wellington assinam a canção que batiza o disco. Outra compositora que sempre marca presença nos álbuns de Fernanda Cunha é a carioca Suely Costa, tia da cantora, e que também participa do disco ao piano. Dessa vez ela presenteia a sobrinha com a inédita "Perdido de Encantamento" (em parceria com Luiz Sergio Henriques).  

Assim se faz "Coração do Brasil", um disco com um repertório requintado baseado em muitos dos números apresentados pela artistas em suas apresentações no exterior, procurando manter-se coerente com a qualidade musical dos álbuns da artista que antecederam este novo projeto tais quais "Dois corações", "Zíncaro", "Brasil-Canadá" e principalmente "O tempo e o lugar", álbum que muito se assemelha a este recente trabalho devido a quantidade de compositores que figuram em ambos. "Alguns compositores do primeiro CD estão aí de novo, como se eu reafirmasse meu amor por eles: Sueli Costa, Ivan Lins, Haroldo Barbosa, Nelson Wellington e Márcio Hallack. Por outro lado, Coração do Brasil traz também compositores que estiveram na minha discografia e que estão sempre no meu repertório de shows, como Tom Jobim e Noel Rosa, além de um compositor da minha geração que tenho muita admiração, que é o Daniel Gonzaga. Então, é a Fernanda que eu sempre fui, fiel às minhas escolhas e aberta para o novo", define-se.

Vale trazer ao conhecimento do grande público que a qualidade sonora do álbum é tecida por nomes como Cristóvão Bastos (piano), Zé Carlos (violão e guitarra), Jorjão Carvalho (baixo) e Jurim Moreira (bateria), Camilla Dias (piano) e Tom Szczesniak (acordeom) fazendo do disco uma grande confraternização, onde amigos e compositores se reencontram com a voz cristalina da artista novamente. Não é à toa que a artista vem galgando espaços cada vez mais significativos no exterior apresentando-se em diversos festivais musicais em torno do mundo, bebendo dessas fontes para somá-las as raízes tão arraigadas na artista mineira. "Eu encontro inspiração na beleza que é o Brasil, no jeito afetuoso que só o brasileiro tem, no amor da minha família, nos nossos compositores fantásticos, nos nossos músicos maravilhosos", fala a artista, reconhecendo que suas andanças e contatos com artistas de várias lugares do mundo foi bastante importante.


Conheça também:
www.fernandacunha.com 
www.myspace.com/fernandacunha 


Aquisição do álbum:


Arlequim - http://www.arlequim.com.br/detalhe/1496850/Coracao+do+Brasil.html

Cd Baby - http://www.cdbaby.com/cd/fernandacunha4


Contato para Shows:
(11) 3083-4628 / 9813-8508

domingo, 26 de agosto de 2012

SURICATO - PRA SEMPRE PRIMAVERA


Rodrigo Nogueira, Diogo Gameiro e Mário Vargas formam o power trio carioca Suricato que, após muita estrada, está lançando o primeiro álbum intitulado Pra Sempre Primavera. Com produção do prestigiado Jr. Tostoi, o disco ganhou esse nome por analogia ao momento criativo da banda com a estação do ano onde a natureza se reinventa e mostra-se com maior certeza e beleza.

Pra Sempre Primavera é um disco autoral (nove das dez composições são de Rodrigo Nogueira e Diogo Gameiro) que traz nas canções a trajetória de perseverança da banda, a naturalidade de um reencontro de amigos de longa data, a união de talentos e a cumplicidade do trio. Além de mesclar, de forma inteligente, sensível e irônica, versos e acordes. 

Por mais de um ano, o Suricato teve a oportunidade de viajar por todo país como a banda de abertura do show “Bailão do Ruivão”, do consagrado cantor e compositor Nando Reis. Esta experiência, aliada a um instrumental maduro e coeso de seus virtuosos integrantes, chamou a atenção de alguns artistas e produtores musicais e possibilitou à banda experimentar seu repertório autoral nos maiores e melhores palcos do país antes mesmo do disco estar pronto. 

