Próxima segunda-feira o compositor de Juiz de fora (MG) Synval Machado da Silva, ou simplesmente Synval Silva estaria completando 100 anos.
por Bruno Negromonte*
Synval era filho de músico. Seu pai foi clarinetista da Banda Euterpe Mineira, de Juiz de Fora, e isso o ajudou a enveredar para a música. Ainda pequeno, Synval Silva aprendeu a tocar viola ouvindo as aulas dadas por um professor ao seu irmão. Ainda criança Synval começou a tocar em festas na cidade natal. Embora tenha aprendido muito pequeno a tocar violão, instrumento no qual se desenvolveu num bom nível, despontou inicialmente aos olhos do público como clarinetista (instrumento o qual seu pai também tocava), tocando o instrumento na banda sinfônica da cidade. Além disso, para garantir o sustento, Synval tornou-se mecânico de automóveis e também motorista particular. Compôs sua primeira música em 1927, a valsa "Lua de Prata".
por Bruno Negromonte*
Synval era filho de músico. Seu pai foi clarinetista da Banda Euterpe Mineira, de Juiz de Fora, e isso o ajudou a enveredar para a música. Ainda pequeno, Synval Silva aprendeu a tocar viola ouvindo as aulas dadas por um professor ao seu irmão. Ainda criança Synval começou a tocar em festas na cidade natal. Embora tenha aprendido muito pequeno a tocar violão, instrumento no qual se desenvolveu num bom nível, despontou inicialmente aos olhos do público como clarinetista (instrumento o qual seu pai também tocava), tocando o instrumento na banda sinfônica da cidade. Além disso, para garantir o sustento, Synval tornou-se mecânico de automóveis e também motorista particular. Compôs sua primeira música em 1927, a valsa "Lua de Prata".
Apesar de mineiro de Juiz de fora, Synval aos 19 anos muda-se para a então capital do Brasil Rio de Janeiro e lá criou uma identidade tão arraigada com o estado que chegou até a figurar entre um dos fundadores da Escola de Samba Império da Tijuca, além de receber o título de Bacharel da Música Popular Brasileira pelo Conselho da MPB do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (recebeu um anel de sambista), o de patriarca do Morro da Formiga, e o título de Cidadão Carioca em 1967.
Compositor de méritos inquestionáveis e um dos expoentes máximos de nossa música popular, Synval começou sua carreira no Rio de Janeiro tocando violão no Regional de Jorge Nóbrega que era contratado da Rádio Mayrink Veiga e fez parte também do Regional Good-Bye, na mesma emissora. Nesse período, conheceu Assis Valente que, em 1934, o apresentou àquela que iria mudar para sempre a sua vida: Carmen Miranda.
Synval tornou-se o compositor favorito de Carmen - a primeira canção gravada por ela foi "Ao Voltar do Samba", ainda em 34, fazendo um grande sucesso. Carmen então prometeu-lhe dois contos de réis (um dinheirão para a época) se Synval lhe fizesse um samba que alcançasse metade do prestígio conseguido por "Ao Voltar... o resultado foi "Coração", sucesso em 1935:
Coração, Governador
Da embarcação do amor,
Compositor de méritos inquestionáveis e um dos expoentes máximos de nossa música popular, Synval começou sua carreira no Rio de Janeiro tocando violão no Regional de Jorge Nóbrega que era contratado da Rádio Mayrink Veiga e fez parte também do Regional Good-Bye, na mesma emissora. Nesse período, conheceu Assis Valente que, em 1934, o apresentou àquela que iria mudar para sempre a sua vida: Carmen Miranda.
Synval tornou-se o compositor favorito de Carmen - a primeira canção gravada por ela foi "Ao Voltar do Samba", ainda em 34, fazendo um grande sucesso. Carmen então prometeu-lhe dois contos de réis (um dinheirão para a época) se Synval lhe fizesse um samba que alcançasse metade do prestígio conseguido por "Ao Voltar... o resultado foi "Coração", sucesso em 1935:
Coração, Governador
Da embarcação do amor,
Coração, meu companheiro
Na alegria e na dor,
Na alegria e na dor,
A felicidade procurada corre,
E a esperança
é sempre a última que morre.
