Aos 15 anos, começou a tocar violão, logo após ter se mudado para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro da Tijuca. Trabalhou como mecânico após ter servido ao Exército. Nesta época, frequentava as rodas de samba do bairro. Fundou com amigos o Bloco Carnavalesco Independentes da Silva Teles (Rua que dá acesso ao morro do Salgueiro). Em 1960 ingressou na Ala dos Compositores do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro.
Em 1965 compôs em parceria com Noel Rosa de Oliveira o samba "Tudo é alegria". Em 1966 Jair Rodrigues obteve sucesso nacional, com grande repercussão na imprensa especializada, com "Vem chegando a madrugada", de sua autoria em parceria com Noel Rosa de Oliveira. Neste mesmo ano, Elizete Cardoso, no disco "Muito Elizete", regravou "Vem chegando a madrugada". Ainda em 1966, compôs o samba-enredo "Os amores célebres do Brasil" que classificou em 5º lugar no Grupo 1 a Acadêmicos do Salgueiro. No ano seguinte, em 1967, Jair Rodrigues regravou com grande sucesso "Vem chegando a madrugada" e "Os amores célebres do Brasil". Em 1968 ao lado de Jair do Cavaquinho, Darcy da Mangueira, Pelado da Mangueira, Anescarzinho do Salgueiro, Velha, Zito (Baianinho), Wilson Oliveira (Wilson Moreira) e Gracia do Salgueiro, fez parte do grupo Os Cinco só, com o qual lançou dois discos.
No ano de 1970 o grupo Os Cinco Só lançou, pela gravadora CBS, o primeiro disco "Os Cinco Só - Roda de Samba", gravado ao vivo em sua própria casa. O LP contou com direção artística de Hélcio Milito, sendo incluídas suas composições "Esquinando", "Viola do Pará" (c/ Sebastião Nunes) e "Poeira" (c/ Benedito Reis). Em 1971 o grupo lançou o disco "5 Só - Fim de Festa", no qual foi incluída sua composição "Fim de festa". Com o término do grupo Os Cinco Só, alguns componentes formaram outro grupo, A Turma do Ganzá. Ainda em 1971 o Salgueiro foi campeão com outro samba-enredo de sua autoria "Festa para um rei negro", samba este que trazia um forte e popular refrão: "... Pega no ganzê, pega no ganzá", obtendo sucesso comercial, sendo cantado em todo o Brasil e, logo depois, no mundo inteiro. Na verdade, um sucesso permanente no exterior. No ano seguinte, a escola desfilou com seu samba-enredo "Mangueira, minha madrinha querida", homenagem do Salgueiro à Mangueira. Com este samba-enredo, o Salgueiro classificou-se em 5º lugar do Grupo 1.
Em 1974 lançou o disco "Zuzuca", pela gravadora CBS, no qual interpretou "Nome sagrado" (Nelson Cavaquinho, José Alcides e José Ribeiro). Esta música seria regravada mais tarde por vários intérpretes, mas constando o nome de Guilherme de Brito no lugar de José Alcides. Outras composições do LP foram "Vida da minha vida" (Ataulfo Alves), "Tião" (Jair Amorim e Dunga), "Só Deus" (Jorginho Pessanha e Walter Rosa), "Pois é" (Ataulfo Alves), "Última forma" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), "Obrigação" (Alcides Rosa e Djalma Mafra), "Náufrago" (Padeirinho e Ary Guarda), "Sei que é covardia" (Ataulfo Alves e Claudionor Cruz), "Pisei num despacho" (Geraldo Pereira e Elpidio Viana), "Pedro Pedregulho" (Geraldo Pereira e José Batista), "Decadência" (Baianinho e Bezerra da Silva). Ainda neste disco, incluiu de sua autoria "Sonho de menina", "Meu protetor", "Batuque do morro velho" e "Meu samba meu gongá". Por esta época, foi muito solicitado para shows em boates e casas noturnas. Gravou algumas composições de amigos, como "Ana", de Jair do Cavaquinho. Neste mesmo ano de 1974, Rubens da Mangueira interpretou "Morro velho" no LP "Roda de samba nº 2".
Em 1975 o parceiro Velha, ao lado de Wilson Moreira, Casquinha, Hélio Nascimento, Anézio e Candeia, participou do LP "Partido em 5 volume 2", no qual interpretou "Gato escaldado tem medo de água fria" (Velha e Zuzuca). Em 1980, a Acadêmicos do Salgueiro desfilou com um samba-enredo "O bailar dos ventos, relampejou mas não choveu" (c/ Zédi, Moacir Cimento e Haideé), classificando-se em 3º lugar. No final do ano 2000, lançou o CD "Samba de raiz", no qual interpretou antigos sucessos de sua autoria, entre os quais "Festa para um rei negro" e "Vem chegando a madrugada", entre outros sucessos de sua autoria. O CD trouxe ainda algumas composições suas menos conhecidas do grande público como "José brasileiro" e "Semente do samba". Em 2008 lançou o CD "É o samba que cuida de mim", com o qual fez show no Passeio Público (centro histórico do Rio de Janeiro) e no Pagode do Negão da Abolição, no Clube Guanabara, na Praia de Botafogo.
Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin), o box "100 Anos de Música popular Brasileira" integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos "MPB 100 AO VIVO", com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Elza Soares participou do CD volume 8 regravando " Vem chegando a madrugada" (c/ Noel Rosa de Oliveira). Neste mesmo ano de 2011 lançou em show no clube Cordão da Bola Preta, na Lapa, o CD "Zuzuca do Salgueiro", no qual interpretou várias composições inéditas de sua autoria.
No ano de 2013 lançou o CD "Filosofia de boêmio", no Centro Cultural Memórias do Rio, na Lapa, centro boêmio do Rio de Janeiro. No disco interpretou várias composições inéditas de sua autoria, destacando-se "Cavaquinho chorão", "Tumba moleque", "Inveja é que matou Caim", "Tristeza de um boêmio", "Bom malandro", "Agora eu sei", "A noite, o dia, a madrugada", "Carioca da gema", "Colibri", "Rosa amarela", "Dançando em Recife" e "Maravilhas de Iorubá", além da faixa-título "Filosofia de boêmio". O disco foi gravado por Alceu Maia (cavaco), Ivan Machado (baixo), Gerominho (violão), Guilherme Lara (teclados), Luciano Broa (bateria), Beloba e Bira Show (percussão) e ainda nos vocais Neth Bonfin, Cida França, Alexandre Loro, Angela Sol, Edneusa Santos e Guilherme Lara. No ano seguinte, em 2014, apresentou-se na roda de samba Terapia Popular, comandada pelo compositor Roberto Serrão, no Espaço Chopp Time de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde interpretou composições de seu CD "Filosofia de boêmio", além de sucessos de carreira como "Vem chegando a madrugada" (c/ Noel Rosa de Oliveira) e sucesso com Jair Rodrigues; "Festa para um Rei Negro" ("Pega no ganzê, pega no ganzá"), "Mangueira, minha madrinha querida" ("Tengo-Tengo, Santo Antônio, Chalé") e "Eneida, amor e fantasia" (Boi da Cara-Preta") e ainda "Batuque do morro velho".
Fonte: Dicionário da MPB
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