terça-feira, 2 de setembro de 2008

MIMO - MOSTRA INTERNACIONAL DE MÚSICA DE OLINDA

Pela quinta vez consecutiva, a MIMO - Mostra Internacional de Música em Olinda promove a confluência da mais apurada música instrumental popular e erudita com a arte barroca das igrejas de Olinda. Esta cidade pernambucana, considerada uma das maravilhas arquitetônicas do mundo, é palco do evento entre os dias 1º e 7 de setembro de 2008, oferecendo cerca de 90 atividades gratuitas e abertas ao público.

Um dos momentos mais aguardados do festival são os concertos, realizados na acústica perfeita dos templos religiosos, que confere aos sentidos de quem interpreta e de quem admira uma sonoridade mágica, profunda e única. Todo o roteiro de apresentações é pontuado pela indelével qualidade e diversidade das atrações, que transitam livremente de formações camerísticas a orquestrais, e do repertório clássico à produção brasileira contemporânea.

Ao oferecer também uma programação intensa de filmes, palestras e ações educativas, a MIMO se firma como uma nova maneira de vivenciar a música, aproximando espectadores e instrumentistas da arte e da identidade cultural brasileiras. Você é o convidado especial deste evento, que faz o uso consciente do patrimônio histórico do nosso país e abre janelas para a apreciação crítica e construção fértil desta musa apaixonante chamada música.

03 de setembro de 2008 (Quarta-feira):

Atrações do dia:
RAMIRO MUSSOTO


Poucos criadores têm unido tradição e contemporaneidade como o percussionista, programador e produtor argentino Ramiro Musotto, radicado no Brasil desde meados dos anos 80. Tempo mais do que suficiente para delinear a atual percussão baiana, formar a primeira orquestra de berimbaus do mundo, tocar e gravar com Marisa Monte, Gilberto Gil e Martinho da Vila, entre tantos outros, em mais de 200 discos de música popular brasileira, e ministrar workshops no exterior.

O surpreendente na música do artista é o encaixe de bits e couros embalados em ritmos, timbres e cores originais e, curiosamente, familiares. É essa marca que faz de Ramiro Musotto um dos percussionistas mais incensados do mundo, com discos lançados no Brasil, na Argentina, no Japão, Estados Unidos e França. O álbum mais recente, ‘Civilização & Barbarye’, foi consagrado entre os dez melhores de 2006 pelo jornal La Nación, de Buenos Aires.

Ramiro Musotto se apresentará, às 18h30, na Igreja de São Pedro Apóstolo. Será acompanhado por Léo Leobons – Percussão (bata e voz), Icaro Sá (percussão e baixo), Ramirito Gonzalo (berimbau e percussão) e Mintcho Garrammone (cavaquinho, guitarra baiana e acordeão).


DUO PERANZZETTA-SENISE


O duo Peranzzetta-Senise é um dos melhores exemplos de que música instrumental faz sucesso no Brasil. A dupla é como goiabada e queijo: separados são ótimos, mas juntos têm um sabor imbatível. E Olinda foi escolhida como um dos destinos da turnê de lançamento do ‘Êxtase’, talvez o melhor álbum dos dois. Quer comprovar? O concerto será no dia 3 de setembro, às 18h30, no Convento de São Francisco.

Gilson Peranzzetta é citado por Quincy Jones como um dos maiores arranjadores do mundo e tem composições gravadas por George Benson, Sarah Vaughan e Terence Blanchard, entre muitos outros. Contabiliza 37 discos solo lançados nos últimos 20 anos. Todos os anos leva sua música ao Japão, Estados Unidos e Espanha. A cada dois anos grava e excursiona com a WDR Big Band, da cidade de Colônia, na Alemanha.

Mauro Senise tocou e gravou com Egberto Gismonti, Wagner Tiso, Luiz Eça e Hermeto Pascoal. É fundador do quinteto Cama de Gato, ainda em atividade, e faz parte de um trio erudito com a cravista Rosana Lanzelotte e o violoncelista inglês David Chew. Celebrado como atração de eventos como o Free Jazz e o Chivas Jazz Festival, atua há dez edições como solista do Rio International Cello Encounter.