é sempre a última que morre.
(bis)
Coração que não descansa noite e dia,
Sempre aguardando uma alegria,
Esperando no mar desta vida,
Embarcação à procura,
De um porto feliz de salvação....
Carmen então ofereceu três contos de réis por nova composição, resultando dessa vez em "Adeus Batucada".
Adeus adeus meu pandeiro de samba
Carmen então ofereceu três contos de réis por nova composição, resultando dessa vez em "Adeus Batucada".
Adeus adeus meu pandeiro de samba
Tamborim de bamba
Já é de madrugada
Vou-me embora cantando
Com meu coração chorando
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada
Adeus, adeus
Meu pandeiro de samba,
Tamborim de bamba
Já é de madrugada
Vou-me embora cantando
Com meu coração chorando
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada
Em criança com samba
eu vivia sonhando
eu vivia sonhando
Acordava estava tristonha chorando
Jóia que se perde no mar
só se encontra no fundo
só se encontra no fundo
Samba e Mocidade sambando
sibosa neste mundo
sibosa neste mundo
E do meu grande amor
sempre me despedi cantando
sempre me despedi cantando
Mas da batucada
agora despeço chorando
agora despeço chorando
E guardo no lenço
uma lágrima sentida
uma lágrima sentida
Adeus batucada,
adeus batucada querida
adeus batucada querida
A Pequena Notável gravou ainda "Saudade de Você" e "Gente Bamba".
Outros cantores também começaram a gravar suas músicas: Aurora Miranda cantou a marcha "Amor!Amor!", Orlando Silva interpretou o samba "Agora é Tarde", Ataulfo Alves gravou o samba "Geme Negro" que fez em parceria com Synval, Odete Amaral gravou "Alma de um Povo" e o Trio de Ouro registrou o samba "Madalena se Zangou", feito em parceria com Ubenor Santos.
No início dos anos 50, o compositor esteve durante seis meses nos Estados Unidos e participou de um show, juntamente com Carmen Miranda,que percorreu todo o país, do Atlântico ao Pacífico, divertindo os soldados hospitalizados e aqueles que iriam embarcar para a Guerra da Coréia.
Voltando ao Brasil, sem conseguir viver apenas de direitos autorais, Synval voltou a trabalhar como mecânico. Com o samba "Marina", defendido por Noite Ilustrada, o compositor participou da I Bienal do Samba, da TV Record, em 1968.
"Taí o samba que você pediu, Marina
taí, eu fiz tudo e você desistiu, Marina
taí, meu amor, toda a minha afeição
e você vai me matando pouco a pouco de paixão..."
Era 1968, ano da I Bienal do Samba, na TV Record, e, com essa outra "Marina", bem mais espevitada no ritmo e no proceder que a de Caymmi, Synval Silva, com a interpretação de Noite Ilustrada, brilhava numa das eliminatórias da contenda musical, ganha por Elis Regina com "Lapinha", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.
"Marina" é um samba que o próprio Synval regravou, aos 61 anos, na faixa de abertura do único elepê que lançou, em 1973, no qual interpretava sete músicas antigas e mais "Amor e Desencontro", composto com Marilene Amaral com arranjos de Nelsinho e Peruzzi, pela série Documento da RCA. Nessa mesma época se afastou da vida artística, vindo a falecer em 14 de abril de 1994.
E pela passagem do centenário do Synval, a cantora Fernanda Cunha estará nos dias 18,19 e 20 de março de 2011 no Teatro Café Pequeno, no Rio de Janeiro, com um show em homenagem ao mesmo acompanhada pelos músicos Zé Carlos (violão), Jorjão Carvalho (baixo) e participação especialíssma do percussionista Robertinho Silva. Vale a pena conferir!
Serviço
Fernanda Cunha homenageia os 100 anos do compositor Synval Silva
Teatro Café pequeno
Av. Ataulfo de Paiva 269, Leblon
Fone: (21) 2294 4480
18 e 19 de março (sexta e sábado) às 19 hs
20 de março (domingo) às 18hs
Ingressos: R$20,00
Vendas no local ou pelo site:
http://www.ticketronic.com.br/
* Sob cunsulta ao site http://www.samba-choro.com.br/
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