sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A MÚSICA MAIS VENDIDA NO MUNDO

Você sabe qual é a música brasileira mais vendida no mundo? Não se trata de nenhum sucesso de Roberto Carlos, Tom Jobim, Milton Nascimento ou Sérgio Mendes. A turma da Bossa Nova conhece, o presidente da república também (por sinal teve um que era fã da música e do autor), todo mundo conhece. A música em questão supera em vendagens, qualquer gravação de Michael Jackson, Júlio Iglesias, Beatles, Frank Sinatra ou qualquer outro artista do mundo.

Qual é a música mais vendida no mundo? A resposta é: Coração de Luto, seu autor, o gaúcho Vitor Mateus Teixeira, se você ainda não o conhece, é porque sabe pouco de música ou talvez, porque conhece a música como “Churrasquinho de Mãe”, e seu intérprete apenas por Teixeirinha. A música narrando o sofrimento do filho que aos nove anos presencia a morte da mãe, queimada no incêndio que destruiu a casa onde viviam, já vendeu mais de 20 milhões de cópias, recorde absoluto, segundo matéria publicada no Jornal das Gravadoras, que homenageia o artista na edição de novembro. Ninguém, no mundo, vendeu mais cópias de uma única música do que Teixeirinha.

A música ganhou o horroroso apelido do polêmico apresentador Flávio Cavalcanti, que não dava mole para os cantores populares como Teixeirinha, Waldick Soriano e Orlando Dias. Coração de Luto ocupou o lado B do quarto disco gravado por Teixeirinha, sem nenhuma pretensão ao sucesso, após seis meses de seu lançamento, a reação do povo consagrou a música ao sucesso nacional, para logo em seguida conquistar o mundo. Em 1961, ano de sua gravação, Coração de Luto vendeu mais de um milhão de cópias, um acontecimento inédito na música popular do Brasil. O cantor recebeu todos os principais prêmios dados aos melhores do disco, incluindo o cobiçado troféu "Chico Viola", da TV Record de São Paulo, em 1962/63.


Cantor dividiu seu drama pessoal com o mundo

Por vários motivos a música ainda é sucesso, primeiro pela triste história, que brasileiro adora e curte de montão, segundo, a narrativa que o autor emprega, colocando-se como vítima da tragédia, sensibiliza qualquer coração de pedra, que dirá de luto. Depois, o drama do menino que é obrigado a se lançar na vida com apenas nove anos de idade, tendo que passar fome, sofrer abandono sem se corromper, seguindo as orientações da mãe que, era honesta e amorosa com o filho, é um prato perfeito para aplacar a fome de justiça do brasileiro. A religiosidade do órfão também é tocante ao nosso povo. Por último, porque milhões de filhos enlutados sentem saudades da mãe querida que se foi e, simplesmente pela genialidade de Teixeirinha.

Teixeirinha viajou o Brasil de ponta a ponta, excursionou pela América Latina, EUA e Canadá, gravou mais de 70 discos (78rpm, LP e Compactos), produziu com recursos próprios, 10 longas-metragens, fez tudo simultaneamente em 27 anos de carreira. Durante vinte e dois anos a cantora e acordeonista Mary Terezinha acompanhou Teixeirinha, dando brilho e destaque as apresentações do artista mais amado pelo povo gaúcho.

Dentre os grandes sucessos de Teixeirinha, são conhecidas do grande público, as músicas: "Gaúcho de Passo Fundo", "Volte Papai", "Tordilho Negro", "Velho Casarão", "Tropeiro Velho", "Quem é Você", "Querência Amada" (projeto de lei para se tornar oficialmente hino popular no Rio Grande do Sul) em votação.
Teixeirinha faleceu aos 58 anos de idade, no dia 04 de dezembro de 1985, deixando uma obra considerável registradas em 700 gravações, deixou no total 1200 composições. Seus LPs estão sendo reeditados para lançamentos em CDs. Quanto à memória e patrimônio artístico de Teixeirinha, a filha Elizabeth Teixeira cuida da Fundação Vitor Mateus Teixeira, resgatando a obra do artista e disponibilizando no site www.teixeirinha.com.br toda sua trajetória.

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