Por Hugo Sukman
Já consagrado no Brasil com cinco discos lançados, sendo um deles gravado nos Estados Unidos, em 1984 Djavan volta a Los Angeles para gravar “Lilás”. Nesse álbum, o que se ouve é a mesma sensibilidade poética e musical de sempre com uma linguagem totalmente pop e atualizada para os padrões internacionais da época.
Na sonoridade do disco, produzido pelo especialista Erich Bulling, Djavan faz o seu mais sério mergulho nos recursos eletrônicos sem abandonar seus músicos de confiança: o pianista Luiz Avellar, o baixista Sizão Machado, o baterista Téo Lima e os amigos radicados nos Estados Unidos, novamente chamados, o maestro Oscar Castro Neves e o percussionista Paulinho da Costa.
Além de “Lilás”, rapidamente estouram nas rádios “Infinito”, “Miragem” e “Esquinas” canção que faria grande sucesso internacional interpretada pelo grupo vocal The Manhattan Transfer.
Em “Lilás”, a predominância é das baladas românticas, como acontece com “Liberdade” e “Transe”. Inspirado na tecnologia que usa na produção musical, Djavan compõe “Íris”. Mas, em meio às baladas que o fazem estar presente e atualizado naquele início de anos 80, Djavan surge com um baião chamado “Canto da lira”, repleto de nuances, mudanças de andamento, arranjo de cordas de Oscar Castro Neves e, na letra, a profissão de fé do autor.
Na mesma clave de levar o Brasil na mala, a viagem pela música internacional fez Djavan compor o samba globalizado “Obi”, uma letra cheia de referências estrangeiras, com ritmo sincopadíssimo, típico de seus sambas.
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