quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Em 1980, Zé Ramalho compôs uma canção especialmente para Roberto Carlos gravar: Eternas ondas, que depois acabou sendo lançada por Fagner. "Fiz essa música já imaginando um arranjo grandioso e a voz de Roberto Carlos cantando", diz Zé Ramalho, que naquela letra relata um cenário de apocalipse com veladas referências políticas. "Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas/ que vieram como gotas em silêncio tão furioso / derrubando homens entre outros animais/ devastando a sede desses matagais..." Zé Ramalho estava confiante em que Roberto Carlos fosse gravar Eternas ondas, e quando mostrou a canção para Beto Ribeiro, na época um dos executivos da CBS, este também reagiu animado. "Zé, esta música é pra ele mesmo." Num domingo, em meados de 1980, Beto convidou Zé Ramalho para acompanhá-lo num passeio no iate de Roberto Carlos, que naquele dia recepcionava alguns executivos da gravadora. Embarcaram na marina da Glória e foram para Angra dos Reis. Durante o passeio, Zé Ramalho tocou ao violão algumas de suas canções, mas, orientado pelo próprio Beto Ribeiro, menos aquela que tinha feito para Roberto Carlos. Eternas ondas
foi entregue ao cantor numa fita cassete para que ele a ouvisse depois. Zé Ramalho aguardou a resposta dele com grande ansiedade. E esta veio alguns dias depois através de Beto Ribeiro. "Zé, o Roberto ouviu, gostou da música, mas se assustou com a letra. Ele achou a letra muito forte, carregada, com imagens de destruição e de um apocalipse, e por isso não vai gravá-la." Zé Ramalho ficou profundamente desapontado, mas, ao
relatar o episódio e mostrar a canção para Fagner, este não teve dúvida: "Zé, eu posso gravar esta música?". Lançada por Fagner em 1981, Eternas ondas foi um grande sucesso nacional. "

2 comentários:

Marcelo Amorim disse...

Não conhecia essa história, Bruno. Coisas do Roberto... Uma passagem mais famosa, acho, foi quando Gilberto Gil ofereceu uma música pro Roberto, acho até que a pedido do próprio R.C. Gil fez então "Se eu quiser falar com Deus". Roberto ouviu e decidiu não gravar. Teria justificado a negativa dizendo que não era assim que ele, Roberto, se comunicava com Ele, Deus. Que quando queria falar com Ele, falava, simples assim. Quase como quem liga pra um amigo do celular. Coisas do Roberto...

brunonegromonte disse...

Essa história do Gil eu conhecia Marcelo, a ouvi certa vez. Roberto Carlos é um sujeito extremamente exótico... kkkkkk...

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