JAN STIGMER
Jan Stigmer para muitos anos recebeu elogios maravilhosos tanto do publico quanto dos críticos para o seu estilo pessoal e comunicativo de tocar. Sem duvida a qualidade lírica a colorido do seu jeito de tocar diferenciam ele. E quando alguém vai ver os maestros que ele conta no meio dos seus professores de repente não estranha tanto que ele às vezes tem quase a qualidade de modo antiquado de tocar.Nasceu na Sueca em 1964 ele recebeu a primeira aula de violino com seis anos de idade. Ainda novo o professor de violino húngaro Tibor Fülep já teve uma influência importante na vida dele. Depois receber uma base solida dele e continuo os seus estudos com André Gertler e Herman Krebbers.Desde o início dos vintes ele viajou intensivamente a se apresentou com algumas das orquestras mais importantes como o English Chamber Orchestra e o Moscow Chamber Orchestra. As viagens o levaram para a maioria dos países da Europa como vários viagens para America do Norte, America do Sul e Asia.Após estrear em Chicago com “Sibelius violin concert” a critica da Chicago Tribune descreveu ele como “.. uma tour-de-force que retira o respiro”. A sua primeira apresentação importante na famosa Sala Cecilia Meireles no Rio de Janeiro foi votada a apresentação do ano no jornal Globo. “The American Record Guide” recomendou a gravação dos concertos de violin de Haydn para os seus leitores no mundo inteiro e “The Gramophone” descreveu ele como um “instrumentalista que sabe como um instrumento de cordas tem que soar... muito comunicativo, tocado na sangue”.Na china Jan Stigmer é entre as artistas clássicas mais populares e ele toma tempo para se apresentar lá várias vezes per ano.Em 2005 ele foi o primeiro musico oriental que chegou a tocar em Tibet pela primeira vez.Vários compositores escreveram musicas diretamente para o Jan Stigmer. O último foi Rolf Martinsson – Jan estreou o concerto de violino dele com o Swedish Chamber Orchestra em 2007. Na sua capacidade como violinista e musico de câmara ele trabalhou com artistas como Barbara Bonney, Norbert Brainin, Håkan Hagegård, Barry Tuckwell, James Galway, Rivka Golani, Victor Liberman, Josef Suk, Barbara Hendriks, Imogen Cooper, Randi Stene, Frans Helmersson, Michala Petri entre outros.
Jan Stigmer toca uma violina de Antonio Stradivarius datada 1724.

PROGRAMAÇÃO DO DIA 03:
Concerto - RAMIRO MUSOTTO - Igreja de São Pedro Apóstolo (18:30hs)
Concerto - DUO PERANZZETTA-SENISE - Convento de São Francisco (18:30hs)
Mostra de cinema - PINDORAMA – A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS SETE ANÕES - Pátio da Igreja da Sé (19:00h)
Concerto - JAN STIGMER - Igreja da Sé (19:30)


04 de setembro de 2008 (Quinta-feira):

Atrações do dia:
DUO GISBRANCO

Se um único piano já é bom, dois é - no melhor sentido da palavra - demais! Formado pelas jovens cariocas Bianca Gismonti e Cláudia Castelo Branco, o Duo GisBranco vai se apresentar em 4 de setembro, às 17h30, no Espaço Petrobras MIMO. São 176 teclas a serviço do que há de melhor na música popular brasileira: de Guinga a Toninho Horta, de Moacir Santos a Tom Jobim, incluindo temas de própria lavra. Os sons e o estilo de Bianca recebem influência direta do pai, o multiinstrumentista Egberto Gismonti, com quem já realizou turnês na Espanha, em Cuba, Israel e na Dinamarca. Faz parte do Trio Arcano, completado por Victor Somma na flauta e José Izquierdo na percussão. Já Claudia é fundadora, ao lado de Claudio Dauelsberg, do célebre PianOrquestra. Cursou um ano de composição em Ithaca College, Nova York, através de uma bolsa do IBEU/IIE em 2001 e atualmente faz mestrado em composição na UniRio, onde pesquisa o uso do piano expandido na música brasileira.

A afinidade delas vem dos bancos da escola de música e dos ensaios do grupo Ofelex, voltado à música eletroacústica, do qual eram integrantes. Apesar da base técnica erudita, o que elas fazem é música popular orquestrada para piano – "popular pianística", nas palavras de Bianca. A contribuição de cada uma é perceptível na concepção dos arranjos e na escolha do repertório.

