Ao longo de 2015 completa-se duas décadas sem o compositor e violonista autor de clássicos como "Sei que é covardia".
Começou a carreira artística tocando cavaquinho. Depois, formou seu regional e passou a tocar violão. Em 1935, teve sua primeira composição gravada, o samba canção "O tocador de violão", parceria com Pedro Caetano, por Augusto Calheiros na Odeon. Em 1938, conheceu seu primeiro sucesso com a valsa "Caprichos do destino", parceria com Pedro Caetano, gravada por Orlando Silva na Victor.
Em 1939, as Irmãs Medina gravaram outra de suas parcerias com Pedro Caetano, a canção "Sepulcro de um coração"; o cantor Déo registrou o samba "Ela é", parceria com Wilson Batista e Carlos Galhardo gravou o samba "Sei que é covardia...mas", com Ataulfo Alves, este um grande sucesso daquele ano.
No mesmo ano, teve o samba "Pau que nasce torto" e o samba canção "Roubaram o meu mulato", gravados por Aurora Miranda na Victor.
Em 1940, compôs com Wilson Batista e Pedro Caetano o batuque "Senhor do Bonfim te enganou", registrado por Dircinha Batista e Nuno Roland. Com Ataulfo Alves compôs o samba "Pra esquecer uma mulher", gravado por Déo na Odeon e, com Valdemar de Abreu fez o samba "Tu és culpada", gravado na Victor por Sílvio Caldas. Em 1941, Dircinha Batista gravou na Odeon os sambas "Zé Boa Vida", parceria com José Gonçalves e "Contemplando", com Pedro Caetano. Em 1942, teve o samba "Retratinho dele", outra parceria com Pedro Caetano, gravado por Dircinha Batista, intérprete constante das parcerias dos dois. Em 1943, Orlando Silva gravou a valsa "Duas vidas" e Gilberto Alves o samba "É triste a gente querer", ambas parcerias com Pedro Caetano. No mesmo ano, compôs com André Filho o samba "O coração reclama", gravado por Nelson Gonçalves na Victor. Em 1944, a marcha "Eu brinco", outra parceria com Pedro Caetano, gravada por Francisco Alves, fez grande sucesso no carnaval. A música teria nascido por conta de um pedido da imprensa, temerosa de um carnaval desanimado devido à guerra. Segundo seu parceiro Pedro Caetano, citado por Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano, "Havia um clima de guerra no país, com racionamento de gasolina, blecaute e muita desanimação, daí, eu e o Claudionor fizemos: "Com pandeiro ou sem pandeiro, eu brinco, com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco, também". Nesse mesmo ano, passou a acompahar gravações na Odeon com seu conjunto, tendo participado de discos de inúmeros artistas, entre os quais, Orlando Silva; Trio de Ouro; Joel e Gaúcho; Moreira da Silva; Odete Amaral; Francisco Alves; Alvarenga e Ranchinho e Jararaca e Ratinho.
Em 1945, o samba "Meus quinze anos", parceria com Pedro Caetano, foi gravado com sucesso por Dircinha Batista. No mesmo ano, Carlos Galhardo fez sucesso com o samba "Disse me disse", parceria com Pedro Caetano, gravado na Victor. Em 1946, Orlando Silva gravou na Odeon, a marcha "Uma pracinha na Itália", com Pedro Caetano. Nesse mesmo ano, passou a acompanhar gravações na RCA Victor com Seu Regional estreando no acompanhamento de Gilberto Milfont na gravação dos sambas "Estão vendo aquela mulher" e "Apelo", parcerias com Pedro Caetano. Em 1949, o grupo Quatro Azes e Um Coringa gravou seu samba "Galho de arruda". No mesmo ano, gravou com Severino Araújo, o choro "Cintilante", parceria com José de Freitas. No ano seguinte, teve o samba "Ivone", parceria com Paulo Marques, registrado por Alcides Gerardi e o samba "No meu cangote", com Pedro Caetano, pelos Quatro Azes e Um Coringa. Ainda em 1950, gravou na RCA Victor com o instrumentista Portinho, registrando os choros "Caboclinho", parceria com José de Freitas e "Insinuante", com Porto Filho. Ainda no mesmo ano, gravou na Continental com Severino Araújo, os choros "Dissonante", de Severino Araújo e "Duvidando", de sua parceria com Porto Filho.
Em 1952, Gilberto Alves gravou de sua parceria com Paulo Mayer o samba canção "Uma ilusão" e Heleninha Costa, em dueto com o radialista César de Alencar, o choro "Me dá, me dá", parceria com Ismael Neto. No mesmo ano, Lúcio Alves lançou na Continental, de sua parceria com Pedro Caetano, o samba "Tormento". No ano seguinte, gravou com seu conjunto, o choro "Uriatan", de sua autoria e o baião "Dengozinho", parceria com Roberto Martins. No mesmo ano, Lúcio Alves lançou mais um de seus sambas da parceria com Pedro Caetano, "Nova ilusão".
Atuou também com seu regional na gravadora Continental. Nas décadas de 1940 e 1950, seu regional foi um dos mais requisitados para gravações e apresentações em rádios. Nessa época, atuou nas rádios Nacional, Globo, Tupi e Municipal, no Rio de Janeiro. Atuou ainda nas Tvs Rio e Educativa, no Rio de Janeiro e Excelsior e Cultura, de São Paulo. Em 1974, foi homenageado, juntamente com o parceiro Pedro Caetano com um show no Teatro João Caetano comemorativo aos 40 anos de música da dupla. Recebeu o título de cidadão do Estado da Guanabara. Em 1977, Paulinho da Viola regravou o choro "Nova ilusão", parceria com Pedro Caetano. Suas composições foram gravadas por importantes nomes da música popular brasileira, como Sílvio Caldas, Orlando Silva, Francisco Alves, Cyro Monteiro, Dircinha Batista, Nelson Gonçalves e outros. Seu maior parceiro foi Pedro Caetano, com quêm deixou cerca de 300 músicas gravadas e editadas. Em 2009, foi homenageado pelo grupo Terno Carioca com o CD "Terno Carioca interpreta Claudionor Cruz", que incluiu, entre outras, suas composições "Predileto"; "Cintilante", com José de Freitas, e "Disse me disse" e "Este choro é meu pranto", as duas com Pedro Caetano. Em 2010, por ocasião do centenário do seu nascimento foi homenageado com um show no Teatro Municipal de Niterói com o grupo Terno Carioca integrado por Lena Verani, na clarineta; Luiz Flávio Alcofra, no violão e Pedro Aragão, no bandolim e no violão tenor. Na ocasião foram interpretadas obras suas como "Nova ilusão", "Caprichos do destino", "Sei que é covardia", "Eu brinco" e "A felicidade perdeu meu endereço", entre outras.
Fonte: Dicionário da MPB
Fonte: Dicionário da MPB
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