segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

E O FUTURO DA MÚSICA? QUAL SERÁ?

Não é de hoje que as grandes gravadoras vêm perdendo receitas com as vendas de CDs. Algumas pessoas, inclusive, afirmam que a indústria fonográfica como conhecíamos morreu. A facilidade de se baixar músicas legalmente, a abundância de CDs piratas nas ruas e o fortalecimento das redes peer-to-peer são algumas das justificativas para essa vertiginosa queda de vendas.
Hoje me deparei com uma notícia que diz que a EMI, uma das maiores empresas do ramo, vai demitir mais de 1/3 de seus funcionários. Se isso não é uma crise, não sei mais o que pode ser. Que eles têm feito de (quase) tudo para continuarem definindo as regras do jogo é algo que não podemos negar. Um exemplo claro disso foi a atitude da Sony de instalar rootkits em CDs. Esses rootkits bloqueavam a cópia do CD, e se instalavam de forma eticamente duvidosa nos computadores dos seus próprios clientes. Outro exemplo gritante dessa luta foi adoção permanente de sistemas de Gestão de Direitos Digitais (DRM, na sigla em inglês), que limitam a quantidade de computadores em que um CD pode ser ouvido.
Com isso, fica claro que a indústria não está parada. Ela vem apresentando inovações tecnológicas a todo o momento. Muitos acreditam que essas empresas são como velhos dinossauros lutando contra as novas tecnologias (e todos tentariam resistir a novas tecnologias) simplesmente pelo fato de não as compreenderem. Eu tenho minhas dúvidas em relação a essa teoria. Não consigo ver os maiores conglomerados de mídia do mundo como empresas míopes, que não conseguem compreender as transformações culturais que estão ocorrendo em seu ambiente. Minha impressão é que eles entendem muito bem o que está ocorrendo e que o avanço das redes de compartilhamento é algo irreversível. Mas, enquanto puderem evitar que tais fenômenos avancem até as massas, o farão. Um exemplo disso é a série de processos que a RIAA (Associação das Gravadoras Americanas) moveu contra usuários dessas redes de compartilhamento.
A questão é que tratar seus próprios clientes como criminosos não se mostrou como uma estratégia muito feliz. As pessoas estão dispostas, sim, a respeitar a lei e pagar pelo que consomem. Um exemplo disso é o estrondoso sucesso que a iTunes,loja virtual de mídia da Apple, vem fazendo desde seu lançamento em 2003. Com isso as gravadoras caíram numa armadilha: ou vendiam suas músicas na loja da Apple, com uma margem de lucro baixíssima (a Apple fica com a maior parte dos lucros); ou indiretamente incentivavam seus clientes a fazerem downloads ilegais.
Conclusão: nos últimos meses, as principais gravadoras começaram a vender músicas sem proteção contra cópias, como seus consumidores querem, na maior ‘livraria’ do mundo (a Amazon.com). Primeiro foi a EMI, em seguida a Warner e agora a Sony. O que nos leva a perguntar: eles fizeram isso porque querem atender as necessidades do consumidor (e finalmente começaram a ouvi-los), ou porque a iTunes do visionários Steve Jobs estava ficando muito forte, e se tornando uma ameaça? Eu aposto na segunda alternativa.
A questão que ficou clara é que não basta inovar (tendo as melhores proteções contra cópia do mundo, por exemplo). É preciso aceitar a realidade que seu público está inserido. Modelos de negócio inovadores (como a iTunes Music Store) vão sempre abalar as estruturas estabelecidas, e quem ficar parado no tempo vai ver a concorrência pular na frente.
Será que as grandes gravadoras continuarão a perder seu poder, seus artistas, e seus lucros?
Será que estamos assistindo ao fim de uma era onde o sonho de todo artista é ser contratado pelos grandes estúdios? Eu tenho meus palpites, mas isso já é assunto para outro post…

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