SAGRAMA

Desde 1995, quando o Sa grama despontou nas salas de aula do Conservatório Pernambucano de Música, que seus nove integrantes vêm criando o máximo de efeitos sonoros, a partir de uma mistura de cordas dedilhadas, sopros diversos e percussão delicada. É a música natural das manifestações populares nordestinas com uma roupagem mais erudita, mas sem deixar de lado o exotismo. O grupo nasceu por iniciativa do flautista e compositor inspirado Sérgio Campelo. Além dos excelentes álbuns ‘SaGrama' e ‘Engenho’, o noneto também se destaca pelas trilhas sonoras que escreve e grava. Três delas: da microssérie ‘O auto da compadecida’, de Ariano Suassuna, que foi exibida pela Rede Globo em 2000, com direção de Guel Arraes; e das peças “Fernando e Isaura”, primeiro romance de Suassuna, adaptada para teatro pelo diretor Carlos Carvalho, e “Quem tem, tem medo”, dirigida por Júnior Sampaio, cuja música foi feita em parceria com o português Ricardo Dias.
Campelo dirige e toca flautas no grupo, formado por Frederica Bourgeois nas flautas, Crisóstomo Santos nas clarinetas, Cláudio Moura no violão e na viola nordestina, Fábio Delicato no violão, João Pimenta no contrabaixo, Antônio Barreto na marimba, no vibrafone e na percussão mais Tarcísio Resende e Hugo Medeiros na percussão. No concerto da MIMO, que será no dia 4 de setembro, às 18h30, na Igreja Rosário dos Homens Pretos, o público vai se deliciar com as maravilhas de Dimas Sedícias, Cláudio Moura, Sérgio Campelo e Luiz Gonzaga.

ZABÉ DA LOCA

Além dos sopros mágicos, se tem uma coisa que a paraibana Isabel Marques da Silva faz de melhor na vida é ajudar ao seu biógrafo. Nascida há 84 anos em Buíque, agreste pernambucano, aos 7 anos arriscou as primeiras melodias nos pífanos, aquelas flautas rudimentares feitas inicialmente com bambu e depois adaptadas para soar com canos de PVC e de metal. Casou-se e foi morar no interior da Paraíba. Deu à luz três filhos e perdeu a casa onde vivia. A única saída foi reunir a família e ajeitar os pertences em uma gruta (uma 'loca', como dizem na região). Por lá residiu por 25 anos. A música de Zabé da Loca evoca a tradição das Bandas de Pífanos e vem embalada com a força ancestral da terra que nos dá o sustento. Força reverenciada pelo mago Hermeto Pascoal, com quem já se apresentou; pelos conterrâneos do Cabruêra, que estamparam os pés de Zabé na capa de um disco do grupo; por Makoto Kubota que incluiu uma de suas composições no álbum 'Nordeste Atômico', produzido para o Japão; e por Carlos Malta, que fez a direção musical do novo disco da artista, 'Bom todo', em turnê de lançamento. E será este trabalho de respeito que ganhou destaque no Brasil e no exterior que Zabé vai mostrar em Olinda ao lado de seus inseparáveis músicos.

YASEK MANZANO

Um dos nomes de maior expressão do atual jazz cubano, o jovem trompetista e compositor Yasek Manzano já avisou aos organizadores que imprimirá o acento tipicamente do seu país, revestido de improvisos contemporâneos, no festival de Olinda. O concerto promete. Será em 4 de setembro, às 18h30, no Seminário de Olinda. No roteiro, “Congo Bronx”, “Extraña melancolia” e “Puerto di Bari”, músicas próprias, mais “Belén” (Bola de Nieve) e “Tu no sospechas” (Marta Valdés).

Yasek é um virtuose como há muito não despontava em Cuba. Natural de Havana, era um menino de sete anos quando quis estudar trompete. Aos 15 anos ingressou no conservatório de Amadeo Roldán. Foi um aluno excepcional e conquistou vários prêmios até vir a oportunidade dos sonhos: uma bolsa que lher abriu as portas da Julliard, prestigiosa universidade de música em Nova York. Lá, aprendeu as manhas do instrumento com célebres mestres, entre eles o genial Wynton Marsalis.
O trompetista se juntou ao saxofonista Roberto Martinez para lançar, há três anos, o álbum ‘JoJazz, o jovem jazz cubano’, recheado por faixas autorais. A universalidade do jazz é impressionante: No Brasil, a música de Yasek Manzano flerta com os paulistanos do Núcleo Contemporâneo, via Benjamin Taubkin; em Cuba, é pupilo desde cedo do guru do jazz afrocubano Bobby Carcassés e nos Estados Unidos, já dividiu o set com o famoso Roy Hargrove que - a vida é circular - pertenceu à banda do professor Marsalis.

