Por Bruno Negromonte
O mês passado falamos dos 35 anos do álbum lançado pelo Antônio Candeia Filho intitulado filosofia do samba, lançado na década de 70. Hoje vamos falar dos 25 anos de outro álbum que na minha concepção tem o seu valor cultural em detrimento a todo o lance mercadológico que os grandes poderes midiáticos empurram em nossas goelas abaixo há um certo tempo. Falo de um disco gravado ao vivo no Cabaré mineiro na década 80, onde Sérgio Moraes Sampaio (conterrâneo de nosso rei Roberto Carlos) está a todo vapor.
Esse álbum surgiu a partir da gravação de partes de um espetáculo apresentado por Sérgio Sampaio, realizado em Belo Horizonte, no remoto ano de 1986,. O show aconteceu na hoje extinta casa de espetáculo, o Cabaré Mineiro. O registro desse espetáculo se deu na noite do dia 21 de abril de 1986. Sérgio Sampaio se apresentou em Belo Horizonte acompanhado do violonista (hoje ainda mais destacado) Moacyr Luz. Este registro não chegou a ser lançado comercialmente, mas devido o limbo ao qual o nome de Sérgio foi condenado, não posso deixar de registrar esse espetáculo de alguma forma aqui entre os frequentadores do Musicaria. Este registro foi feito em fita cassete, talvez extraída diretamente da mesa de som, quase não se escuta a platéia. As vezes, até se tem a impressão de que o local devia estar meio vazio, mas não estava não. Pessoas que assistiram ao show afirmaram que a casa estava sempre cheia, inclusive nesse dia do show do Sérgio. O grande barato da gravação é conter ali algumas músicas, até então, inéditas. Coisas que só viriam a aparecer no álbum póstumo, "Cruel", produzido por Zeca Baleiro depois da morte de Sérgio Sampaio. Há também duas outras músicas ainda hoje inéditas, as quais não sabemos o nome. Os créditos dessa preciosidade são atribuídos ao Trix e ao Augusto do blog Toque Musical, que nos brindaram com a disponibilização desse material. Salve Sérgio Sampaio! Um artista que se eternizou por sua genialidade! Segue abaixo as faixas:
01 - Viajei de trem
02 - Pobre meu pai
03 - Cala a boca zebedel
04 - Quatro paredes
05 - Eu quero é botar meu bloco na rua
06 - Que loucura
07 - Eu não minto quando faço*
08 - Meu pobre blues
09 - Roda morta (reflexões de um executivo)
10 - Cabras pastando
11 - Ninguém vive por mim
12 - O que eu sinto agora*
* As músicas sinalizadas são as canções sem título e que foram renomeadas pelo pessoal do blog Toque Musical.
3 comentários:
Vale lembrar também os créditos ao Augusto do Toque Musical. Quem poliu a pedra bruta foi ele, dando um novo tratamento ao som e criando o belo encarte que você publica nesta postagem. Inclusive, pelo que vejo, até a resenha é 80% Toque Musical. Seria generoso da sua parte mencionar isso ou pelo menos indicar o blog através de sua lista de links, não acha?
Eu não poderia me referir ao Augusto porque quando recebi por e-mail essa pauta não sabia que se tratava de um trabalho de restauração feito por ele. Os créditos que me passaram referiam-se ao "Trix" tanto que não deixei de dar os créditos a ele.
Quanto a resenha não concordo com você quando você diz que 80% dela é do "Toque Musical". Quando recebi o texto tratei de manter apenas as informações técnicas, procurando reescrever o que seria possível reescrever. Olhei o texto do Toque agora e vi que fazendo uma analogia entre os dois, há entre eles peculiaridades, porém discordo que seja 80%.
Aos créditos do álbum adicionarei o nome do Augusto e peço desculpas por não ter me referido antes.
Abraço!
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