Nas palavras de Nando, “o power trio é de responsa, segura a onda no disco e no palco”. E completa: “Acabo de ouvir o primeiro disco, embora já conhecesse quase todas as músicas dos shows em que tocamos juntos. Três grandes músicos: Diogo, Rodrigo e Mário. Mas no disco é que a gente saca a qualidade de uma composição. Há um punhado delas. E elas vêm de enfiada: "Talvez", "Justo logo quem", "Inseparáveis". Saca aquele tipo de canção que tem uma melodia que imediatamente faz você querer cantar, pois parece que você a conhecia, mas que te leva prum caminho tão diferente, prum lugar que você nunca foi, um som que você nunca ouviu? Pois é! SURICATO. Pop? Rock? Num sei dizer. Só sei que gosto. E acho muito bom”.

Quem também é só elogios para o som da banda, é o cantor e compositor Paulinho Moska: “Quando escutei a guitarra e a voz de Rodrigo Nogueira a primeira vez (e isso foi num show meu em que ele substituiu um músico, sem ensaiar) imediatamente percebi sua linguagem segura como músico. Seus timbres soam sempre vigorosos, mesmo nos acordes mais delicados. E quando tem que "pesar", ele chega sempre com pé direito. Classe. Escutando o disco em casa, percebo que o Rodrigo encontrou seus pares: Diogo Gameiro (bateria) e Mário Vargas (baixo) melhoram ainda mais o feeling do Suricato. O trio soa tão bem junto que às vezes parece ontem e logo depois, amanhã. Presente!"

Com um repertório testado e aprovado pelo público, a banda de pop rock carioca apresenta com segurança seu disco de estreia e está pronta para arrebatar multidões. 

Abrindo o disco, a canção Talvez é um rock escancarado com sotaque oitentista. Logo depois, uma música cuja letra foi influenciada pela poesia nua e crua de Lupicínio Rodrigues com um leve sotaque latino intitulada Justo Logo Quem. 

A delicada “Diante de Qualquer Nariz” foi composta a partir dos primeiros versos “O que é a raiva senão meu lado mais sensível” que originou toda a letra, antes mesmo da melodia. Conceitos e Nomes tem influências de Led Zeppelin uma vez que a letra já existia em forma de crônica. 

No disco ainda há Inseparáveis, My Babe Macumba – com ukulele, voz e deboche - , Superfície da Gente, um folk que fala sobre o excesso de rotina em nosso cotidiano e do tempo perdido observando o vertical mundo através da tela dos computadores. 

A balada do disco, Não Precisa Falar, não tem refrão e é a única canção que não foi composta pela banda mas por Alexandre Penha, irmão de Rodrigo Nogueira. Por Aí é um hino de amor e ódio ao samba com influências das trilhas sonoras dos melhores filmes de Tarantino, “Dos meus pileques e vexames eu sei bem, o que me mata é a importância dada à ti”, diz um dos versos.

E para finalizar, a poesia árida e densa da canção De Amor não Morro. Tudo costurado com doses industriais de bom humor e sarcasmo como pede o bom e velho rock’n’roll.



Sobre Rodrigo Nogueira:

O guitarrista, cantor e compositor carioca deu seus primeiros passos na música ainda criança. Autodidata, desenvolveu na guitarra uma linguagem diversificada, passando pelo blues à música experimental eletrônica graças aos inúmeros artistas com quem grava e se apresenta pelo Brasil e exterior. Apontado por muitos como a grande revelação da nova safra de guitarristas brasileiros, Rodrigo já se apresentou e gravou ao lado de grandes artistas da nossa música. Em 2007 foi eleito o melhor guitarrista brasileiro entre mais de 800 guitarristas no respeitado concurso “Gibson Contest” – Promovido pela GIBSON USA, IG e T e revista GUITAR PLAYER com uma versão Country para “Brasileirinho”. 