PROGRAMAÇÃO DO DIA 04:
DUO GISBRANCO - Espaço PetrobrÁs MIMO (17:30hs)
Mostra de Cinema - VIVA VOLTA - Pátio do Seminário (18:00hs)
Concertos - SAGRAMA Igreja do Rosário dos Homens Pretos (18:30hs)
Concertos - ZABÉ DA LOCA Seminário de Olinda (18:30hs)
Mostra de Cinema - DONA HELENA - Pátio da Igreja da Sé (19hs)
Concertos - YASEK MANZANO - Igreja da Sé (20:30hs)


05 de setembro de 2008 (Sexta-feira):

Atrações do dia:

ACARIOCAMERATA

Indicada ao Prêmio TIM de Música 2008 nas categorias 'Revelação' e 'Melhor grupo instrumental', a AcariOcamerata é um conjunto de câmara de instrumentação popular. Foi criada pelo maestro pernambucano Caio Cezar a fim de pesquisar e desenvolver um repertório popular de concerto, com temas de autores brasileiros escolhidos a dedo, entre eles Villa-Lobos, Guerra-Peixe, Radamés Gnattali, Carlos Gomes e Egberto Gismonti. Composta por flauta (André Paiva), cavaquinhos (Bruno Carvalho e Eduardo Duque), bandolim (André Cesari), violas caipira (Iuri Nascimento e Edmilson Abreu), violões (Davi Meneses), baixo acústico (André Gomes) e percussão (Sílvio Sanuto), a camerata remete, através de sua sonoridade, ao espírito da terra e da gente brasileira. Os músicos não vêem a hora de tocar novamente para o público de Olinda, onde se apresentaram em 2005, por incentivo de Lu Araújo. No roteiro, peças registradas no álbum de estréia, 'AcariOcamerata', como 'Mourão', 'Forrobodó' e 'Burrico de pau'. O concerto será em 5 de setembro, às 17h30, no Espaço Petrobras MIMO.

QUINTETO VILLA-LOBOS

Formado por Antonio Carrasqueira nas flautas, Luis Carlos Justi no oboé, Paulo Sergio Santos na clarineta, Philip Doyle na trompa e Aloysio Fagerlande no fagote, o Quinteto Villa-Lobos é considerado um dos melhores grupos camerísticos do Brasil. Seus integrantes atuam como solistas no país e no exterior e mantém prósperas carreiras individuais, na qualidade de músicos e professores. Ao todo, esse time gravou sete álbuns sob as bênçãos de Villa-Lobos.

De Guinga a Francisco Mignone, de Gilson Peranzzetta a Ernesto Nazareth, o conjunto se mantém fiel à proposta inicial de ir além do âmbito erudito. Já tocaram diversas vezes no Clube do Choro de Brasília e participaram de festivais como o ‘Chorando alto’ e ‘Sopros do Brasil’, ambos em São Paulo. Eles vêm amealhando platéias na maioria das cidades brasileiras e também em destinos internacionais, como Argentina, onde se apresentaram com Egberto Gismonti em 2001; e França, onde abriram as comemorações do ano Villa-Lobos em Paris, na Unesco, em 1987.

O Quinteto Villa-Lobos fará um concerto na MIMO no dia 5 de setembro, às 18h30, no Mosteiro de São Bento. No programa da noite, temas de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha e outros.

HAIM ISAACS E IZIDOR LEITINGER

O que vai acontecer quando o trompete do esloveno Izidor Leitinger cruzar acordes e silêncios com o piano e os vocais do americano Haim Isaacs? Só vai saber quem estiver no concerto que a dupla fará na MIMO no dia 5 de setembro, às 18h30, na Igreja Seminário de Olinda. Ambos são radicados em Paris e afinaram seus instrumentos para mostrar em Olinda toda a contemporaneidade que só os franceses conhecem ao vivo.

Izidor estudou com um punhado de mestres, em diversas partes do mundo: trompete para concertos com Stanislau Arnold e trompete de jazz com Eduard Holnthaner em Graz, na Áustria; Jazz e composição com Eric Vloeumans e Bart Van Lier em Rotterdam, na Holanda; e trompete com o mexicano Bobby Shew em Los Angeles, nos Estados Unidos. Hoje, ele trabalha como músico e compositor da sua ótima The Fool Cool Orchestra.

