segunda-feira, 13 de junho de 2011

30 ANOS SEM INHANA

Recentemente foi publicado aqui em nosso espaço uma matéria que trazia como tema os 15 anos do falecimento do Francisco dos Santos, o Cascatinha da dupla Cascatinha e Inhana. E hoje, trazemos aos amigos do Musicaria Brasil a lembrança, neste mês de junho, pela passagem dos 30 anos do falecimento de Ana Eufrosina da Silva Santos, a Inhana, aquela que foi companheira do cascatinha na vida e na arte.

Por Ari Donato


Mesmo já trazendo um vasto material biográfico na reportagem anterior nunca é demais lembrar que enquanto Inhana começava como solista em um conjunto formado com seus irmãos, o Cascatinha já se havia deixado Marília, no interior de São Paulo, para seguir com um circo que se apresentou na cidade para se apresentar junto a ele. Aos 18 anos ele já cantava, tocava violão e bateria. E foi se apresentando no Circo com o qual fugiu (o Nova York) ao lado do artista Chopp que veio a conhecer Ana Eufrosina. Inhana rompeu um noivado de mais de um ano e seguiu com Cascatinha. Lógico que foi “contra a vontade dos pais, já que Artista de Circo, no conceito deles, "tinha um amor em cada praça". E, do namoro para o casamento (em 25/09/1941), passaram-se apenas 5 meses. A dupla tornou-se relativamente conhecida em um curto espaço de tempo, transformando-se, em 1941, após o casamento de Francisco com Ana, no Trio Esmeralda.

O trio viajou para o Rio de Janeiro e foi premiado nos programas César Ladeira (Rádio Mayrink Veiga) e Manuel Barcelos (Rádio Nacional). Em 1942, Chopp deixou o grupo; Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D’Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo. Fizeram shows em circos, em diversas cidades, e se apresentaram em programas de rádio. De volta à São Paulo passaram a atuar no Circo Imperial, onde permaneceram por cinco anos.



Em 1947 cantaram pela primeira vez em rádio como dupla, na Bauru Rádio Clube. Em 1950 Cascatinha e Inhana foram contratados pela Rádio Record, onde ficaram por doze anos. Gravaram o primeiro disco em 1951 na gravadora Todamérica, registrando as músicas "La Paloma" (Iradier - Pedro Almeida) e "Fronteiriça" (José Fortuna). Em 1952 a dupla gravou os dois maiores sucessos de sua carreira, as guarânias "Meu primeiro amor (Lejania)" (H. Gimenez - versão: José Fortuna - Pinheirinho Jr.) e "Índia" (J. A. Flores - M. O. Guerrero - versão: José Fortuna).

Sobre a voz de Inhana, o violeiro e cantador mineiro Téo Azevedo disse à jornalista e pesquisadora Rosa Nepomuceno, no livro Música Caipira da Roça ao Rodeio (São Paulo: Editora 34, 1999, Pág. 147): “Sua afinação era impressionante”. Os dois cantavam em terça, como as duplas caipiras, mas a imprensa especializada destacava, na época, a facilidade com que Inhana “passa pelas notas agudas” e a “segunda voz” Cascatinha e chamou-os de “Os sabiás do sertão”.

Em 1980, em entrevista ao apresentador Moraes Sarmento, no programa Viola Minha Viola, da TV Cultura, o cantor dá sua versão: ainda criança, quando residia na cidade de Garça (SP), recebeu o apelido por gostar de tomar banho em uma pequena cascata local.

Para o nome da companheira, também deu a versão, confirmada por ela no mesmo programa de televisão: para reforçar a imagem de dupla sertaneja, ele deu-lhe o nome Inhana, uma corruptela de sinhá (senhora) Ana, denominação muito comum dada pelos escravos às patroas.

Os últimos discos gravados pela dupla, antes da morte de Inhana, em 1981, foram: Dueto de amor (1970), Olhos tristonhos (1972), Olhos tristonhos (1972), Mensagem de artista (1976) – na oitava faixa deste disco, está a canção Eu quero apenas, de Roberto e Erasmo Carlos) – Dois Corações (1977), Casinha pequenina (1977),Cascatinha e Inhana, Edição limitada (1978), Cascatinha e Inhana (1979).

10 comentários:

Unknown disse...

Não foi da minha época mais da saudade só em olhar suas vozes tremulando os corações que o assistiam seus shows.

Unknown disse...

De que morreu ela ?

Unknown disse...

Emociona.Tanta coisa que foi ficando sem haver uma renovação sistematica das coisas boas que tínhamos. Uma pena ter que ouvir porcarias da mídia atualmente .

Miguel Rodrigues Dos Santos disse...

Jamais haverá uma dupla tão significante e tao profissinal autêntica saudades muita saudade eterna!

Unknown disse...

Uma dupla fantástica deixa muita saudade

Unknown disse...

Saudades.mais que uma dupla. Me lembro dos meus saudosos avós ouvindo seu rádio de pilha na roça. Nasci um ano após a morte de Inhana. Ouço sempre suas lindas canções e suas vozes sem igual. Aprendi a tocar violão só para cantar essas raridades com , índia, minha terra distante, anahi solidão etc.Hoje eles alegram o céu .Que pena não ter vivido essa época.

Unknown disse...

Linda voz,imprecionante a afinação a facilidade de soltar a voz,lindo demais.

tieri disse...

De infarto

Unknown disse...

Melhor dupla do universo sertanejo descansa em paz cascatinha e inhana

Anônimo disse...

Eu tbm , deve ter sido uma época boa.

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