Sobre Diogo Gameiro:

Carioca, começou a tocar bateria aos 10 anos de idade e profissionalizou-se em 2001 ao conhecer a banda “A Bruxa”. Também já integrou, como baterista, a banda de vários artistas e viajou pelo Brasil e pelo exterior. Desde 2004 é o titular das baquetas da banda de Nando Reis, Os Infernais.


Sobre Mário Vargas: 

Já participou da banda Funk Fuckers, do rapper B. Negão e também é integrante do Fato Consumado, respeitada banda de covers do Rio. Junto com Rodrigo Nogueira, já fizeram juntos mais de mil shows por todo país.



Informações para imprensa

Valentina Assessoria de Comunicação e Marketing

Fabiane Pereira: (21) 8248 5000 l 9844 1130 

Silvana Cardoso – (21) 9249 0947 l 7806 0973 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

FECHAM-SE AS CORTINAS PARA ALTAMIRO CARRILHO, AOS 87 ANOS

Ele estava internado há cerca de um mês em uma clínica em Laranjeiras. Músico foi virtuoso da flauta transversal, com mais de 200 músicas escritas.


Morreu na manhã desta quarta-feira (15), no Rio, o flautista Altamiro Carrilho, de 87 anos. Na segunda-feira (13) ele passou mal e foi levado para uma clínica particular em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Ainda não há informações sobre o enterro do músico e compositor. Segundo a família, Altamiro esteve internado durante muito tempo com problemas pulmonares, que o deixaram bastante debilitado.

De acordo com a assessoria de imprensa do hospital São Lucas, no Rio, Carrilho esteve internado entre 7 e 24 de julho, tendo retornado para um atendimento no dia 27. No mesmo dia, retornou para sua casa. Seu quadro era de neoplasia pulmonar.

Altamiro foi um virtuoso da flauta transversal, com mais de 200 músicas compostas e mais de uma centena de discos gravados. Filho de Lyra de Aquino Carrilho e do dentista Octacilio Gonçalves Carrilho, o músico tinha sete irmãos, incluindo o também flautista Álvaro Carrilho.



O primeiro disco de Altamiro foi "A bordo do Vera Cruz", de 1949. Nos anos seguintes, gravou trabalhos como "Choros imortais" (1964), "Clássicos do choro" (1979) e "Pixinguinha de novo" (1998). Em 1938, foi membro da Banda Lira de Arion, na qual tocava caixa. Quando passou a tocar flauta, foi destaque do programa de calouros de Ary Barroso.

Além da música, atou como farmacêutico e comprou uma flauta usada, com a qual começou a ganhar fama entre os apreciadores do choro. Em seu perfil no Twitter, o músico Ed Motta lamentou a morte do veterano flautista. "Altamiro Carrilho RIP [descanse em paz]", escreveu Motta, que também publicou uma foto do álbum "Altamiro Carilho e sua bandinha na TV nº 2", lançado em 1958.


Fonte: G1 RJ

terça-feira, 14 de agosto de 2012

QUERIA ME ENJOAR DE VOCÊ (DINDA)

A HISTÓRIA MUSICAL DO RÁDIO NO BRASIL

O final da década de 70 e início da de 80 trouxe consigo nomes que sedimentaram de vez seus nomes na história da música popular brasileira tal qual Angela Rô Rô e Fátima Guedes. Além disso a música brasileira consagrava artistas que até pouco tempo antes tinham inexpressivas vendagem como foi o caso do Djavan, que viu aumentar a sua vendagem em cerca de 10 vezes com o lançamento do seu quinto álbum ("Luz"). A lista de 1982 surpreende a quantidade de artistas nacionais entre os 10 mais executados, além é claro, da qualidade desse repertório. Eis as 100 músicas a 30 anos atrás:


