segunda-feira, 12 de julho de 2010

10 ANOS SEM WILSON SIMONAL

Por Bruno Negromonte

Após vários anos de ostracismo impostos por circunstâncias até hoje polêmicas por dividir opiniões diversas, o carioca Wilson Simonal de Castro ou simplesmente Wilson Simonal foi colocado no limbo no período de maior notoriedade de seu nome. Não havia outro nome capaz de reger um Maracanãzinho como Simonal conseguiu no final da década de 60 (nem mesmo Sérgio Mendes que era o maior nome da música brasileira no exterior naquela época), não havia outro nome mais popular naquele período no Brasil que Wilson Simonal no final daqueles anos 60 (Simonal chegou a "desbancar" nomes como Roberto Carlos em termos de popularidade e vendagem de LP'S) e também não havia outro nome com mais suíngue e domínio de palco que Wilson Simonal. Simonal podia ser considerado um verdadeiro showman . Ele era absoluto. Só quem faz ideia da importância de Wilson Simonal é quem sabe de sua relevância e contribuição para a música brasileira.

Pois bem, Simonal morreu há exatamente 10 anos atrás. Morreu amargurado e dissoluto, porém não entregue e nem rendido a adversidade que o acompanhou durante toda essa fase obscura que foi imposta à sua carreira devido a difamação, calúnia e injúria de seu nome. Fase essa que o acompanhou durante muitos anos, pra ser mais exato até a sua morte.


Simonal foi do céu ao inferno sem escala e sem anistia... o Pasquim soube como ninguém fazer de Simonal o "carrasco" dos artistas apontando-o como delator da classe. Pois foi a partir de uma matéria vinculada ao Pasquim, que Simonal se tornou o "dedo-duro" mais notório do Brasil que somado a outros fatores o fez ojerizado por muita gente da classe artística ou não.

Atirado a essa espécie de limbo, ou antesala do inferno, sob essa tão batida acusação de colaborador e "dedo-duro" do regime militar, Wilsom Simonal acabou execrado pelos diversos canais existentes da mídia, odiado por muitos de seus colegas de profissão, e talvez o pior venha agora: desconhecido da nova geração(que perde de conhecer o talento incomensurável que ele tinha)e, permaneceu nos últimos anos quase totalmente, esquecido de seu outrora gigantesco público.

Vítima maior - e única - da inveja, do preconceito, do rancor e da hipocrisia que habitam os porões da mídia institucionalizada e do meio artístico, esse artista único morreu, ou "viajou fora do combinado" (conforme costuma dizer Rolando Boldrim), em 25 de junho de 2000.

Mas fica aqui a lembrança do grande artista que foi Simonal pela passagem desses 10 anos em que ele nos deixou.

Vale ressaltar que durante esse mês está chegando as lojas (pela primeira vez editado em CD) um álbum que até então só havia sido lançado no México durante a copa do mundo na década de 70. O álbum ficou de fora da box Simonal na Odeon (1961 - 1971) e chega agora para ser mais um dos poucos discos do Simonal que ainda encontra-se em catálogo (vale ressaltar que apenas a gravadora EMI, através da iniciativa de seu presidente Marcelo Castelo Branco e da S de samba através das figuras de Simoninha e Max de Castro é que tornaram possível a permanência dos álbuns em catálogo). Aconselho tratarem de adquirir logo esse relançamento em CD para a discoteca de vocês!!

Segue abaixo as faixas presentes no LP Simonal México 70, lançado durante a vitoriosa campanha do Brasil na copa de 1970 no México:


01 - Aqui É o Pais do Futebol (Milton Nascimento / Fernando Brant)
02 - Raindrops Keep Fallin' On My Head (Burt Bacharach / H. David)
03 - Kiki (Nonato Buzar / Wilson Simonal)
04 - Ave Maria no Morro (Herivelto Martins)
05 - I'll Never Fall In Love Again (Burt Bacharach / H. David)
06 - Crioula (Jorge Ben "Jorge Benjor")
07 - Que Pena (Jorge Ben "Jorge Benjor")
08 - Aquarius / Let The Sunshine In (J. Rado / G. Ragni / G. MacDermot)
09 - Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
10 - Ecce Il Tipo Che Io Cercava (Sergio Endrigo)
11 - As Menininhas do Leblon (S. C.)
12 - Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo / Francisco Matoso)

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