Percussionista estava internado no Hospital Miguel Arraes
Por Eduarda Fernandes
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
MORRE AOS 70 ANOS O MÚSICO ERASTO VASCONCELOS, IRMÃO DE NANÁ VASCONCELOS
Músico tinha 70 anos. Foto: Facebook/Divulgação
O cantor, compositor e arranjador Erasto Vasconcelos, de 70 anos, irmão do percussionista Naná Vasconcelos, morreu na noite desta quinta-feira (27), por volta das 21h, em decorrência de uma parada cardíaca. O músico olindense estava internado há dois meses no Hospital Miguel Arraes, em Olinda, após ter sofrido um infarto, no mês de agosto - quando foi levado às pressas para o Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco Professor Luis Tavares da Silva (Procape).
De acordo com a irmã de Erasto, Cenilda Vasconcelos, ele havia recebido alta da unidade de saúde (Procape) após fazer uma angioplastia, mas precisou ser internado novamente depois de sentir dificuldades para respirar. Levado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Olinda, ele foi orientado a se internar no Miguel Arraes. Os familiares ainda não definiram o local e a hora do sepultamento, mas revelaram o desejo de Erasto de ter o corpo enterrado na cidade natal.
Erasto Vasconcelos iniciou a carreira musical nos anos 1960, acompanhando o Movimento Tropicalista e o Clube da Esquina. Morou em Nova York e em capitais brasileiras como Rio de Janeiro e Salvador. No exterior, participou de gravações icônicas, como os LPs Stone alliance, com Hermeto Pascoal e Márcio Montarroyos, e Eye on You, com Ronald Shannon Jackson. Tocou ao lado de nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Stan Getz e participou de projetos com Alceu Valença, Zé Ramalho, Lula Côrtes. Voltou para o Brasil nos anos 1980 e, em 2005, lançou seu primeiro disco solo, Jornal da Palmeira, com 12 composições próprias e produção de Fábio Trummer, da Banda Eddie, com quem Erasto costumava se apresentar. Nomes como Jorge Du Peixe, Pupillo, Dengue e Karina Buhr colaboraram em diferentes frentes com o disco de Erasto, do projeto gráfico aos vocais. Em 2008, lançou Estrelha brilhante, gravado antes de Jornal, mas só concluído anos depois. Além de músico, Erasto era também escritor. Produzido em 1970, o livro Dez cantigas de roda, um maracatu, um afoxé, mas cuidado existe uma cobra foi relançado em 2015 com uma edição fac-símile (reprodução exata da publicação original). A obra foi escrita e desenhada à mão para a filha do artista, Ginga.
Uma das últimas apresentações de Erasto foi no Festival de Inverno de Garanhuns, em julho. O irmão do músico, Naná Vasconcelos, também faleceu este ano, em março, vítima de um câncer de pulmão. Em entrevistas, Erasto chegou a declarar algumas vezes que não se incomodava com o fato de ser irmão de Naná, dadas as comparações com as habilidades do irmão, mestre da percussão e detentor de oito prêmios Grammy.
0 comentários:
Postar um comentário