001 - Muito Estranho (Cuida Bem de Mim) (Dalto)
002 - Physical (Olivia Newton e John)
003 - Banho de Espuma (Rita Lee e Roberto de Carvalho)
004 - Leão Ferido (Biafra)
005 - Saúde (Rita Lee e Roberto de Carvalho)
006 - Festa do Interior (Gal Costa)
007 - Tropicana (Morena Tropicana) (Alceu Valença)
008 - Let's Groove (Earth, Wind e Fire)
009 - Bate Coração (Elba Ramalho)
010 - O Que é O Que é? (Gonzaguinha)
011 - Asa Morena - Zizi Possi)
012 - Ebony And Ivory - Paul McCartney & Stevie Wonder
013 - Vem Fazer Glu-Glu - Sergio Malandro
014 - Você Não Soube Me Amar - Blitz
015 - Eye In The Sky - Alan Parsons Project
016 - Reluz - Marcos Sabino
017 - Fuscão Preto - Almir Rogério
018 - Blue Eyes - Elton John
019 - Samurai - Djavan
020 - Charme do Mundo - Marina
021 - Portela na Avenida - Clara Nunes
022 - Hard To Say I'm Sorry - Chicago
023 - Eye Of The Tiger (Survivor)
024 - Ribbon In The Sky (Stevie Wonder)
025 - Gloria (Laura Branigan)
026 - Faltando um Pedaço (Djavan)
027 - Titles (from "Chariots Of Fire") (Vangelis)
028 - Como Dois Animais (Alceu Valença)
029 - Virada ( Beth Carvalho)
030 - Eu Sou Boy (Magazine)
031 - Mulher Nova, Bonita e Carinhosa (Amelinha)
032 - Melô do Piripipi (Gretchen)
033 - Waiting For A Girl Like You (Foreigner)
034 - Centerfold - J. Geils Band
035 - I Love Rock'n Roll (Joan Jett e The Blackhearts)
036 - Olhos Coloridos (Sandra Sá)
037 - Bum Bum Paticumbum Prugurundum (Quinzinho)
038 - Fera Ferida (Roberto Carlos)
039 - Empty Garden (Hey Hey Johnny) (Elton John)
040 - I Can't Go For That (No Can Do It) (Daryl Hall e John Oates)
041 - Tudo Com Você (Lulu Santos)
042 - Dentro do Coração (Põe Devagar) (Rádio Taxi)
043 - Amor Com Café (Elba Ramalho)
044 - O Que é Que Há (Fábio Jr.)
045 - Don't You Want Me (Human League)
046 - Barrados no Baile (Eduardo Dusek)
047 - Coisas de Casal (Rádio Taxi)
048 - Coisa Linda (Vinícius Cantuária)
049 - One On One (Carole King)
050 - Classic (Adrian Gurvitz)
051 - Um Auê Com Você (Baby Consuelo)
052 - Flagra (Rita Lee e Roberto de Carvalho)
053 - Tempos Modernos (Lulu Santos)
054 - Hurt (Carly Simon)
055 - Açaí (Gal Costa)
056 - Forever (Alessi)
057 - Abracadabra (Steve Miller Band)
058 - Por Debaixo dos Panos (Ney Matogrosso)
059 - Tô Que Tô (Simone)
060 - I've Never Been To Me (Charlene)
061 - O Melhor Vai Começar (Guilherme Arantes)
062 - The Old Songs (Barry Manilow)
063 - De Repente Califórnia (Lulu Santos)
064 - Pac-Man Fever (Buckner e Garcia)
065 - The Other Woman (Ray Parker Jr.)
066 - Even The Nights Are Better (Air Supply)
067 - Forget Me Nots (Patrice Rushen)
068 - Here We Are (Voggue)
069 - Cry Softly (Secret Service)
070 - Elas Por Elas (Fevers)
071 - Simples Carinho (Angela Rô Rô)
072 - It's Good To Be The King (Mel Brooks)
073 - Harden My Heart (Quarterflash)
074 - Bilhete (Fafá de Belém)
075 - Only The Lonely (Motels)
076 - Rock da Cachorra (Eduardo Dusek)
077 - Tristesse (Danielle)
078 - Galopeira (Donizetti)
079 - I Believe In Love (Nikka Costa)
080 - That Girl (Stevie Wonder)
081 - Dance The Night Away (Vogue)
082 - Banho de Cheiro (Elba Ramalho)
083 - How Long (Rod Stewart)
084 - If Leaving Me Is Easy (Phil Collins)
085 - Cor-de-Rosa Choque (Rita Lee)
086 - Give To Me Baby (Rick James)
087 - Ai Que Saudade d'Ocê (Vital Farias)
088 - Piano (Bruno Carezza)
089 - Sign Of Times (Bob James)
090 - Mundo Delirante (Simone)
091 - Ousadia (Sandra Sá)
092 - Walk Away (Udo Jurgens)
093 - Coisa Acesa (Moraes Moreira)
094 - Yesterday's Songs (Neil Diamond)
095 - Vitrines (Chico Buarque)
096 - Ah! Como Eu Amei (Benito Di Paula)
097 - Can You See The Light (Brass Construction)
098 - Castles In The Air (Don McLean)
099 - Pelo Amor de Deus (Emílio Santiago)
100 - Então Tá (Cauby Peixoto)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

