Morador da Vila Isabel, na década de 1930 ingressou em rádio como seu irmão Haroldo Barbosa, começando na Rádio Philips, como contra-regra nos programas Casé e Horas do Outro Mundo, e como locutor esportivo. Trabalhou também nas rádios Educadora, Guanabara, Nacional, onde foi chefe da discoteca, e Mauá, da qual foi diretor artístico. Em televisão, trabalhou na TV Tupi e na TV Record, de São Paulo.
Autor do famoso samba de carnaval "Nega maluca", em parceria com Fernando Lobo. Foi um dos mais importantes parceiros de Custódio Mesquita. Só com ele compôs mais de 30 obras. Boêmio e freqüentador do Café Nice, reduto de instrumentistas, cantores e compositores da Música Popular Brasileira nos anos 1940 e que ficava na Av. Rio Branco 174, no Centro do Rio de Janeiro, então capital do país. Começou na Rádio Philips, como contra-regra, ainda na década de 1930, junto com seu irmão Haroldo com quem trabalhou nos programas "Casé" e "Horas do outro mundo". Foi também locutor esportivo. Trabalhou ainda nas rádios Educadora (depois Tamoio), Guanabara, Nacional, onde foi chefe da discoteca, e Mauá, onde foi diretor artístico e criou os programas "O Rio de Janeiro que eu não vi" e "Álbum de melodias". Na mesma Rádio Mauá descobriu Roberto Silva e Sílvio Barbosa e ajudou a projetar Elizeth Cardoso. Ainda na Rádio Mauá, organizou um conjunto regional de muito sucesso que contava com Altamiro Carrilho, Pinguim e Cesar Fernandes.
Em 1934, teve sua primeira composição gravada, o samba "Ninho deserto", por Carmen Miranda na Victor.
Em 1943, teve o bolero "Prá que viver?", parceria com Custódio Mesquita, registrada pelo cantor Carlos Roberto na Victor. No mesmo ano, fez sucesso com o samba "Promessa", parceria com Custódio Mesquita, e gravado por Sílvio Caldas, também na Victor. Ainda no mesmo ano, mais duas parcerias com Custódio Mesquita foram gravadas por Sílvio Caldas na Victor, a marcha "É inútil mentir" e "O samba da Beatriz".
Em 1944, teve mais seis parcerias com Custódio Mesquita gravadas na Victor: Carlos Galhardo registrou o fox "Rosa de maio" e a valsa "Gira...gira...gira"; Sílvio Caldas o samba "Como os rios que correm pro mar", um de seus grandes sucessos e a "Valsa do meu subúrbio"; Isaura Garcia o samba "Pretinho" e Nelson Gonçalves o fox "Nossa comédia".
Em 1945, Isaura Garcia gravou os sambas "Não faças caso coração" e "Eu fico", parceria com Custódio Mesquita. No mesmo ano, teve as primeiras composições que não foram feitas em parceria com Custódio Mesquita gravadas. Na verdade duas versões: os foxes "Santa", de Augustin Lara e "Sempre juntos", de De Silva e Henderson. Também no mesmo ano, compôs com Fat's Elpídio o fox "Minha confissão", gravado por Carlos Galhardo.
Em 1946, depois da morte do parceiro Custódio Mesquita, ainda lançou algumas composições da dupla como o samba "Viva o samba", gravado por Linda Batista na Victor e "Saia do meu caminho", gravado com sucesso por Aracy de Almeida na Odeon, e que se transformaria num clássico da MPB.
Em 1949, ainda lançou mais uma de suas parcerias com Custódio Mesquita, o samba canção "Adeus", gravado por Dircinha Batista na Odeon. No mesmo ano, Dircinha Batista gravou "Cuanto la gusta", de G. Ruiz, em ritmo de samba, com versão sua e a toada "Passarinho da lagoa", ambas em parcerias com Fernando Lobo. Também no mesmo ano, Francisco Alves gravou o samba "Inútil".
Em 1950, compôs com Lupicínio Rodrigues o samba "Eu não sou louco", gravado por Isaura Garcia e com Fernando Lobo o samba "Nega maluca", gravado por Linda Batista e a mazurca "Chofer de praça", gravada por Luiz Gonzaga, as três na RCA Victor. No mesmo ano, compôs com Fernando Lobo o maracatu "Porto Rico", gravado por Dircinha Batista na Odeon, mas foi o samba "Nega maluca" que fez enorme sucesso. A música era originalmente um baião, depois transformado em samba. Arrebatou, em 1950, o primeiro lugar no Concurso Oficial de Músicas para o Carnaval. Ainda hoje, continua um sucesso, sempre tocada nos bailes, tendo inspirado inclusive uma fantasia tradicional dos carnavais cariocas. O desenho da fantasia foi elaborado por Fernando Lobo no mesmo ano, a pedido da loja "A Exposição".
Em 1951, o baião "Pede pra seis" com Haníbal Cruz, foi gravado na Odeon pelos Titulares do Ritmo. Em televisão, trabalhou na TV Tupi e na TV Record de São Paulo. Fez também em 1951a versão para a canção "Jingle bells", de Pierpont, gravada por João Dias também na Odeon. Em 1954, fez com Hianto de Almeida sua última composição, o samba canção "Vento vadio" gravado por Isaura Garcia na RCA Victor. Ainda no mesmo ano, após seu suicídio, a Revista da Música Popular, da qual foi grande incentivador, publicou em seu número 1, seu artigo "O Café do Compadre", nome de um antigo bar no Estácio, onde ele conheceu sambistas como Ismael Silva, Bide, Edgard, Rubens, Aurélio e Brancura. Deixou inéditas as composições "Águas passadas", "Timtim por timtim", "Quando passas por mim" e "Depois do carnaval", esta última, parceria com Ismael Silva. No número 2 da Revista da Música Popular foi publicada uma reportagem sobre ele onde se lê: "Causou o mas profundo pesar a notícia do desaparecimento de Evaldo Rui, popular compositor e radialista, figura das mais queridas de sua classe, homem bom e amigo de todos. Evaldo foi um compositor autenticamente popular e um dos mais notáveis letristas que teve até hoje a música popular". Em 1960, teve os sambas "Promessa" e "Feitiçaria", ambos com Custódio Mesquita, gravados no LP "Baile de samba - Sylvio Mazzucca e Sua Orquestra" lançado pela gravadora Columbia.
Obras
Chofer de praça (c/Fernando Lobo), mazurka, 1950; Como os rios que correm pro mar (c/Custódio Mesquita) samba, 1944; Feitiçaria (com Custódio Mesquita), samba, 1945; Inútil, samba, 1949; Madrugada (com Herivelto Martins), samba, 1948; Nega maluca (com Fernando Lobo), samba, 1950; Noturno em tempo de samba (c/Custódio Mesquita), samba, 1944; Passarinho da lagoa (c/Fernando Lobo), toada, 1949; Pretinho (c/Custódio Mesquita), samba, 1944; Promessa (c/Custódio Mesquita), samba, 1943; Rosa de maio (com Custódio Mesquita), fox, 1944; Saia do meu caminho (c/Custódio Mesquita), samba, 1946; Valsa do meu subúrbio (com Custódio Mesquita), valsa, 1944.
Fonte:
Dicionário da MPB
Cifra antiga
0 comentários:
Postar um comentário