sexta-feira, 14 de outubro de 2016

FREJAT EM COLETÂNEA LANÇADA APENAS EM PLATAFORMAS DIGITAIS

Por José Teles





Nas plataformas digitais, desde o 5 de setembro, o anti-disco de Roberto Frejat, o Frejat 2016. Dias antes, numa entrevista ao G1 carioca, assinada pelo jornalista Braulio Lorentz, o músico revelou que não lança mais álbum pelo método convencional: ” Em princípio, disco não vai ter mais. Eu não me imagino com necessidade de gravar disco… Eu estava com isso tudo guardado procurando um formato. Mas não existe formato mais…. A partir de agora se tiver um grupo de canções, eu vou colocar nas plataformas digitais”.

Faz isto na prática com Frejat 2016. compilação com 15 músicas, duas inéditas, Na Sala de Espera do Paraíso (com Leoni), e Você Vem (com Chacal), sobras do álbum Intimidade Entre Estranhos. As demais são conhecidas, feito a recente Mais do Que Tudo, em duas versões. Pinçadas de shows O Amor Quente, Me Perdoa, A Felicidade Bate à Sua Porta (de Gonzaguinha, um hit das Frenéticas),

Três canções alheias, que estão em seu repertório de palco, aparecem aqui em versões de estúdio, Mais um Vez, de Renato Russo, Vambora, de Adriana Calcanhoto e Você Não Entende Nada, de Caetano Veloso. Até então disponível em animação só no canal do cantor no Youtube, Maria (parceria com a filha Julia Frejat, e participação do filho Rafael Frejat na guitarra) tem sabor de inédita.

Raridade de um álbum tributo ao Beatles (da Discobertas) é Oh Darling, de Abbey Road, enquantoSatisfaction, dos Rolling Stones foi gravada para a novela Insensato Coração. Também extraída de trilha, para o filme Se eu Fosse Você 2, é a canção Desejo. E tem ainda Carinhoso, de João de Barros e Pixinguinha, feita para um comercial de café.


DISCO

Frejat não lança álbum de estúdio desde 2008. Esta compilação, apesar de ser uma colcha formada por retalhos de fases e origens diferentes, acaba sendo um disco leve, divertido e despretensioso. O que mais se aproxima de ousadia é uma versão meio roqueira de Carinhoso, com solo de guitarra à George Harrison. A ousadia aqui é Frejat encarar a “Canção do Século” com centenas de versões, a primeira delas por Orlando Silva, maior cantor da história da música brasileira.

Algumas músicas mereciam vir à tona, como é o caso de Desejo (vale lembrar que Frejat é autor da maioria das melodias do Barão Vermelho). A nova Mais Que Tudo (em duas versões) gerou polêmicas pela receita de mulher dada por Frejat, considerada machista pelas mulheres (curioso é que não se protestou contra Esse Cara Sou Eu, de Roberto Carlos, em que o personagem da canção é um maníaco possessivo).

O bom do, vá lá, disco é a diversidade de arranjos, temas e ritmos. Vai do r & b de Me Perdoa, à balada pop Na Sala de Espera do Paraíso, ou disco music em O Amor É Quente. Os covers, num disco convencional certamente destoariam, mas aqui pela falta de uma linha estética, vale tudo. De uma versão lenta de Oh Darling, ou Você Não Entende nada em ritmo de rock com a mesma introdução deAlegria Alegria. Frejat 2016 é um anti-disco em todos os sentidos. Se não há gravadoras, tudo é permitido.

Confiram Frejat no single Mais Que Tudo:

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