Em meio ao lançamento da turnê comemorativa dos 15 anos de seu primeiro álbum, o Jota Quest traz mais cartas na manga. Além da coletânea dupla Quinze, que chega esta semana às lojas, a banda mineira lança neste domingo, 1º de maio, um clipe. O vídeo, no entanto, não tem nada a ver com este trabalho. Dirigido pelo portenho Nahuel Lerena, o clipe de Na moral traz o grupo tocando ao lado da dupla Emmanuel Horvilleur e Dante Spinetta, que formam o Illya Kuryaki e os Valderramas. Este trabalho é mais um passo que o Jota dá desde que decidiu tentar conquistar o mercado argentino.
Em 14 de maio, o grupo faz em Palmas, Tocantins, o primeiro dos 20 shows que vão passar por capitais até o fim deste ano celebrando a década e meia no Brasil. Uma semana mais tarde, viaja novamente a Buenos Aires para batelada de entrevistas e aparições em programas de TV para divulgar a banda para os hermanos. Aqui, eles são grandes, têm público garantido. Lá fora, mesmo com o know-how adquirido desde sua formação, em 1993, ainda engatinham.
“Estamos realmente no começo, tanto que está sendo um teste para todo mundo”, afirma o vocalista Rogério Flausino. O projeto, que começou a ser concretizado em 2010 com a gravação de um álbum inteiramente em espanhol, não é novo. “Sempre miramos o mercado latino, primeiro com o que aconteceu com os Paralamas do Sucesso e depois com o Skank. Sabíamos que o Jota poderia levar o som do jeito que é para fora. Para isso, existem duas portas. A Argentina, que tem um sentimento mais amplo da cultura pop, onde o rock é muito forte e respeitado, e o México, que tem uma veia mais popular, romântica”, acrescenta.
A proximidade entre Brasil e Argentina também deve contar, já que foram idas e vindas entre os dois países. O álbum em castelhano foi gravado no estúdio Minério de Ferro, da própria banda, no Belvedere. Para tal, foi contratado o produtor argentino Mario Breuer, conhecido por ter trabalhado com grandes da cena portenha, como Charly Garcia e Soda Stereo. Já os vocais foram todos registrados em Buenos Aires, em dois estúdios (um deles o de Fito Paez). Quando a parte instrumental estava pronta, Flausino partiu para a capital argentina, após ter vertido as canções selecionadas (o repertório de 12 faixas traz hits do Jota Quest; não há inéditas) e aprendido a língua.
“Quando o Mario veio ao Brasil, ele foi conosco a alguns shows e disse que somos uma banda que toca bem, tem funk mas também rock. Falou que queria pegar a potência da gente, tanto que gravamos ao vivo. Acho que as músicas ficaram mais eficazes do que tinham sido aqui. Encontrar alguém (que passou a se chamar Encontrar a alguien) e Na moral ficaram mais modernas. Amor maior, uma balada que só tínhamos no nosso disco ao vivo, foi gravada pela primeira vez em estúdio, com arranjo de cordas top. Seis e trinta passou a se chamar Alguien para mi soledad e ganhou um refrão mais profundo”, comenta ele sobre as versões em espanhol.
No final de 2010 foi lançado Dias mejores, o CD simples na Argentina. No começo deste ano, chegou àquele mercado uma versão completa, que conta com DVD com imagens da banda no país, em locações em Buenos Aires e Bariloche, além de trechos de show. Ao vivo, o Jota só foi visto uma vez em Buenos Aires, num evento pequeno, fechado para imprensa e convidados. “Agora estamos tentando achar uma data em junho para fazer um show um pouco maior, num lugar para mil pessoas”, completa Flausino, que mantém os pés no chão quando fala a respeito da empreitada latina. “Quando começamos aqui, não foi todo mundo que comprou a ideia, tudo aconteceu aos pouquinhos. O que queremos é que lá seja exatamente a mesma coisa”, conclui.
Festa merecida
Quinze, a coletânea do Jota Quest, nasceu como álbum simples, mas, no decorrer do processo, a banda conseguiu que a Sony lançasse um duplo (são 30 faixas ao todo). A maior parte do repertório foi selecionada a partir de votação feita pelo público no site do Jota. Mas há também material que foge daquele que foi executado maciçamente em rádio. Traz, por exemplo, a primeira gravação feita pela banda, da canção Jogo, realizada em 1993, no estúdio Polifonia. Nos backing vocals, estão Bauxita, Play e Lílian Nunes.
Dudu Marote produziu as três inéditas. São elas a balada Luta de viver (Rogério e Wilson Sideral) e Coração, versão de uma canção da banda espanhola El Canto del Loco. A original, Corazón, foi gravada por Flausino no disco que o grupo lançou para o mercado brasileiro no ano passado. A terceira chama-se É preciso (a próxima parada), single que começou a ser executado há pouco no rádio e que nasceu de uma base criada pelo baterista Paulinho Fonseca num dos voos da banda para Buenos Aires.
Quando o projeto dos 15 anos nasceu, a ideia era fazer shows especiais (com bandas convidadas e DJs de cada cidade aonde o grupo for) no mesmo número de capitais. A iniciativa cresceu e estão confirmadas apresentações em 20 das 27 capitais brasileiras. Nesta quinta, haverá um show fechado para convidados no Rio de Janeiro. A agenda para o público começa em maio, em Palmas. Em Belo Horizonte, a apresentação está prevista para outubro.
Fonte: Portal Uai
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