Nascido em Nova York e educado em Jerusalém, Haim Isaacs é outro cidadão do mundo, que imprime em sua música a passagem por tantas culturas. Na juventude ele deu expediente no Roy Hart Theatre, onde aprendeu a mesclar voz, movimento e imaginação. Já adulto, fixou residência em Paris, onde atualmente canta, compõe, improvisa e dá aulas de canto. Um de seus álbuns, por exemplo, mistura composições em hebraico, árabe e inglês.


AMÉRICA CONTEMPORÂNEA

Nove músicos nascidos em sete países latino-americanos se uniram há três anos, sob as teclas de Benjamin Taubkin, para gravar o disco ‘América Contemporânea – Um outro centro’. A proposta era democrática: cada um relembraria canções tradicionais de suas culturas para que todos interpretassem juntos, desenhando um rico painel de sonoridades, entre cirandas, merengues, chacareras, peças baseadas em ritmos afro-andinos, bullerengues e cantos de origens indígenas e espanholas.

O que se ouve a partir do encontro destes artistas, reconhecidos por público e crítica em seus países, é surpreendente. Da Colômbia, veio a cantora Lucia Pulido; da Bolívia, o saxofonista, flautista e compositor Álvaro Montenegro; da Venezuela, o violinista, compositor e arranjador Aquiles Báez; do Peru, o percussionista Lucho Solar; do Chile, o baixista Christian Galvez; e do Brasil, além de Benjamin Taubkin (que acumula funções de pianista, arranjador e produtor), o rabequeiro Siba, o percussionista Bruno Duarte e o acordeonista Lula Alencar.

Após se apresentar em diversas cidades do mundo – como Nova York, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e recente turnê pela Europa – e relançar o álbum nos mercados americano e europeu, este grupo com tantas raízes em comum e musicalidade a toda prova desembarca em Olinda para realizar um concerto na MIMO. Será no dia 5 de setembro, às 20h30, na Igreja da Sé.

PROGRAMAÇÃO DO DIA 05:
ACARIOCAMERATA - Espaço PetrobrÁs MIMO (17:30hs)
Mostra de Cinema - BOOKER PITTMAN - Pátio do Seminário (18:00hs)
Concertos - QUINTETO VILLA-LOBOS Mosteiro de São Bento (18:30hs)
Concertos - HAIM ISAACS E IZIDOR LEITINGER Seminário de Olinda (18:30hs)
Mostra de Cinema - TRÊS IRMÃOS DE SANGUE - Pátio da Igreja da Sé (19hs)
Concertos - AMÉRICA CONTEMPORÂNEA - Igreja da Sé (20:30hs)


06 de setembro de 2008 (Sábado):

Atrações do dia:

ORQUESTRA SINFÔNICA DE BARRA MANSA
Formada por 82 jovens músicos, a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM) estreou recentemente no palco no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dentro da programação do Rio International Cello Encounter. Sob a batuta do então maestro titular da casa, Guilherme Bernstein, tocaram Fauré, Haydn, Gershwin e Aaron Copland diante de um público estupefato, que aplaudia de pé. Foi a glória para os bolsistas da orquestra, todos entre 14 e 24 anos, nascidos e criados em Barra Mansa.

Advinda do projeto ‘Música nas Escolas’, que beneficia mais de cinco mil alunos da rede municipal daquela cidade, a orquestra interpreta um vasto repertório e, inclusive, já apresentou peças de compositores americanos em primeira audição nacional. No currículo estão as apresentações que fez ao lado de solistas como o cantor e compositor Ivan Lins, os pianistas Maria Clodes Jaguaribe, Gustavo Torres e Virginia Hogan e a principal violoncelista da Orquestra Sinfônica de Jerusalém, a alemã-israelense Ina Joost.
Antes de embarcar para os Estados Unidos, onde mostrará peças de Heitor Villa-Lobos e outros autores brasileiros em Baltimore, Tanglewood e Connecticut, a OSBM fará um concerto na MIMO no dia 6 de setembro, às 16h, na Igreja do Monte, com regência dividida entre Guilherme Bernstein e o diretor artístico e maestro titular Vantoil de Souza Júnior. A expectativa é grande porque o grupo vai acompanhar a diva Eliane Coelho, cantora lírica carioca radicada há trinta anos na Europa.