DOIS NOMES E UMA SÓ SAUDADE


Por Bruno Negromonte


Ao longo deste mês, dois ícones de um dos mais genuínos ritmos brasileiros aniversariam e se aqui estivessem estariam endossando o time dos cantores “setentões” tais quais Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Defensores do mesmo gênero musical os artistas que aqui descreverei marcaram o seu nome dentro do samba em particular nas décadas de 70 e 80. O primeiro nome trata-se da cantora, nascida em Paraopeba, Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, popularmente conhecida como Clara Nunes. Clara, que nasceu em uma cidade que fica a cerca de 100 km da capital mineira ficou órfã com pouca idade, pois seu pai, conhecido como Mané Serrador, que era marceneiro e violeiro, faleceu quando a futura cantora tinha apenas dois anos e sua mãe veio a falecer logo em seguida. Acabou sendo criada pelos irmãos Dindinha (Maria Gonçalves) e José (conhecido como Zé Chilau).

Influenciada por nomes como Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, venceu seu primeiro concurso em 1952 com 10 mal completos interpretando “Recuerdos de Ypacaraí” e recebeu como prêmio um vestido azul. Por volta de 1958, conheceu o violonista Jadir Ambrósio (o mesmo que compôs o hino do Cruzeiro Futebol Clube), que admirado com a voz de Clara a levou a vários programas de rádio, onde se apresentava com o nome de Clara Francisca, onde posteriormente adotou o nome de Clara Nunes, por influência do produtor musical Cid Carvalho. Até chegar ao estrelado e mudar-se para o Rio de Janeiro foi crooner em algumas boates mineiras e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento – àquela altura conhecido como Bituca.

No Rio de Janeiro, em 1965, ela entrou para o casting da gravadora Odeon onde gravou o seu primeiro Lp intitulado “A Voz Adorável de Clara Nunes”. Em 1968, Clara Nunes gravou “Você Passa e Eu Acho Graça”, seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico e o primeiro passo para se firmar como uma das grandes cantoras de samba nas décadas seguintes.

Em 5 de março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático.

Já o segundo, artista que teve por nome de batismo Antônio Gilson Porfírio, ficou nacionalmente conhecido por Agepê (correspondente a pronúncia fonética das iniciais do nome verdadeiro “AGP”). Agepê foi técnico projetista da extinta Telerj, emprego este que acabou abandonando para dar prioridade a carreira artística. Sua carreira fonográfica deu-se a partir de 1975 com o lançamento do compacto com a canção “Moro onde não mora ninguém”, primeiro grande sucesso de sua carreira. O maior sucesso de sua carreira foi sem dúvida alguma “Deixa eu te amar”, responsável por levar o álbum “Mistura Brasileira”, lançado por Agepê em 1984, a marca de um milhão e meio de cópias, sendo o primeiro disco de samba a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas. Agepê faleceu no dia 30 de agosto de 1995, aos 53 anos, vítima de cirrose.

