segunda-feira, 11 de março de 2013

INDÚSTRIA DA MÚSICA REGISTRA PRIMEIRA ALTA DESDE 1999 E DESTACA O SUCESSO DE MICHEL TELÓ

Dono do hit ‘Ai se eu te pego’ é destaque no relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica.



RIO - No último ano, a indústria da música conseguiu quebrar uma sequência de 12 anos de prejuízos, registrando um aumento pequeno, mas simbólico de 0,3% nas receitas comerciais, somando US$ 16,5 bilhões. Segundo os dados Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgados nessa terça-feira, um dos grandes responsáveis por esse crescimento foi o mercado de música digital, dividido em serviços de streaming e downloads pagos, entre outros, com US$ 5,6 bilhões de arrecadação global. No relatório, a música brasileira ganhou destaque não só pelo tamanho do mercado do país, mas também pelo sucesso estrondoso alcançado por Michel Teló e sua “Ai se eu te pego”, que vendeu 7,2 milhões de cópias digitais.

No Brasil, o mercado de música gravada em formatos físicos e digitais combinados, cresceu 5,13% em relação a 2011. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos, ABPD, o resultado positivo do mercado fonográfico em 2012 foi causado principalmente pelo aumento de 83% nas receitas digitais. Ao todo, essa área já representa mais de 28% do mercado físico e digital somados. Na internet, o destaque foi para o crescimento dos downloads de faixas avulsas (+691%), de álbuns completos (+3.525%), de vídeos musicais (+3.370%), impulsionados pela chegada do iTunes, que abriu sua loja para usuários brasileiros em dezembro de 2011.

O ligeiro aumento vem como um alívio para os executivos de gravadoras que viram o valor das vendas despencar de um pico de US$ 28,6 bilhões, com os downloads ilegais e a relutância em abraçar a era digital afetando duramente as receitas desde então. Mais uma vez, foi o setor digital que mostrou o maior crescimento, e pela primeira vez, mais do que compensou as perdas nas receitas físicas.

"No início da revolução digital, era tema comum dizer que o digital estava matando a música", disse Edgar Berger, presidente internacional da Sony Music Entertainment. "Bem, a realidade é: o digital está salvando a música. Acredito firmemente que isto marca o início de uma história de crescimento global. A indústria tem todos os motivos para ser otimista sobre seu futuro".

As vendas digitais das gravadoras subiram cerca de 9% no ano passado sobre 2011 e responderam por 34% do rendimento total. As vendas de downloads aumentaram 12%, para 4,3 bilhões de unidades mundialmente. As vendas de álbuns digitais cresceram 17%, para US$ 207 milhões.

Serviços de assinatura como o Spotify e o Deezer "atingiram a maioridade" no ano passado, de acordo com a IFPI, e devem cruzar a marca de 10% em fatia do total das receitas de música digital pela primeira vez. O Spotify tem mais de cinco milhões de assinantes pagantes, comparado com três milhões no final de 2011, e é a segunda maior fonte de receitas de música digital na Europa. O Deezer também se expandiu rapidamente, chegando a três milhões de assinantes pagantes em todo o mundo.

De acordo com a IFPI, o álbum de maior sucesso de 2012 foi o da cantora britânica Adele, "21", que vendeu 8,3 milhões de cópias depois de alcançar a marca de 18,1 milhões em 2011. A artista norte-americana Taylor Swift ficou em segundo lugar no ano passado com "Red" (5,2 milhões), a banda britânica One Direction tomou a terceira e a quarta posições com "Up All Night" e "Take Me Home", respectivamente (4,5 milhões e 4,4 milhões) e a cantora norte-americana Lana Del Rey ficou em quinto, com "Born to Die" (3,4 milhões).

Nas paradas de singles digitais, a canadense Carly Rae Jepsen assumiu a liderança com "Call Me Maybe" (12,5 milhões de cópias vendidas), seguida pelo belga-australiano Gotye com "Somebody That I Used to Know" e o sul-coreano Psy com "Gangnam Style". O brasileiro Michel Teló foi o sexto com "Ai se eu te pego", vendido como single digital 7,2 milhões de vezes.

Embora o foco tenha sido o crescimento do setor digital, as vendas de formatos físicos ainda foram responsáveis por 58% das receitas em 2012, abaixo dos 61% em 2011, e as quedas no mercado de CD em muitos países continuaram a representar grandes desafios. A IFPI, que representa a indústria da música liderada pelos três "grandes" selos Universal, Sony e Warner Music Group, também ressaltou o papel da indústria da música na ampla explosão da mídia digital e social.


Fonte: O Globo

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