TRÊS VIOLÕES BRASILEIROS

O carioca Caio Márcio, o francês Marcel Powell e o baiano João Omar têm em comum, além do violão, o fato de serem herdeiros de três grandes músicos. Caio recebe bemóis e sustenidos de todos os cromossomas: do pai, o clarinetista Paulo Sérgio Santos e da mãe, a pianista Fernanda Chaves Canaud; Marcel - o sobrenome entrega - é filho de Baden Powell; e João traz nos documentos o nome paterno do grande Elomar. Este trio da pesada fará um concerto em Olinda em 6 de setembro, às 17h30, no Espaço Petrobras MIMO. Caio é integrante dos grupos Paulo Sérgio Santos Trio e Tira Poeira, mantém um duo com o acordeonista e pianista Marcos Nimrichter e desenvolve um promissor trabalho solo autoral – que pode ser ouvido no álbum 'Caio Márcio', lançado em 2004. O primeiro disco de Marcel, 'Aperto de mão', é repleto de homenagens foi produzido pelo tio João de Aquino, e o próximo, em fase de gravação, será mais autoral e terá o guitarrista Victor Biglione como produtor.

Os predicativos de João Omar de Carvalho são muitos: compositor, regente, violonista, violoncelista e diretor musical. É autor de trilhas sonoras originais para vídeos, filmes e espetáculos teatrais. Como violonista, lançou o primeiro disco solo 'Corda bamba' há cerca de um ano. Atualmente desenvolve um trabalho voltado para identidade brasileira de música instrumental, fincando sua pesquisa em quatro gêneros bem brasileiros: forró, frevo, choro e samba.


SIBA E ROBERTO CORRÊA


O pernambucano Siba foi um dos primeiros a usar rabeca no ambiente da música popular urbana e o mineiro Roberto Corrêa pioneiro na arte de tocar o repertório instrumental de concerto com violas caipira, nordestina e de cocho. Parceiros há muitos anos, são movidos a recriar com inventividade as tradições regionais, alargando a técnica e a estética de seus instrumentos. Parte do repertório do álbum que a dupla lançará este ano será mostrado na MIMO em 6 de setembro, às 18h30, no Convento de São Francisco. No roteiro, músicas como ‘Extremosa-Rosa’ e ‘Baião do Pé Rachado’, do violeiro, e ‘Terra dos Reis’ e ‘Vale do Jucá’, do rabequeiro. Fundador do célebre Mestre Ambrósio, Siba desenvolve atualmente um trabalho de pesquisa e criação com músicos tradicionais da zona da mata de Pernambuco. É o chamado ‘Siba e a Fuloresta’, com o qual já lançou dois álbuns e fez turnês pelo país e pela Europa. O músico toca no grupo ‘América Contemporânea’, também escalado para se apresentar este ano no festival.

Violeiro compositor e pesquisador, Roberto Corrêa lançou 15 discos e levou a viola caipira e a viola de cocho a diversas regiões brasileiras e em 29 países em mais de vinte anos dedicados à música. Além de atuar como solista, Roberto vem abastecendo o repertório da viola com belas melodias inspiradas nas suas raízes interioranas. É esta música que a crítica associa à contemporaneidade e à erudição.


EUMIR DEODATO TRIO


Trilhas sonoras hollywoodianas, teu nome é Eumir Deodato! Ao todo, foram mais de 500 álbuns, com os quais abocanhou 15 discos de platina. Em todos atuou como instrumentista, compositor, arranjador ou produtor – às vezes, desempenhando mais de uma função ao mesmo tempo. A carreira deslanchou nos exterior em 1972, quando fez os arranjos da música “Assim falou Zaratustra”, de Richard Strauss, que virou tema do clássico ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’, do diretor Stanley Kubrick.
Em dupla com o pianista João Donato, gravou, no mesmo ano, o antológico ‘Donato/Deodato’. Eumir se mudou para os Estados Unidos exatamente cinco anos antes desse sucesso todo, por influência do violonista Luiz Bonfá. Começou trabalhando com brasileiros radicados naquele país, como Tom Jobim, Astrud Gilberto e o próprio Bonfá. O leque foi se abrindo gradualmente e ele fez arranjos para os cantores Sarah Vaughan, Frank Sinatra, Aretha Franklin, George Benson, Roberta Flack e muitos outros até aterrissar, já nos anos 90, na trepidante música da islandesa Björk.
De volta ao Brasil para trabalhos pontuais, Deodato arranjou discos inteiros ou faixas elaboradas de artistas como Elis Regina, Marcos Valle, Gal Costa, Titãs, Marisa Monte e Carlinhos Brown. Um dos nomes mais expressivos do fusion-jazz, Eumir Deodato fará um concerto na MIMO com seu trio – completado por Marcelo Mariano no contrabaixo e Renato Massa na bateria – na Igreja da Sé. Anote para não perder: será no dia 6 de setembro, às 20h30.