domingo, 12 de agosto de 2012

PARCERIA ENTRE PAI E FILHOS SE TORNA COMUM ENTRE ARTISTAS DA NOVA GERAÇÃO DA MPB

É fácil perceber que há gerações dentro da chamada “nova geração” da MPB, que une artistas como Mallu Magalhães e Kassin, com seus quase 20 anos de diferença. Um olhar mais atento percebe que a abertura geracional vai ainda mais longe — e mais perto, dentro da própria casa — ao pôr na mesma roda pais e filhos. Há muitos exemplos. Tulipa Ruiz, Felipe Cordeiro, Davi Moraes, os irmãos Domenico e Alvinho Lancellotti, Tim Bernardes, Bem Gil, Antonia Adnet e Moreno Veloso, todos, de diferentes formas, são parceiros dos pais.


Tulipa, Felipe e Tim estão entre os artistas cuja relação aparece de forma mais evidente. Os dois primeiros têm os pais — respectivamente, os guitarristas Luiz Chagas e Manoel Cordeiro — como membros de suas bandas. O terceiro gravou com O Terno um CD no qual metade das músicas é de seu pai, o ex-Mulheres Negras Mauricio Pereira, que participa do disco.

"Quando quis comprar minha guitarra Fender, ele me chamou pra ser roadie. Isso pagou boa parte da guitarra", lembra Tim. "Quando os guitarristas não podiam ir a um show, ele me chamava. Numa dessas, inauguramos o Pereirinha e Pereirão, aproveitando a onda folk que estávamos curtindo. Eu já tinha O Terno, ele nos chamou para fazer versões de músicas dele. Começamos a fazer shows juntos e resolvemos gravar algumas das versões no CD 66."


Curso particular

Tulipa e Luiz Chagas — do Isca de Polícia, que acompanhava Itamar Assumpção — começaram a trabalhar juntos quando o guitarrista a convidou para cantar músicas que havia feito. Mas a influência ia além. Jornalista, ele recebia os discos com material de divulgação e passava para ela, quase como um curso particular.

"Quando estava na quinta série, meu pai entrevistou o Slash. Me senti a pessoa mais descolada da escola, era meu único assunto. Cresci ouvindo as guitarras dele nos discos do Itamar, era fã dos seus riffs — conta Tulipa. — É o cara mais jovem da minha banda, quem mostra para a tchurma o último do Radiohead, dos Strokes. E sabe exatamente tudo sobre o Sonic Youth."

Felipe, revelação da cena musical paraense, descobriu tarde que tinha um parceiro em potencial em casa. O início de sua carreira foi na MPB tradicional. Até descobrir, instado pela revalorização da música brega do Pará e de ritmos como a lambada, que tinha a seu lado um patrimônio. Manoel era produtor conceituado da seara de artistas populares como Beto Barbosa.

"Ele já viu de tudo, fez muita coisa. Me ensinou a nunca perder a alma e a espontaneidade." Recomendação similar à que Tim escutou do pai quando decidiu fazer faculdade de Música:"O conselho que ele deu, e eu ouvi, foi “estuda, mas não perde a fuleiragem”.

Antonia Adnet conta que só compreendeu a riqueza do trabalho do pai, Mario, aos 16 anos."Foi quando ele produziu “Ouro negro”, com a música do Moacir Santos. Começamos a trabalhar juntos, eu de assistente musical e, mais tarde, coproduzindo discos dele, e ele produzindo os meus", explica a cantora e violonista.

