quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ZÉ DANTAS

Numa data como hoje a exatamente 87 anos atrás (27/02/1927), nascia no município de Carnaíba de Flores, hoje Carnaíba, no sertão pernambucano o médico e compositor, José de Sousa Dantas Filho. Mais conhecido como Zé Dantas, foi fundamental para a fixação do baião como gênero de sucesso. Isso se deu graças às suas parcerias com Luiz Gonzaga a partir de 1950, quando este se separou do parceiro inicial, Humberto Teixeira. Mas em 1938 Zé já compunha suas primeiras músicas e escrevia crônicas sobre folclore para uma revista pernambucana.

Estudou o curso secundário no Recife (colégios Nóbrega, Marista e Americano Batista) e formou-se em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco.

Conheceu Luiz Gonzaga no Recife, quando ainda era estudante, em 1947, ocasião em que entregou ao Rei do Baião algumas canções, pedindo que, caso Luiz Gonzaga as gravasse, não colocasse o nome dele (Zé Dantas) porque seu pai poderia cortar-lhe a mesada. Já formado, em 1950 fixou residência no Rio de Janeiro e iníciou com o rei do baião uma profícua série de sucessos imortais assinados a quatro mãos, como "Vem Morena", "A Dança da Moda", "Riacho do Navio", "Vozes da Seca", "A Volta da Asa Branca", "Imbalança", "ABC do Sertão", "Algodão", "Cintura Fina" e "Forró de Mané Vito". O grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa também obteve grande sucesso com "Derramaro o Gai", depois também imortalizada pelo Rei do Baião.

Em 1951, compuseram mais um clássico, o baião "Sabiá", e no ano seguinte foram às paradas com a marcha junina "São João na Roça" e com a triste "Acauã" (esta assinada apenas por Zé). Atuou ainda ao lado de Paulo Roberto no programa No Mundo do Baião, na Rádio Nacional (RJ) em 1953, ano em que estouraram o "Xote das Meninas" e "Farinhada" (esta também apenas de Zé), na voz de Ivon Curi. Outro ícone do baião, Jackson do Pandeiro, também fez sucesso com uma canção de Zé Dantas, "Forró em Caruaru". Quando foi diretor folclórico da Rádio Mayrink Veiga, do Rio, o compositor chegou a regravar suas canções mais emblemáticas em disco. Mesmo depois de sua morte, todas as músicas da dupla continuaram a ser relidas pelos maiores nomes da MPB – até os dias de hoje – como Gal Costa, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Marisa Monte e muitos grupos de Oxente Music e até da geração da música eletrônica. Também ainda na década de 50 trabalhou no Hospital dos Servidores do Estado; foi, também, diretor do programa O Rei do Baião (Rádio Nacional) e diretor do Departamento Folclórico da Rádio Mayrink Veiga.

Faleceu no dia 11 de março de 1962, aos 41 anos de idade deixando como legado para a música brasileira uma infinidade de canções que retratam o nordeste de maneira poética e bela.
Zé Dantas é avô da cantora Marina Elali.

No início da década de 60 foi lançado um álbum onde se encontrava alguns dos maiores sucessos de Zé em parceria com Luiz Gonzaga até então. O álbum chama-se:

LUIZ GONZAGA CANTA SEUS SUCESSOS COM ZÉ DANTAS (1959)
Faixas:
01 - Sabiá (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
02 - O xote das meninas (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
03 - Vem morena (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
04 - A volta da asa branca (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
05 - A letra I (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
06 - O forró de Mané Vito (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
07 - A dança da moda (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
08 - Riacho do Navio (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
09 - Vozes da seca (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
10 - Cintura fina (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
11 - Algodão (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
12 - Paulo Afonso (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)

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