Nascido em Portugal, foi no Brasil que Alberto Fortuna Vieira de Azevedo deu início a sua carreira artística. Este mês completa-se duas décadas de saudades deste intérprete.
Nasceu em Vila Nova de Gaia, próxima à cidade do Porto (Portugal), quando seus pais lá estavam a turismo. Antes de completar um ano de idade, transferiu-se para Niterói com a família. Estudou no Colégio Salesiano Santa Rosa, dirigido pelo radialista e compositor Gomes Filho, que teria futuramente participação na consolidação da sua carreira de cantor.
Estreou ainda menino na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. A convite de Gomes Filho, foi um dos pioneiros da programação da Rádio Sociedade Fluminense, em Niterói. Em 1936, transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga, recebendo do locutor César Ladeira o slogan de "O garoto que vale ouro". Em 1940, ingressou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, emissora na qual atuaria por muitos anos e na qual alcançaria grande renome. Ainda na Rádio Nacional, integrou o "Trio Melodia", formado para o lançamento do programa "Um milhão de melodias", atuando ao lado de Nuno Roland e Paulo Tapajós. Em 1944, estreou em discos gravando pela Victor com o trio vocal As Três Marias o samba "Ai que saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago. A partir do ano seguinte, O Trio Melodia chegou a gravar vários discos. Ainda em 1945, gravou na Continental com o instrumentista gaúcho Pedro Raimundo ao acordeon a valsa "Meu coração que fala", de Pedro Raimundo.
No carnaval de 1947, alcançou grande sucesso com a "Marcha dos gafanhotos", de Frazão e Roberto Martins em disco que trzia ainda o samba "Fui a pé ao Corcovado", da mesma dupla de compositores. No mesmo ano e da mesma dupla, lançou o samba "Velho amor" e, de Eratóstenes Frazão e Marina Batista, o samba "Os melhores dias de minha vida". Em 1948, lançou pela Star o frevo canção "Já vi tudo", do pernambucano Capiba com acompanhamento da Orquestra Copacabana. No mesmo ano, gravou a marcha "Paz com briga", de Pedro Caetano e Claudionor Cruz e o samba "Não deixo de amar", de Artur Moraes e Roberto Delattre. Em 1949, gravou o choro "Silencioso", de Dante Santoro e Ghiaroni, a valsa "Vidas mal traçadas", de Dante Santoro e Sila Gusmão e a marcha "Meu cavalo não manca", de Rutinaldo e Alcebíades Nogueira. Em 1950, gravou as canções toadas "O nome dela" e "Adeus meu rancho", de Cláudio Luiz e os sambas "Mulheres falsas", de Luiz Bittencourt e René Bittencourt e "Esperança", de Nestor de Holanda e Abelardo Barbosa, o apresentador Chacrinha.
Em 1952, gravou na Continental "Ritmos de boite", um pot pourri de sambas de João de Barro, Alberto Ribeiro, Noel Rosa e Antônio Almeida. No mesmo ano, gravou a canção "Em frente à capelinha", de Lauro Sales. Também no mesmo ano, gravou com os trios Madrigal e Melodia a marcha rancho "Estrela d'Alva", de João de Barro, o samba "Ri melhor quem ri no fim", de Noel Rosa de Oliveira, José Ernesto Aguiar e Raimundo Ferreira e o tango "Mano a mano", de Gardel, Razzano e Flores Ghiaroni. Em 1953, gravou o bolero "Pecado", de C. Bahr, Francini e Pontier com versão de Zilda Mota, o samba "Triste Quarta-feira", de Francisco B. de Menezes e o baião "Terezinha", de Airton Amorim e José Pereira. Em 1954, gravou com Vadir Azevedo ao cavaquinho e seu conjunto o samba "Já é demais", de Valdir Azevedo e Jorge Santos e a marcha "Amigo do rei", de Alberto Rego e Norival Reis. No mesmo ano, gravou os tangos "Amargura" e "Cuesta abajo", de Gardel, Le Pera e Ghiaroni e as valsas "Ronda dos bairros", de Luiz Bittencourt e Fernando Jacques e "A vida em tempo de valsa", de Nelson Sampaio, estas duas últimas, com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra. Em 1955, gravou o bolero "Lamento árabe", de Dante Santoro e Ghiaroni e o samba 'Meu jeito de ser", de Paulo Soledade.
Em 1956, gravou os tangos "Caminito", de Filiberto, G. Peñaloza, "Yira...yira", de Discépolo, "Tomo y obligo", de Gardel e Romero e "El penado 14", de Magaldi, Noda e Pesce, todos com versões de Ghiaroni, com acompanhamento de Eduardo Patané e sua orquestra típica. No mesmo ano, lançou o LP "Tangos de ontem e de hoje" com orquestração e regência de Radamés Gnatalli e Guerra Peixe, com destaque para "Menino sem nome", de Umberto Silva e Luis Mergulhão e "Cartas recebidas", de Guerra Peixe. No ano seguinte, gravou mais duas versões, os fox trotes "Passeando na chuva", de J. Bragg e R. S. Riley, com versão de Gioia Jr. e "Concerto de outono", de C. Carboni e Danpa, com versão de Júlio Nagib. Também no mesmo ano, lançou o LP "Tangos inesquecíveis volume 2", com destaque para "El dia en que me quieras", com versão de Harolo Lobo. Em 1958, gravou outros dois tangos: "Uno", de Discépolo e Mores, com versão de Haroldo Barbosa e "Garua", de Troillo e Candicamo, com versão de Lourival Marques.
Sua carreira alcançou impulso e prestígio a partir da gravação de canções românticas brasileiras e de versões de tangos, dentre os quais "Mano a Mano", de Carlos Gardel, J. Razzano e E. Flores, com o qual alcançou grande sucesso. Em 1959, gravou o samba canção "Eu sei que vou te amar", de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes e o bolero "Só se vive uma vez", de C. Navarro e Nazareno de Brito. Em 1960, gravou o tango "Cinzas do passado", de Cláudio de Barros, a canção "festa iluminada", de Gomes Filho, o samba canção "Menina moça", de Luiz Antônio e o calipso "Marina", de Rocco Granada com versão de Cauby Peixoto. No mesmo ano, gravou os sambas canção "Balada da chuva e o vento", de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho e "A noite do meu bem"< de Dolores Duran. Em 1961, gravou a "Guarânia da lua-nova", de Luiz Vieira e os tangos "Miragem" e "Flor de estufa", de Adelino Moreira. No ano seguinte gravou a canção "Ave Maria", de Erotides de Campos e Jonas Neves e o clássico bolero "Quem eu quero não me quer", de Raul Sampaio e Ivo Santos. Em 1963, gravou o "Prelúdio para ninar gente grande", de Luiz Vieira.
De seus LPs, destacaram-se "Teu nome é amor", "Prelúdio" e "Tangos inesquecíveis", todos lançados pela gravadora Continental.
Fonte: Dicionário da MPB
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