sábado, 12 de março de 2011

MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA

Por Bruno Negromonte*

Esse mês iremos abordar os 35 anos do álbum Soy Latino Americano, do cantor e compositor mineiro Zé Rodrix Esse álbum é para muitos o melhor álbum do José Rodrigues Trindade, que apesar de muitos acharem que ele era mineiro nasceu no Rio de Janeiro, em 25 de novembro de 1947. Estudou no Conservatório Brasileiro de Música e desenvolveu talento como multi-instrumentista. Em 1966, junto com Ricardo Sá (hoje Ricardo Villas), Mauricio Mendonça (hoje Mauricio Maestro) e David Tygel – anos mais tarde Maestro e Tygel formariam com Claudio Nucci e Zé Renato o grupo Boca Livre – formou o quarteto vocal Momento Quartro, lançando em 1967 o compacto com a música “Glória” (primeira composição do jovem José Rodrigues). O quarteto ficou célebre ao se apresentar acompanhando Edu Lobo e Marilia Medalha na música Ponteio no III Festival da MPB (TV Record – 1967), que se tornou a vencedora do festival. O Momento Quatro lançou no ano seguinte um LP pela Phillips, onde José Rodrigues já mostrava suas primeiras composições em parceria com os outros componentes do grupo. Deixando o quarteto, viajou para Porto Alegre no ano seguinte, onde trabalhou como professor de música e executou seus primeiros trabalhos como publicitário e jornalista para a Zero Hora. De volta ao RJ, no início de 1970, já com o nome artístico Zé Rodrix, formou juntamente com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Luís Alves e Laudir de Oliveira o grupo Som Imaginário, inicialmente acompanhando Milton Nascimento em shows.
Soy Latino Americano foi o terceiro LP da carreira solo de Zé Rodrix, é uma bela amostra do músico e compositor inventivo que era. Um punhado de letras maravilhosas e melodias ídem, que tornaram o LP um dos grandes sucessos de 1976. Além do sucesso radiofônico da faixa-título, que tornou Zé Rodrix uma das presenças cativas no programa Globo de Ouro a partir de então, o LP trouxe outro sucesso: a contagiante “É impossível parar de dançar”. “Chamada geral” (espécie de nova versão para a “Festa de Arromba”, citando vários nomes ligados ao rock dos anos 70 no Brasil, incluindo Rita Lee, Erasmo Carlos, Mutantes, Raul Seixas, O Terço, entre outros) foi outro destaque do LP, além de “HMMM! (Mas que noite)” que foi uma especie de precursora do movimento Disco Music no país. Ficou registrada também neste LP a versão do autor para “Casa no campo”, um dos maiores clássicos da MPB.

Dados do disco:
Orquestrações e regência: Hugo Belardi
Produção artística: Roberto Livi
Capa: Criação “Studio A”
Designer: Ronaldo Mello
Direção de criação: Joel Cocenza

Lado 1:
01 - Soy Latino Americano (Zé Rodrix – Livi)
02 - Boa viagem (Zé Rodrix)
03 - É impossível parar de dançar (Zé Rodrix)
04 - Donde estará mi vida (Segovia – F. Naranjo – I. Roman)
05 - Chamada geral (Zé Rodrix – Livi)
06 - Exército da salvação (Zé Rodrix)

Lado 2:
01 - Eu vou comprar esse disco (Zé Rodrix – Lamis)
02 - Ilha deserta (Zé Rodrix)
03 - HMMM! (Mas que noite) (Zé Rodrix)
04 - Eu não sei falar de amor (Zé Rodrix – Felipe)
05 - Todo dia eu tenho que chorar um pouco (Zé Rodrix – Ramos)
06 - Casa no campo (Zé Rodrix – Tavito)

*Fonte: http://cabesound2008.blogspot.com

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