A primeira música do maestro saiu em 1953, numa parceria com Newton Mendonça: Incerteza.
Soberano, amante da natureza e da vida. Um homem sem resumos, onde palavras, frases e pensamentos sempre tiveram sentido universal. E ainda hoje são atuais:
“A criação resolve em parte a angústia. Eu acho que quando você faz música você dissolve uma depressão. (…) Não ia fazer música para incentivar o suicídio, para arregimentar o ódio, nem para conduzir à droga”.
“Minha relação com os dicionários se devia ao fato de minha ignorância ser infinitamente maior do que o que eu sabia. Daí a tentativa de aprender as coisas nos dicionários.”
NATUREZA
Cantou e compôs para a natureza antes de qualquer “Eco”.
Tom Jobim insinua onde tudo começou: “(…) Meu avô era quem falava dos bichos. Sabia tudo. Tinha paciência para me explicar as coisas. Avô tem mais tempo, porque o pai geralmente está trabalhando para pagar o aluguel. Esse é que é o problema. Percebi isto quando tive esses meus filhos-netos.”
A paixão pela natureza em canções-poesia como PASSARIM
“E o mato que é bom, o fogo queimou”.
“Eu sou o garoto da praia, de Ipanema. Vi coisas lindas que a civilização destruiu”.
Paulo César Pinheiro escreveu parte da letra de Matita Perê, em parceria com Tom Jobim. E descreve: “Comentei com o Tom que a música não ia ser tocada no rádio. É uma música meio sinfônica. Ela tem um tempo muito grande para rádio. Tem quase dez minutos de gravação”. E Tom emendou: “Mas essa música aí não é pra agora. É para adiante”.
Os arranjos do disco Matita Perê foram de Dori Caymmi.
MATITA PERÊ, COM MILTON NASCIMENTO
TOM DAS ÁGUAS: DO MAR E DE MARÇO
”É pau, é pedra, é o fim do caminho…”.
Águas de Março foi lançada em março de 1972, no compacto Disco de Bolso, do jornal O Pasquim. No ano seguinte, entrou no disco Matita Perê (1973) e também no álbum Elis, solo de Elis Regina. Mas a gravação síntese aconteceu em 1974, com o disco Elis&Tom.
Águas de Março é considerada uma das dez melhores composições do século XX.
FOTOGRAFEI VOCÊ NA MINHA ROLLEYFLEX
Econômico nas harmonias, mas intenso em toda sua obra. Sobre essa ‘economia’ de Tom, a compositora e arranjadora Cibele Codonho fez certa vez uma excelente análise do compositor: “Tom me dá orgulho de ser brasileira. Também sou fã do Jobim pianista: o econômico, que não desperdiçava notas”.
A Bossa Nova: Desafinado e Garota de Ipanema.
“O conselho da Bossa Nova é levar a pessoa à vida!”
Não há quem passe pela história da música brasileira que não se depare com Tom Jobim-Vinícius -João Gilberto. Amantes da música têm que percorrer a história de cada um deles, como peregrinos percorrem Roma, Tel Aviv ou Damasco. Ou todos ao mesmo tempo, como Jerusalém.
GAROTA DE IPANEMA
Escrita em parceria com Vinícius de Moraes, a primeira gravação de Garota de Ipanema foi de Pery Ribeiro, em 1963, pela Gravadora Odeon, com arranjos do maestro Lírio Panicalli. É até hoje uma das canções brasileiras mais executadas no exterior.
Letra e música em forma de onda. Nada mais apropriado para uma célebre canção que retrata uma garota a caminho do mar.
AMOR EM PAZ
“Não gosto de discussão e violência. Minha vida sempre foi justamente uma tentativa de viver em paz. De amar em paz”.
VILLA-LOBOS
Jobim conviveu com grandes mestres da música brasileira e estrangeira: afinidades e admirações mútuas.
“Fui à casa do Villa-Lobos. Quando escutei o Choro nº 10, eu chorei, mas de felicidade, de alegria”.
CHICO BUARQUE
A última parceria de Chico Buarque e Tom Jobim foi “Piano da Mangueira”.
“Chico, a melhor coisa da letra é: já mandei subir o piano para Mangueira”
CHEGA DE SAUDADE
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TOM JOBIM E JOÃO GILBERTO: CHEGA DE SAUDADE
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