Moreno Veloso fez a primeira canção com o pai, Caetano, cedo — tinha 8, 9 anos quando criaram “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”. Hoje, são parceiros como artistas e produtores:

"Ele tinha melodia e mote, e eu escrevi o começo da letra assim que ele me mostrou. Depois, ele me pediu pra escrever o resto, e fiz a segunda estrofe. Na gravação, cantei um pouco. Quase dez anos depois veio “How beautiful could a being be”, que dei de presente pra ele."

Domenico e Alvinho Lancellotti tiveram em casa a referência paterna de Ivor Lancellotti, com quem compõem e gravam:

"Hoje vejo claramente nas minhas coisas desenhos melódicos como os de meu pai, assim como nas canções do meu irmão. É uma marca d’água, tenho orgulho", afirma Domenico.

Gilberto Gil teve o filho Bem Gil (do Tono) como músico de sua banda em alguns projetos. Quando tinha 16 anos, Bem ouviu os álbuns do pai em sequência, absorvendo tudo:

"Pelo fato de viajarmos muito juntos, cobro dele histórias e referências que ele viveu ao longo da vida musical. O que é uma curiosidade de filho para pai e de músico para gênio". Filho do novo baiano Moraes Moreira, Davi Moraes teve um cavaquinho à mão desde cedo:

"Quando fui demostrando a minha vontade de ser músico, meu pai não disse: “Então vá, siga o seu caminho.” Ele me disse: “Vamos juntos!” E me mostrou o caminho."


Fonte: O Globo

sábado, 11 de agosto de 2012

QUARTETO PRIMO - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Finalista do Prêmio da Música Brasileira como melhor grupo vocal deste ano, o Quarteto Primo navega pelo mar de Caymmi em seu álbum de estreia.

Por Bruno Negromonte


Se a clave de sol é o símbolo musical que indica a posição da nota em uma pauta; nas composições de Dorival Caymmi (1914 - 2008) o que se mais evidencia são as claves de sal. Sim! Claves de sal! o mesmo sal que vem de um vigoroso mar que banha e substancia boa parte do repertório do mestre baiano. Caymmi soube desbravar como poucos e de maneira singular o mistérios e segredos do mar em verso, prosa e melodia. Dentre outras características, o artista soteropolitano soube como ninguém abordar também nuances de uma Bahia idealizada pormenorizada em sambas, sambas canções e tantas outras melodias, coisa vista apenas nas páginas da bibliografia de artistas do quilate de Jorge Amado e nas letras e melodias deste, que é o "navegador das águas da canção", como certa vez definiu Paulo César Pinheiro.

E foi centrado nesse mar de sonoridade do universo do mestre Caymmi que as imãs Elisa LacerdaMalu Von Krüger somaram seus talentos aos dos primos MatheusRogério, sob a orientação e produção de Muri Costa (vale salientar que o maestro acompanhou o próprio Dorival durante muitos anos pelos palcos do Brasil e do exterior) e formaram o Quarteto Primo, grupo vocal que abordou de maneira toda particular o repertório do compositor de clássicos da MPB como vocês podem observar na publicação QUARTETO PRIMO ESTREIA EM DISCO DE MANEIRA VIGOROSA SOB A ÉGIDE DE UM OBÁ DE XANGÔ. Nesta informal conversas falamos, dentre outras coisas, sobre a relação com o produtor do disco e a impressão deixada do disco ao descendente Danilo Caymmi,  filho do mestre baiano, como vocês podem conferir abaixo.



Como se deu a formação do Quarteto Primo? Dos quatro quem foi aquele a primeiro cogitou a possibilidade dessa formação?

Quarteto Primo - Como somos uma família muito grande e que está sempre junta essa parceria musical sempre existiu informalmente. A Malu lançou a idéia do projeto Dorival e quando veio a possibilidade de gravar um cd essa formação surgiu naturalmente. Malu, Eliza e Matheus já cantam profissionalmente e quando cantavam no coro os arranjos do Muri Costa para as canções do Dorival o Rogério também fazia parte deste coro. Foi tudo muito natural.


De todos os integrantes o único que não exerce profissionalmente a carreira de cantor é o Rogério. Como é que ele acabou neste projeto?

