quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

TRÊS DÉCADAS SEM ANTÔNIO ALMEIDA...

Ao longo de 2015 completa-se trinta anos de ausência do compositor carioca.





Nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Desde jovem freqüentava gafieiras, ranchos e blocos, inclusive a Sociedade Carnavalesca Kananga do Japão, onde conheceu Sinhô.


Em 1932, começou a carreira artística como cantor no programa "Horas do outro mundo", dirigido por Renato Murce, na Rádio Phillips do Rio de Janeiro. Foi parceiro entre outros, de Mário Lago, André Filho, Ciro de Souza, João de Barro e Alberto Ribeiro. Teve músicas gravadas por diversos intérpretes, entre os quais, Francisco Alves, Orlando Silva, Aracy de Almeida, Anjos do Inferno e Joel e Gaúcho.


Em 1936 teve a marcha "Oh! Oh! não!", parceria com A Godinho, gravada por Luiz Barbosa. Essa marcha foi composta inicialmente como "jingles" para a Drogaria Sul-americana, e depois se transformou em marchinha carnavalesca de sucesso naquele ano. Foi aliás, um pioneiro na composições para o Rádio. No mesmo ano teve sucesso com o samba "Pelo amor que eu tenho a ela", parceria com Ataulfo Alves, gravado por Francisco Alves.

Em 1937, teve o samba "Não vou chorar" gravado pelos Irmãos Petra de Barros na Odeon. No ano seguinte, Jaime Vogeler registrou a marcha "Você faz tudo" e o samba "Bem feito", este parceria com Léo Cardoso, a dupla Joel e Gaúcho o samba "Madalena foi-se embora", parceria com Badu, e Almirante a marcha "Tô fraco, tô fraco", todos pela Odeon e Aracy de Almeida o samba "Qual o que", na Victor.

Em 1939 novamente teve músicas gravadas pela dupla Joel e Gaúcho, a marcha "Maria Cachucha", parceria com Saint Clair Sena, e o samba "Ninguém me obriga", parceria com Francisco dos Santos. No mesmo ano, Aurora Miranda gravou a marcha "Entra Vasco" e o samba "Coração sonhador", ambos parcerias com Alberto Ribeiro. No ano seguinte teve gravadas entre outras obras, o samba "Tenho amizade a você", por Orlando Silva, a marcha "Menina de colégio", parceria com Roberto Roberti, por Carlos Galhardo e a marcha rancho "Dos males, o menor", parceria com Saint Clair Sena, por Gastão Formenti. Atuou no teatro de revista para o qual compôs números com o Maestro Jerônimo Cabral. Fez também composições para shows nos Cassinos da Urca no Rio de Janeiro e de Icaraí em Niterói.

Em 1941 fez grande sucesso no carnaval com o samba "Helena!...Helena!...", parceria com Constantino Silva, e gravado pelos Anjos do Inferno. Um fato curioso sobre esse samba, é que sua gravação, feita em novembro do ano anterior foi transmitida ao vivo dos estúdios da Columbia pelo então iniciante radialista César de Alencar, segundo o livro "A canção no tempo". Este samba foi regravado no mesmo ano em arranjo para piano por Carolina Cardoso de Menezes. Também no mesmo ano de 1941 fizeram sucesso os sambas "Chô, chô..." e "Juraci", parcerias com Ciro de Souza, o primeiro gravado pelos Anjos do Inferno e o segundo por Vassourinha. Em 1942, fez sucesso com o samba "E o juiz apitou", parceria com Wilson Batista, e gravado por Vassourinha e que relata as desventuras de um torcedor do Flamengo. No ano seguinte, compôs com Pedro Caetano a marcha patriótica "Orgulho da minha terra", gravada por Orlando Silva. No mesmo ano fez sucesso com outra parceria com Wilson Batista, o samba "Louco", gravado por Orlando Silva. Ainda no mesmo período fez sucesso com o fox "Noite de lua", gravado por Nelson Gonçalves na Victor.

Em 1944, os Anjos do Inferno gravaram na Continental os sambas "Agora aguenta a mulher" e "Quem não gosta de doce de coco", a marcha toada "Coração apaixonado" e a marcha "Antonico ficou rico", esta, uma parceria com Roberto Robereti. No mesmo ano fez sua única parceria com o sanfoneiro Luiz Gonzaga, a valsa "Madrilena", gravada pelo próprio Gonzaga na Victor. Em 1945 compôs com Dorival Caymmi o sucesso "Doralice", gravado pelos Anjos do Inferno na Victor.

