É um pianista, acordeonista, clarinetista, compositor, arranjador brasileiro, virtuoso da música instrumental, destacando-se por sua brasilidade, sensibilidade, criatividade e sobretudo por sua assinatura musical. Seu som é inconfundivelmente seu. Suas composições, são inspiradas, originais, não raro surpreendentes. Quincy Jones, o mega produtor norte americano, com quem colaborou inúmeras vezes, nomeia Peranzzetta entre os melhores arranjadores do planeta.
De família musical, Gilson Peranzzetta começou a estudar acordeon aos nove anos, e piano, aos dez. Freqüentou a Escola de Música da UFRJ e o Conservatório Brasileiro de Música, e aperfeiçoou-se em técnica pianística com Petri Palau de Claramount, em Barcelona, onde viveu por três anos. No Brasil, esteve ainda sob orientação das pianistas Vilma Graça, Sônia Maira Vieira e Ondine de Mello.
Gravou seu primeiro disco em 1963, aos 17 anos. Em 1965 sua carreira foi bruscamente interrompida por um tiro de metralhadora Ponto 30, quando assistia a uma instrução de tiro na primeira semana em que servia obrigatoriamente ao exército. Isso quase lhe custou a amputação do braço direito, que teve os tendões milagrosamente reconstituídos em naylon. Três anos depois, em 1968 retoma sua carreira, lança o disco Tema Três e passa a integrar o grupo de Taiguara, cantor de grande sucesso na época. Em 1970 viaja para a Europa e lá permanece até 1974, quando volta ao Brasil e inicia sua parceria, que permanece até hoje, com Ivan Lins.
A carreira de Peranzzetta prosseguiu sólida, tanto no Brasil como no exterior, com o sucesso que a música instrumental confere a seus talentos. Sua discografia atinge a marca dos quarenta CD’s solo, lançados nas duas últimas décadas, sem contar suas participações como arranjador, pianista, parceiro e produtor em cds de outros artistas com os quais colaborou como Ivan Lins, Hermeto Pascoal, Simone, Edu Lobo, Fátima Guedes, Leny Andrade, Alaíde Costa, Tito Madi, Guinga, Chico Pinheiro, Jorge Vercilo, Marcelo Camelo
Com mais de quarenta anos de carreira, Peranzzetta soma em seu catálogo de composições aproximadamente cento e cinqüenta títulos, obras gravadas por artistas nacionais, como Djavan, Ivan Lins, Leny Andrade e Leila Pinheiro, e internacionais, a exemplo de George Benson, Sara Vaughn e Quincy Jones. Merece especial menção a música Setembro, escrita em parceira com Ivan Lins, incluída na trilha sonora da série norte-americana Dallas e no filme Boys’n the Hood.
Acumula três Prêmios Sharp de Música, dentre outras premiações: melhor arranjador, melhor compositor e melhor intérprete.
Peranzzetta realiza turnês anuais no Japão, Estados Unidos e Europa, participando dos mais importantes festivais de jazz. Desde 2002 atua como maestro e arranjador em Colônia - Alemanha, junto a WDR Big Band, com um repertório genuinamente brasileiro.
Muito solicitado como arranjador e orquestrador para formações sinfônicas destacam-se nos dois últimos anos os arranjos que fez para a Sinfonia do Rio de Janeiro de Billy Blanco e Tom Jobim, os arranjos que fez para a Orquestra Sinfônica de Pittsburgh – EUA, para a Orquestra Sinfônica de Brasília, para a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal (Orfeu Vive) e para a Petrobrás Sinfônica, com a regência do maestro Isaac Karabtchevsky para o Projeto Aquarius 2008 em homenagem aos 50 anos da Bossa Nova.
Seu trabalho se inscreve simultaneamente na música de concerto e na música popular, tendo resultado no CD cujo título demonstra bem essas duas faces: Extra de vários. Essas duas vertentes também estão presentes no rol de artistas que ocupam lugar de destaque na sua discoteca: Horowitz, Glen Gould, Oscar Peterson, Bill Evans, Luiz Eça e Hermeto Pascoal. Seja na música de concerto ou na música popular, perpassa em todos os seus trabalhos a preocupação em preservar as raízes da cultura nacional.
Peranzzetta nos últimos anos retomou a edição de todo o seu repertório de composições e tornou-se um dos poucos compositores brasileiros donos de seu acervo e de sua própria gravadora.
Fonte: Site Oficial do artista
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