PROGRAMAÇÃO DO DIA 06:
Concerto - ORQUESTRA SINFÔNICA DE BARRA MANSA - Igreja Nossa Senhora do Monte (16:00hs)
Espaço Petrobras - MIMO TRÊS VIOLÕES BRASILEIROS - Espaço Petrobrás MIMO (17:30hs)
Mostra de Cinema - RUA DA ESCADINHA 162 - Pátio do Seminário (18:30hs)
Concertos - SIBA E ROBERTO CORRÊA - Convento de São Francisco (18:30)
Concertos - ORQUESTRA MIMO - Seminário de Olinda (18:30hs)
Mostra de Cinema - HERBERT DE PERTO - Pátio da Igreja da Sé (19hs)
Concertos - EUMIR DEODATO TRIO Igreja da Sé (20:30hs)



07 de setembro de 2008 (Sábado):

Atrações do dia:

ORQUESTRA SINFÔNICA DO RECIFE

Sob a batuta dos alunos-regentes que se destacarem no curso de regência ministrado por Isaac Karabtchevsky a Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) vai apresentar peças de Nepomuceno, Beethoven e Dvorák ao público de Olinda. O repertório será interpretado pela atual orquestra residente da MIMO no concerto de encerramento da Etapa Educativa, a ser realizado no dia 7 de setembro, às 11h30, na Igreja da Sé. Em 1930, quando a roda da modernização começou a girar no território brasileiro, nascia a OSR, a mais antiga do país em atividade ininterrupta. Foi fundada pelo maestro Vicente Fittipaldi com esforços de Walter Cox e do compositor Ernani Braga. A estréia foi em 30 de julho daquele ano, no Teatro de Santa Isabel, atual sede da orquestra, que na época se chamava Orquestra Sinfônica de Concertos Populares. Em 1949, as duas últimas palavras foram substituídas por Recife, já que orquestra estava vinculada á capital de Pernambuco. Realizando uma média de 32 concertos anuais, divididos em oficiais, especiais, multimídias, populares (estes, ao ar livre) e comunitários (que levam repertórios clássicos às comunidades), a OSR faz, ainda, espetáculos didáticos voltados para jovens carentes. Através de recursos multimídia, o projeto ensina aspectos das obras eruditas, como se forma uma orquestra e faz um passeio pela história da música. O objetivo é formar novas platéias para o clássico no Recife.


ORQUESTRA CRIANÇA CIDADÃ DOS MENINOS DO COQUE

ANTIQUE CORDOVA ENSAMBLE (ARGENTINA)

Feche os olhos e imagine a suave matemática: seis vozes (sopranos, mezzo-sopranos, barítono e tenor) entremeados aos instrumentos flauta doce, oboé, violino e violoncelo e todos em uníssono interpretando a música barroca latino-americana. É com este trabalho belíssimo que os argentinos do Antique Cordova Ensamble prometem arrebatar o público da MIMO 2008. Formado por nove jovens, o grupo existe desde 2003 e é apontado como uma das formações mais bem elaboradas de Córdoba.

Os cantores iniciaram seus estudos na Escuela de Niños Cantores de Córdoba e, em seguida, se juntaram a corais regidos pelos maestros Emma Matilde Sánchez, Carlos Flores, Hugo de La Veja e Milagros Brunner. Com esses conhecimentos não foi difícil serem convidados a soltar a voz em festivais na América do Sul, na Europa e nos Estados Unidos, além de atuar em óperas e concertos sinfônicos desbravando repertórios de Domenico Zípoli, Martin Shmid, Tomás Torrejón y Velazco e compositores anônimos do século XVII. Os músicos vieram de grupos como a Orquesta Sinfônica de San Juán e a Sinfonieta Argerich.

Dirigido por Arturo Diego Arias, também flautista e oboísta do Antique Cordova Ensamble, o grupo virá pela segunda vez ao Brasil. A primeira em meados de 2007, quando participaram da série ‘Música nas Estrelas’, dirigida por Lu Araújo. O concerto na MIMO será em 7 de setembro, às 18h30, na Igreja de Guadalupe.


