segunda-feira, 11 de julho de 2011

BEATRICE MASON - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Depois de trocar uma bem-sucedida carreira na área do direito pela música, Beatrice hoje colhe os bons frutos dessa inusitada e certeira escolha.


Por Bruno Negromonte

Recentemente apresentamos a cantora Beatrice Mason ao público do Musicaria Brasil com a matéria O MOSAICO CONTEMPORÂNEO E MUSICAL DE BEATRICE MASON (http://musicariabrasil.blogspot.com/2011/06/o-mosaico-contemporaneo-e-musical-de.html). Na reportagem vimos que a artista, desde pequena tinha tudo para trilhar um caminho musical, porém uma reviravolta em sua vida a condicionou a morar fora do país e exercer outra profissão bem diferente do ofício de cantar. Tudo isso até o dia em que aproveitou o ensejo de voltar ao Brasil (devido a uma gravidez) e resolveu permanecer de vez para investir em uma paixão contida por circunstâncias maiores. Hoje, divulga pelos palcos do Brasil o resultado desta escolha: o álbum Mosaico, disco este que tem características bem peculiares que o faz ser bem aceito tanto pelo público em geral quanto também pela crítica especializada.

Acho que a pergunta mais constante que você tem ouvido desde o início de sua carreira como cantora tem sido: O que deu em você ao largar uma carreira bem sucedida como advogada para investir em uma carreira artística?

Beatrice Mason - Não tenho ideia. Não foi uma mudança planejada. Eu estava insatisfeita profissionalmente e resolvi me afastar temporariamente do escritório. O afastamento temporário virou permanente, porque eu aproveitei aquele período para, dentre outras coisas, estudar canto. O tempo foi passando e resolvi ficar com a música...


Em sua biografia percebe-se que você está envolvida com a música desde a infância, porém houve um hiato devido a profissão de advogada que por um tempo você exerceu. Nesse meio tempo, você se viu afastada completamente afastada da música?

BM - Não lembro bem. Na verdade era impossível não ter atividade musical alguma. Às vezes eu chegava em casa do trabalho e minha mãe estava ensaiando com o coral. E me pedia uma forcinha. E volta e meia pedia para eu tocar flauta também.

Como se deu o acolhimento no meio musical em sua volta para o Brasil?

BM - Quando voltei ao Brasil fui trabalhar num escritório de advocacia, e lá fiquei por 3 anos. Só quando saí me dediquei de vez à música. Aí fui reencontrando pessoas, conhecendo outras.


Dentre os nomes de sua biografia artística alguns nomes estão bastante presentes. O da Roberta Sá é um deles. Como se deu esse encontro entre vocês?

BM - Conheci Roberta através de um advogado que trabalhava comigo. Faz muito tempo. Ela estava saindo do Fama, começando a gravar o primeiro disco, fez alguns shows. E eu acompanhei tudo isso. Então, quando resolvi “subir no palco”, ela me deu algumas dicas. Foi ela também que me apresentou ao Rodrigo Campello, que produziu meu disco.

E o Edu Krieger?

BM - Edu eu conheci quando criança; cantávamos juntos no Coro Infantil do Teatro Municipal. E nos reencontramos quando estava preparando meu primeiro show. Ele foi muito generoso comigo, fez duas músicas para mim, participou no disco e em alguns shows meus.


Você poderia nos contar como se deu a composição feita exclusivamente para você: a Lilly blonde?

BM - Uns dois anos antes de começar a gravar o Mosaico, eu havia pedido, meio na brincadeira, que ele fizesse uma “Lili Braun” para mim. A história virou até piada, mas um belo dia, quando eu já estava produzindo o disco, ele me mandou uma música intitulada Lilly Blonde, feita especialmente para mim, inspirada n’A história de Lili Braun.


Percebe-se que na concepção do “Mosaico” priorizou-se a escolha de um repertório genuinamente contemporâneo, como se deu a escolha deste repertório?

BM - Na verdade eu já tinha uma queda pelas músicas mais “lado B”. Meus repertórios anteriores já mostravam isso. Aí o Marcelo Caldi sugeriu que eu focasse nos compositores novos sem medo. Então fui buscando com amigos, conhecidos, procurei vários compositores, ouvi muita coisa. E eu sabia, por exemplo, que queria gravar Vitor Ramil e Jorge Drexler. Tanto eles, como outros compositores presentes no disco tem uma marca contemporânea forte.


O que você tirou de experiência proveitosa dos dois espetáculos (Coração Tranqüilo e Alumbramento) e que foi de extrema valia para a gravação do álbum?

BM - Acho que a experiência com esses shows foi muito valiosa em vários aspectos: primeiro para me familiarizar com palco, equipamentos, som... Depois porque foi através da seleção de repertório desses shows e da concepção de sonoridade deles que eu encontrei o caminho de repertório e sonoridade que eu estava buscando.


O mercado da música nos últimos anos tem se adaptado a mudanças irreversíveis com o advento da internet e a facilidade do download e você vem com seu álbum de estreia dentro desta realidade. Qual a sua opinião sobre essa realidade da música nos dias atuais?

BM - Ao mesmo tempo em que as novas tecnologias democratizaram o acesso a música, principalmente através de meios não tradicionais, há cada vez mais artistas procurando seu espaço. Mas algumas mídias tradicionais continuam muito influentes (rádio e televisão, por exemplo) e essa grande quantidade de artistas ainda não consegue espaço nesses meios. Acho que aqueles que melhor souberem usar as novas ferramentas vão se destacar.


Algum novo projeto em vista para 2011?

BM - Neste momento estou trabalhando no meu primeiro videoclipe (Foi no mês que vem), mas tenho um projeto com dois outros músicos/cantores: Marcelo Caldi e João Cavalcanti em que abordaremos a obra de 3 compositores. Estamos ainda procurando patrocínio porá este projeto.

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