QP - O Rogério, apesar de fotógrafo, sempre esteve envolvido com música, seja em projetos próprios ou nos discos gravados pelos primos. Canta em corais há anos, e quando surgiu a ideia do quarteto, contamos com eles desde o princípio.


Caymmi é um dos poucos artistas que tem toda a sua obra baseada no perfeccionismo. Deve ter sido difícil a escolha do repertório. Como se deu a escolha das músicas para a elaboração deste disco?

QP - Foi uma difícil tarefa! Já existia uma pré seleção feita pelo Muri para o projeto do livro dele de arranjos e acabamos aos poucos optando pelo universo praiano do Dorival. O dia a dia, os sentimentos e os anseios dos pescadores está permeando o disco todo. É um disco de canções de amor e de mar.


Como foi a receptividade e as respectivas opiniões da Nana, do Dori e do Danilo sobre o projeto?

QP - Não sabemos as impressões de todos, mas o Danilo, que nos deu a honra de participar de uma das faixas do cd, sempre se mostra muito feliz com o resultado!


Como aconteceram as adesões de Cristovão Bastos e Jaques Morelembaum, dois grandes nomes da música brasileira, neste projeto fonográfico de vocês?

QP - O Cristóvão é primo da Malu e Eliza, e como é um disco em família, sua participação aconteceu muito naturalmente. O Jaques é amigo e parceiro musical do Muri desde os anos 70, quando tocaram juntos no grupo "A Barca do Sol", e nos deixou bastante orgulhosos em aceitar o convite. As duas contribuições no disco são brilhantes!


Na biografia musical de alguns integrantes e em particular na do Quarteto, o Muri Costa é um nome bastante presente. Há como mensurar a importância dele?

QP - Ele é fundamental em vários aspectos, pois alem de ter escrito os arranjos , dirigido e produzido o CD, ele traz uma vivência singular do universo Caymmi, que não conheço outra pessoa que tenha. Acompanhou o próprio Dorival nos últimos 10 anos de carreira do mestre, alem de acompanhar por muitos anos os filhos Nana e Danilo.


O projeto gráfico da Maria Esther Lacerda von Krüger presente no disco é algo que também chama a atenção de quem manuseia o álbum. Parece-me, salvo engano, que foi feito sobre as pinturas de Dorival não é isso?

QP - Dorival, além de compositor, dedicava uma parte de seu tempos à pintura e aos desenhos. Maria Esther, que é mãe da Malu e da Eliza, ia assistir as gravações do disco no estúdio e, inspirada pelas canções, escolheu algumas pinturas do mestre baiano para fazer bordados. Assim começou a nascer a idéia do projeto gráfico feito pela agência Motiva. Quando os painéis ficaram prontos não restou dúvida: era a capa!


Como vocês receberam a notícia sobre a indicação o melhor grupo vocal de MPB vinda do prêmio mais importante da música brasileira? Era algo esperado?

QP - Dedicamos nosso tempo e coração a esse projeto procurando fazer todo o processo com muito esmero. Receber uma indicação de um prêmio tão sério e conceituado e uma bela recompensa e atestado de que estamos no caminho certo!
Agora é ficar na torcida!


Como tem sido conciliar a agenda de vocês para as apresentações que vem esporadicamente ocorrendo?

QP - Estamos conseguindo realizar de forma razoável essa tarefa. As vezes temos choques de datas de outros trabalhos, mas como tudo é decidido com antecedência, não tivemos ainda grandes problemas.


Há pretensões de correr o país com a apresentação desse espetáculo?

QP - É desejo do Quarteto levar esse trabalho ao maior número de pessoas possível! Apesar de sermos um grupo sem patrocínio, estamos tentando nos articular pra que esse show seja feito por todo o Brasil. Fizemos uma bela apresentação na Casa da Ópera em Outro Preto com os ingressos esgotados! Agora é aguardar um novo convite.


Maiores Informações:
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