ANDRÉ MEHMARI

Mais conhecido como pianista embora, na verdade, seja um multiinstrumentista especialíssimo, André Mehmari já compôs e fez arranjos para algumas das mais importantes formações do país, entre elas a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), o Quinteto Villa-Lobos, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) e a Banda Mantiqueira. A discografia deste músico premiado já reúne seis álbuns individuais, com destaque para o mais recente ‘de Árvores e Valsas...’, o primeiro dedicado às suas composições.

Entre os incontáveis projetos que levam a assinatura do músico, ele se apresenta em trio, piano solo e em duo com o bandolinista Hamilton de Holanda e com as cantoras Mônica Salmaso e Ná Ozzetti, além de conduzir oficinas e workshops. Em dupla com Ná, lançou o disco ‘Piano e Voz’ e em parceria com Hamilton, o álbum ‘Contínua amizade’, que está em turnê de lançamento.

Na agenda sortida do músico, o próximo destaque é o concerto que ele fará na MIMO, em 7 de setembro, às 18h30, na Igreja Seminário de Olinda.


CARLOS MALTA & PIFE MUDERNO E BANDA SINFÔNICA MANGAIO

Virtuose em saxofones e flautas, assim como em instrumentos étnicos, entre eles o 'pife' brasileiro, o 'shakuhachi' japonês e a flauta 'di-zi', de origem chinesa, Carlos Malta está à frente do sexteto Pife Muderno. Inspirado no terno de pífanos nordestinos, a banda funde com primor tradição e contemporaneidade e apresentará na MIMO a suíte 'Os elementos em 5 movimentos', escrita por Malta. O concerto será em 7 de setembro, às 20h30, na Igreja da Sé. Essa obra traduz o diálogo entre a instrumentação sinfônica e uma banda de pife, no qual cada elemento (etéreo, fogo, água, ar e terra) é representado por um conjunto de sons e recriado através de ritmos, melodias e contracantos. A suíte foi executada pela primeira vez em 2007 pela Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e agora contará com o reforço da Banda Sinfônica Mangaio. As possibilidades sonoras do Pife Muderno também são infinitas, graças ao talento dos músicos envolvidos há mais de uma década nesta formação: Carlos Malta desempenhando as funções de arranjador, compositor, flautista e diretor artístico mais Andrea Ernest Dias nas flautas, Oscar Bolão na caixa e nos pratos, Durval Pereira na zabumba e Marcos Suzano e Bernardo Aguiar nos pandeiros.

PROGRAMAÇÃO DO DIA 06:
Concertos - ORQUESTRA SINFÔNICA DO RECIFE - Igreja da Sé (11:30hs)
Concertos - ORQUESTRA CRIANÇA CIDADÃ DOS MENINOS DO COQUE - Igreja do Rosário dos Homens Pretos (16:00hs)
Espaço Petrobras MIMO - TIRA POEIRA - Espaço Petrobras MIMO (17:30hs)
Mostra de Cinema - BATUQUE NA COZINHA - Pátio do Seminário (18hs)
Concertos - ANTIQUE CORDOVA ENSAMBLE (ARGENTINA) - Igreja de Guadalupe (18:30hs)
Concertos - ANDRÉ MEHMARI - Seminário de Olinda (18:30hs)
Mostra de Cinema - ONDE A CORUJA DORME - Pátio da Igreja da Sé
Concertos - CARLOS MALTA & PIFE MUDERNO E BANDA SINFÔNICA MANGAIO - Igreja da Sé (20:30hs)

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei muito interessada nesse Duo GisBranco. Você sabe onde eu posso encontrar um disco delas? E já agora, você sabe onde eu posso encontrar música brasileira bacana, nesse estilo de piano jazz? Eu ouço sempre o Cotonete, em http://cotonete.clix.pt/, e também http://musicabrasileira.org/, mas queria conhecer mais coisas!

brunonegromonte disse...

Olá Sofia!
As meninas têm um álbum lançado que além de ser vendido nas apresentações delas também é encontrado no site delas:

http://www.gisbranco.com/

Olha, quanto a site de música brasileira instrumental os que eu indico talvez você jpa conheça, são:
http://www.ejazz.com.br/
http://br-instrumental.blogspot.com/
http://www.radio.usp.br/programa.php?id=35
http://www.radioon.blog.br/programacao?PHPSESSID=1cd2606d513972b5ee7b6727dee34446

espero ter contribuido e obrigado pela visita! Bjão!

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