No mesmo ano, Ciro Monteiro gravou o samba "Moleque vagabundo", parceria com Marino Pinto, e Nelson Gonçalves, o samba "Meus amores", outro grande sucesso do ano. No ano seguinte compôs com Ataulfo Alves o samba "Dulcineia", gravado pelo próprio Ataulfo Alves e Suas Pastoras, e Jorge Veiga registrou a marcha "A sopa vai acabar"e o samba "Isabel", parcerias com Alberto Ribeiro. 

Em 1947, teve inúmeras composições gravadas, entre as quais, a marcha "Chico Pança", parceria com Alberto Ribeiro, por Caco Velho, o samba "O que é que eu dou?", parceria com Dorival Caymmi, por Jorge Veiga e o samba "Chegou o carnaval", por Dircinha Batista e Jorge Veiga. 

Em 1948, teve a marcha "Burro teimoso", gravado por Bob Nelson e Seus Rancheiros. No mesmo ano, obteve dois enormes sucesso, ambos parcerias com João de Barro, a toada "A saudade mata a gente", gravada por Dick Farney, que na época estava em plena popularidade e a marcha "A mulata é a tal", gravada por Ruy Rei. Esta marcha inclusive, havia sido composta em homenagem à vencedora do concurso "A mais bela mulata", organizado por ele dois anos antes na Rádio Mayrink Veiga, no programa "Trem da alegria", do qual era produtor, sendo um dos pioneiros na criação de programas com distribuição de prêmios. Ainda em 1948, fez grande sucesso no carnaval com a marcha "Barnabé", parceria com Haroldo Barbosa, gravada na Continental por Emilinha Borba. Composta inicialmente para um número musical a ser apresentado no Cassino da Urca, a marcha foi cantada em dusto por Grande Otelo e Linda Batista em show dirigido por Chianca de Garcia. Com a chega do carnaval daquele ano e coincidindo com campanha salarial dos funcionários públicos, teve seus versos adaptados, retratando o servidor humilde e sempre individado: "Todo mês é descontado/Vive sempre pendurado/Não sai desse tereré".

Em 1949, tornou-se diretor da gravadora Todamérica, cargo que ocupou durante oito anos. No mesmo ano, Blacaute gravou a toada "Moreninha, moreninha", parceria com Pedro Caetano. Em 1950, teve o samba "Filomena, cadê o meu?", parceria com Wilson Batista, gravado pelos Anjos do Inferno na RCA Victor. No mesmo ano, Jorge Goulart gravou o samba "Miss Mangueira", parceria com Wilson Batista; Déo, a batucada "A mulher deve casar", parceria com Nássara, e Jorge Veiga o samba "Cala a boca Etelvina", parceria com Wilson Batista. Em 1951, mais três de suas parcerias com João de Barros foram gravadas, as marchas "Lobo mau"e "Ou vai ou racha", por Nuno Roland e Trio Melodia e o samba "A dor do amor", por Aracy de Almeida. No ano seguinte, Jorge Goulart registrou a marcha "Sansão e Dalila", outra parceria com João de Barro.

Em 1953, compôs com João de Barro uma versão para a valsa "Luzes da ribalta", de Charles Chaplin, gravada na Odeon por Neide e Nanci. Em 1956, Carlos Galhardo registrou o samba "O peixe morre pela boca". Em 1958, Francisco Carlos gravou a marcha "Sede de amor", parceria com Jorge de Castro e Jota Jr. Em 1960, seus sambas "Helena Helena", com Constantino Silva "Secundino", e "Já não és mais aquela", com Rubens Soares, foram gravados por Sílvio Mazzuca no LP "Baile de samba - Sylvio Mazzucca e Sua Orquestra" da gravadora Columbia.

Em 1963, obteve grande sucesso com a "Marcha do remador", parceria com Oldemar Magalães, e lançada por Emilinha Borba pela CBS. Esta marcha tornou-se nos anos seguintes um verdadeiro hino das torcidas do futebol carioca, que adaptaram sua letra e a passaram a cantar durante os jogos no Maracanã. Compôs mais de 300 obras entre sambas, marchinhas de carnaval e versões para sucessos estrangeiros, todas gravadas.


Fonte: Dicionário da MPB

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